sexta-feira, setembro 26, 2008

never stop

As pessoas em geral gostam de frase de efeito. Elas adoram tudo isso. Adoram um montão de coisas que aparecem na televisão e na internet. Eu só preciso ficar no meu quarto, fumando uns cigarros e ouvindo uma boa música. Recentemente e por indicação de um grande amigo eu descobri um desses caras que fazem você ainda ter esperanças. Ele se chama Langhorne Slim, e é um cidadão da Pennsylvania que mora em Nova York. Ele ficou conhecido pelos EPs que gravou, mas só no final de Abril desse ano é que lançou seu primeiro disco, de título homônimo. E é um arraso. Fazia um puta tempo que eu não ouvia algo assim. Como sempre quando surge algum cantor de folk-rock nos estados unidos eles já querem comparar com Bob Dylan e Neil Young. É claro que o cara tem uma baita influência, e é claro que ser comparado com esses dois caras deve ser foda pra alguém que está começando a ter notoriedade agora. Mas não. Ele é Langhorne Slim, e ele é um baita artista. E eu não tenho precisado de muita coisa. Estou na merda de uma semana de provas na faculdade, onde eu não sei nada e as vezes acho que nem quero saber.

Acho esse troço todo de ser jornalista um bocado chato. Eu só queria ficar escrevendo umas coisas assim. Se alguém pagasse por isso ia ser ainda mais legal, mas sei que isso é praticamente impossível. Mas não há o que temer. Está tudo tranqüilo por enquanto. Estou fazendo tudo do jeito certo e me mantendo vivo. Não tenho mais bebido como antes, mas em compensação tenho fumado um monte. É tudo a mesma coisa. Mas ta tudo bem. As pessoas reclamam tanto sobre ficar sozinhas e a coisa toda. Não vejo tanto mal. É claro que tem horas que o bicho pega. Sabe como é, quando você sente que ta tudo bem ruim. Mas felizmente estas coisas não tem acontecido há algum tempo. Estou numa boa.

Mês que vem tem disco novo do Ryan Adams. Isso é ótimo. Os discos dele sempre me fazem bem. Um novo agora seria perfeito. Até lá eu vou destoar de tanto ouvir o Langhorne Slim, e um tanto de outras coisas boas que tenho ouvido como um louco. O tipo de coisa como Alex Chilton, Ike e Tina Turner, Frank Sinatra, Old Crow Medicine Show, Woggles, Bob Seger, Velvet Underground e por aí vai. Cansei de citá-los. Desculpe se esqueci de algum de vocês.

Não sei porque ainda escrevo por aqui. Aliás, nem sei porque ainda escrevo. Tenho tido bastante inquietação pensando sobre tudo. É aquele lance todo de refletir sobre as coisas. Eu só deixo rolar, mas não tem rolado pra lugar nenhum. É como se minhas rodas fossem quadradas. Essas merdas de analogias baratas. Deve ser a falta de bebida ou coisa assim. A falta de alguma coisa qualquer. Menos falta de boa música e cigarros. Isso não pode faltar nunca. Aí é só esperar. E esperar pra sempre. Os ponteiros do relógio nunca param. A vida nunca para. Eu nunca paro. Por mais parado que tudo esteja.

domingo, setembro 21, 2008

Supersuckers - Born With a Tail

Não consigo parar de ouvir isso o dia inteiro. Além de ser uma música sensacional tem esse clipe foda. Eu realmente queria ser um desses caras.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Cadáveres ambulantes tentando fazer disso tudo algo que valha a pena

Os dias na cidade grande eram uma merda. Eu era só um cara sozinho que não gostava das outras pessoas. Era um solitário que passava os dias escrevendo e dormindo. Mas ás vezes voltava para minha cidade. Nunca gostei muito de lá. Não escondi isso de ninguém. Me sentia estranho pra caralho entrando nos lugares e encontrando todo tipo de pessoas conhecidas. Eu gostava de ser um anônimo e gostava de ficar sozinho. Não suportava companhia em lugares como o supermercado. Mas quando eu voltava até lá e reencontrava alguns amigos as coisas ficavam boas. Os porres eram mais felizes e as drogas eram melhores. Até mesmo as ressacas pareciam mais leves. Gostava de estar com gente que me entendia. Eles sabiam e eu sabia também. Éramos todos um bando de cadáveres ambulantes andando por aí, só esperando a morte chegar e tentando fazer disso tudo algo que valesse a pena. E de certa forma valia.

