Era uma noite de sábado de julho realmente fria em que eu estava deveras cansado e tinha decidido ficar em casa, até um amigo me ligar.
- Alô
- Vamos pruma festa ai?
- Que festa?
- Na casa de uma menina, ela mandou chamar todo mundo que quiser. Só precisa levar bebida.
- Po meu, eu to zerado de grana.
- Relaxa, eu compro bebida pra gente levar.
- Ta. Beleza.
Desliguei e me arrependi de ter dito que ia logo depois. Estava cansado pra valer, não tinha um puto no bolso e do jeito que dois mais dois são quatro esse negócio de levar as bebidas ia dar algum rolo. Estava sem grana até pra voltar de ônibus. Liguei de volta pra dizer que tinha desistido mas ninguém atendia. Liguei pra outro amigo e pedi pra ele dizer que eu não ia.
Então voltei para minhas músicas. Era uma noite de sábado em casa mas eu me sentia realmente bem. Tinha Lou Reed no rádio, pizza na mesa, alguns filmes para assistir e algumas latas de cerveja na geladeira. Também tinha uns três cigarros que haviam sobrado da noite passado. Eu não costumava fumar, mas na última noite da sexta para o sábado resolvi comprar um maço e fumei quase inteiro.
Então fiquei um tempo ali no meu quarto ouvindo a música e tomando as latas de cerveja. O “Sally can’t Dance” do Lou Reed soava muito bem. Eram uns momentos assim em que você percebia que o cara era um gênio. Depois ouvi algumas faixas do “Berlin” e parte do “December’s Children” dos Stones. Acabei com as cervejas e com os cigarros também.
Assisti um dos filmes e não gostei. Não gostava muito de filmes e dificilmente saberia responder se me perguntassem qual era o meu favorito. Todo esse lance de cinema também não era comigo. Geralmente não gostava dos finais, eles geralmente estragavam todo o resto do filme por melhor que fosse, salvo algumas raras exceções. Raríssimas aliás.
Voltei pro meu quarto. Já passavam das cinco da manhã. Li um pouco do “Notas de um velho safado” do Bukowski e fui dormir.
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