Valia em cada texto, em cada linha e em cada palavra. Valia em cada abraço e em cada porre. Em cada lágrima e em cada sorriso. Em cada reclamação e em cada elogio. Valia mesmo a pena a cada garrafa esvaziada. A cada blasfêmia difamada. Éramos um bando de pecadores tentando ser pequenos deuses. Deuses de nossa própria existência, de nosso próprio caminho. Engolíamos verdades e despejávamos mentiras. Éramos eternas contradições. Gostava daquilo tudo. Ás vezes sentia vontade de mandar tudo se foder só por estar tudo bem. Não era acostumado que as coisas estivessem bem. Não sabia nunca como elas realmente estavam. Acho que só estavam. Simples assim.

Ás vezes eu só andava por aí. Olhava pra umas pessoas e pensava em como eram coitados ou como eram afortunados. Cada esquina uma nova aventura. Bêbado a emoção era redobrada. Andando por aí meio cambaleante, o medo da madrugada numa cidade grande e a curiosidade por tudo se misturavam num estopim de emoções. Aquele velho lance de se sentir um merda e um gênio ao mesmo tempo. Era como se eu tivesse duas personalidades ou coisa parecida. Ora achava que meus escritos eram dignos de um gênio, me sentia um poderoso escritor bebericando uísque caro em uma noite de autógrafos. Outrora caía na real e percebia que era só mais um como outro qualquer. Rasgava folhas com escritos e apagava palavras. Escondia anotações e jurava que desistiria deste sonho tolo. Mas nunca desistia, nunca mesmo. Era só algo diferente acontecer, uma tristeza se abater e um porre descer e lá estava eu novamente, martelando as teclas e escrevendo páginas e páginas de lamúrias infinitas. Não sabia onde tudo aquilo ia dar, e pra falar a verdade não estava muito preocupado com isso. Só pensava em me manter vivo. Dia após dia, noite após noite. Como o vento soprando na janela. Um cadáver ambulante tentando fazer disso tudo algo que valesse a pena.

terça-feira, setembro 16, 2008

Beatbrasilis #0



Depois de muito trabalho e dedicação está quase pronta a edição #0 da revista beatbrasilis. A arte e a diagramação deixaram a revista linda e os textos ficaram do caralho. Essa matéria sobre teatro descrita na capa como "Chevrolet, Bortolotto e uns lanchinhos pela praça Roosevelt" é a minha.

A revista está praticamente pronta, faltando apenas alguns detalhes pra fechar essa primeira edição. Se você é de São Paulo ou Londrina e quiser garantir a sua pela bagatela de R$ 5,00 mande um e-mail para mim. Se você é de outro lugar mande um e-mail para beat-brasilis@googlegroups.com que o responsável mais próximo de você vai te arranjar um exemplar.

Nesta primeira edição tem a minha matéria sobre a peça "Nossa vida não vale um Chevrolet" de Mário Bortolotto, uma matéria sobre o cineasta Glauber Rocha, outra sobre Jorge Ben e seu memorável disco Tábua de Esmeraldas e uma sobre o fado vadio nos confins de Lisboa, além de contos e poemas com muita influência beat. Se você gosta de literatura beat e marginal e cultura alternativa em geral provavelmente vai gostar bastante.

Noites de Cabíria



Simplesmente adorável.

sábado, setembro 13, 2008

12 de Setembro de 2008 – 01:23

Adoro ser esse cara sozinho. Sério mesmo. Não tenho mais porque reclamar da solidão. Sou um tímido nato e não gosto de falar com as outras pessoas. Não gosto de lhes mostrar meu outro lado da vida. Sou só eu e ninguém mais. Ouvindo Beatles e bebendo vinho e fumando à uma da madrugada. Não preciso deles todos. Me sinto tão bem sozinho. E quando me sinto mal sou eu quem me conforta. Sou minha melhor e pior companhia. Happines is a warm gun. Bang! Bang! Shoot, shoot. É isso aí. Gosto de mim mesmo e me odeio ao mesmo tempo, mas sou eu, eu, eu e EU. Não da pra definir isso tudo. Tomando um porre comigo mesmo e ouvindo ao álbum branco dos Beatles. Porra, é simplesmente sensacional. Preciso da minha solidão como nunca precisei de nada antes. É a melhor droga. A melhor. Saiam de perto de mim cretinos. Vocês não gostam de mim e eu não gosto de vocês. Sou Holden Caulfield e não quero ver vocês nunca mais. Sou um bocado chato e estou bem assim, no duro. Não sei mais o que a vida pode me oferecer, mas se puder ficar como está por mais tempo está tudo bem pra mim. Ié, sou eu sem camisa e com minha calça jeans justa e meus tênis brancos sujos pra caralho. Um escritor de merda bêbado que se adora e se odeia. E foda-se quem não gostar disso tudo. Sou um bocado egoísta. Avenida Paulista vazia, mas nunca para, nunca para, nunca para.O desanimo se abate. Chatíssimo. Odeio saber que amanhã é outro dia. Odeio saber que vou dormir e acordar e vai ser tudo como sempre. Odeio o sempre e odeio a vida. Sou um garoto e quero ser isso pro resto da vida. Quero ser um garoto sozinho e bêbado pro resto da eternidade. Trocaria a vida por um show dos Ramones. Sem sombra de dúvidas. Essa vidica que não vale nada. Um show dos Ramones seria a glória. O céu e o inferno. Seria a vida e a morte. Mnha vida e minha morte.
Odeio quando a vida vem cobrar a conta. Odeio ressacas e odeio dias de pagar as contas. Trocaria tudo isso por ter o talento de John Fante. Trocaria toda a minha vida e a passada e a próxima para ser John Fante. Hoje tinha um compromisso pra ir, mas não sei se ficaria bem por lá. É uma festa e tudo mais, não conheceria ninguém e ficaria sozinho e depressivo,como SEMPRE. Mas estou sozinho em casa e isso é bom. É ótimo e muito muito bom. Não tão bom assim, preciso admitir. Mas estou bebendo e está tudo bem até agora. Fico feliz enquanto estiver vivo. Sem cometer loucuras a vida pode ser bem tranqüila. Você só tem que manter a cabeça no lugar. É só o que deve ser feito. Faça tudo o que quiser, mas mantenha a cabeça no lugar. É por isso que os caras estão aí pra nos ajudar. Caras tipo Bob Dylan e Dee Dee Ramone. Esse lance todo de terminar um texto é uma babaquice. Beberico minha garrafa de vinho e dou uns tragos no cigarro. Tenho um pacote de balas também e ás vezes como umas. Não gosto de doces, mas são balas de infância. Gosto delas. Despejo toda minha vida nessa folha branca. Não escrevo bem mas não me importo. O mundo está cheio de merdas, sou só mais um deles. É só isso. Nada de dramas ou bla bla blas. Beba e viva e faça o que quiser. Essa é a vida. Uma chatice, mas é a vida. Quem disse que tem que ser tudo legal? Ta tudo legal do jeito que ta. Larga de drama e de reclamações. Da pra ser feliz pra caralho com uma garrafa de vinho, um maço de cigarro e umas balas. Da pra ser muito feliz com isso tudo. Da pra viver. Da pra levar. A vida é isso afinal. No final é só você. Essa coisa toda de você e mais você me assusta. Tenho medo de ficar sozinho, mas gosto disso. É um lance bem esquisito e louco. Só você, falando contigo mesmo. Um solitário. Engraçado esse lance todo. De pessoas que se acham escritores e poetas e a merda toda. Só vocês muito doidos vivendo a vida desse jeito. É assim que tudo acaba. Mas nunca acaba de verdade.

terça-feira, setembro 09, 2008

A vocês, meus ídolos.

Ah meus caros, vocês todos, que me fazem não desistir. Vocês que me apoiam, que me suportam, que me fazem me sentir alguém com vocês. Oh, como eu amo vocês. Seria impossível descrever aqui. Basta dizer o fato de que estou de pé ás 6:45 da manhã depois de dormir menos de duas horas só pra ir ao exército e mesmo assim ainda acreditar um pouquinho na vida. Acreditar na vida estando sozinho nessa cidade enorme. Acreditar na vida só tendo vocês companheiros. Oh, meus discos e livros e tudo mais. A arte é o que ainda me faz seguir em frente. É você Ryan Adams, e você John Fante, e você Johnny Thunders, e você Bukowski, e todos vocês. Oh, Arturo Bandini, quanto não devo á você? E a você, Holden Caulfield? E você também, Henry Chinaski. Oh, vocês todos, vocês sim, só a vocês e nada mais. Acredito em todas as linhas, em todos os refrões, em todos os discos e em todos os livros! Acredito em vocês como nunca acreditei em nada antes! Estou perdido em meu bunker hill e correndo a toa em meu campo de centeio, onde não há ninguém pra me apanhar! Estou bebendo em todos os bares e flertando com todas as mulheres, mas nenhuma quer saber de mim, mas eu não ligo, oh não, pois sei que vocês também passaram por isso e estão ali, eternizados, como a coisa mais bela e sublime que pode existir. Vou continuar tentando, meus caros amigos. Sei que vocês, aí de onde estão vão olhar por mim. Creio em vocês e sei que vou me sair bem dessa. Sei que um dia vou poder me lixar pra tudo isso e ver meu nome numa estante. Minha vida impressa em cada linha e cada página e autógrafos nas antecapas, e vou ter certeza que foi tudo graças a vocês. Descansem em paz, meus ídolos.

ps: vale constar que felizmente Ryan Adams ainda está vivo.

domingo, setembro 07, 2008

O pior bar da região

Era um domingo como outro qualquer. Eu estava com uma ressaca daquelas. Rolava pra um lado e pro outro da cama e andava pelo quarto sentindo vertigens estranhas. A ressaca estava suportável. Esquentei uma lasanha de microondas e fiz suco de maracujá congelado no liquidificador. Comi assistindo a um jogo de futebol. Continuei andando por ali. Não tinha muito o que fazer nesse dia. Pensei em ir até uma feira de antiguidades a algumas quadras de casa. Não tive animo pra isso. Continuei deitado olhando pra televisão. Desliguei e fiquei lá sentado. Malditas ressacas dominiciais. Sempre me consumindo como nunca. Domingo era simplesmente o dia mais livre e mais perdido que existia. Nada dessa porra de descansar. Meu único propósito nessa merda de dia era me curar da ressaca. Meu único objetivo na maioria dos dias era continuar vivo e não fazer nenhuma besteira. Até então estava tudo certo. O maldito trânsito nas ruas. Não me importava nem um pouco. Não andava de carro quase nunca. Meu meio de transporte eram minhas próprias pernas, e pra minha felicidade eu morava muito próximo de tudo o que eu precisava fazer. Não preciso fazer nada além de esperar os dias passarem. Só lendo livros e ouvindo rock and roll. Tomando umas cervejas, fumando uns cigarros e dormindo. Só ficar deitado por ali vendo umas porcarias na televisão. Fumando uns cigarros na janela e bebendo nuns botecos sujos. O preferido e mais barato é o bar do China. Um bar pra lá de sujo e mal frequentado que tem como dono um chinês de poucas palavras.
O domingo ainda continua sendo uma merda. Não conseguia beber nem fumar na ressaca. Parecia tudo mais difícil. Comer, dormir, andar e viver. Até escovar os dentes se tornava uma tortura. Decidi andar por aí. Chamei o elevador e fiquei lá esperando. Alguém estava segurando no andar de cima e demorava pra descer. Um tempo depois chegou. A porta se abriu e eu entrei. Um homem balbuciou algo que parecia uma saudação pra mim. Grunhi de volta. Olhei mais atentamente e só então me dei conta de quem era. O próprio chinês dono do bar. Parecia diferente sem o avental com o nome do boteco bordado no peito. "Nove dragões" e a figura de um dragão meia-boca. Era o símbolo e o nome do bar, popularmente conhecido só como China. Continuava sendo um cara de poucas palavras. Imaginei se ele morava ali também ou se só estava visitando alguém. Alguns chineses estranhos moravam naquele prédio e falavam sua língua no elevador, só respondendo um oi ou tchau num português cheio de sotaque oriental. A maioria deveria vender muamba nas dezenas de pequenos shoppings de mercadorias ilegais que ficavam ali por perto. O elevador chegou ao térreo. O China ainda ia descer até o subsolo. Saí do elevador sem falar nada. Ele também não disse. Não era um cara amistoso e nem queria fazer amizade com clientes. As poucas palavras que troquei com ele nos quase 6 meses em que frequento o bar semanalmente foram "traz mais uma china" e "quanto ficou?". Exceto uma vez em que também com poucas palavras negociei dois salgados pelo preço de um enquanto ele fechava o bar no final de uma madrugada qualquer as palavras trocadas eram sempre as mesmas. Nem mesmo um obrigado e um volte sempre o chinês falava. Achei aquilo legal. Ele vendia a cerveja mais barata da região e não precisava ser simpático com ninguém. Seu bar continuaria sendo mal-frequentado e todos que não se importam com o chão sujo e as pessoas esquisitas e feia continuariam indo lá. Era sem dúvidas o pior bar da região e em algum tempo eu teria centenas acumulado centenas de porres tomados ali. Era um bom bar.
Eu odeio a faculdade. Acho um saco ter que ir lá aguentar aqueles manés e ouvir um monte de professor enchendo seu ouvido de bosta. Acho que esses jornalistas são um bando de chatos. Acho que universitários em geral são a pior espécie que já existiu. Acho que a juventude está corrompida de uma forma jamais vista. Odeio papos intelectuais. Odeio discutir política e outras coisas desse tipo. Não suporto ter que ouvir comentários sobre o último final de semana e sobre namoradas e merdas do tipo. Peço todos os dias para que o tempo passe rápido, e felizmente ele tem passado. Mais rápido do que eu podia imaginar. Minha vida passando na minha frente. Não dou a mínima. Achava que mudar de cidade ia mudar as coisas. Não muda. Nada muda o fato de você ser você, e isso não é necessariamente ruim. Só é cansativo. Cansativo demais. É cansativo ser a mesma pessoa por tanto tempo. É uma merda ser um anti-social, mas é muito bom ser poupado de aguentar papos chatos e outras coisas desse tipo. Só acredito nos livros e nas músicas. Só acredito em palavras e guitarras. Acredito num monte de poucas coisas. Acredito em pessoas que nunca vão saber que existo. Elas me entendem como ninguém que acha que me conhece jamais vai entender. Acredito na arte e na expressão como uma fuga da merda toda. Acredito em porres homéricos mas repudio as malditas ressacas dominicais. E todas as outras ressacas dos outros dias também. Não acredito no dia e na noite. Acredito no tempo como uma unidade de merda que não para nunca. Acredito na vida como um trem que nunca para. Uma locomotiva do destino, passando por altas e baixas colinas. Por lugares claros e escuros. Dividida em vagões de diferentes tipos de pessoas. Estou numa merda de vagão. Acredito que a primeira classe não deva ser muito diferente. Estamos todos no mesmo trem, indo pro mesmo destino. Vagabundos iluminados pegando carona em vagões abandonados. Bebendo e escrevendo e falando sobre a vida. Rolando pelos trilhos em direção ao fim da linha. Espero que seja num lugar bonito.
Minha rádio no last.fm é simplesmente sensacional.

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