terça-feira, fevereiro 19, 2013

Pobres, pobres! Acreditando que tinha algo a lhes oferecer. Eu estava muito perdido, como sempre estive, como nunca estive. E eles olhavam pra mim como se eu tivesse uma espécie de áurea ou como se pudesse lhes dizer algumas palavras confortadoras. Eu não tinha nada confortador para dizer, toda a minha vida tinha sido um grande martírio e eu já não queria mais estar ali. Eu não entendia porque me olhavam daquele jeito e acreditavam que eu tinha algo a oferecer. Talvez fosse uma recompensa por todo o meu sofrimento, mas eu tinha sofrido demais pra aceitar essa recompensa de bom grado. Eu já estava acostumado ao fracasso, à decepção, ao horror. Eu sabia muito bem o que queria e o que não queria, mas sabia que nunca teria nenhuma das duas coisas. Eu estava perdido como um filhote que foge da ninhada, mas não havia mais instinto de sobrevivência, não havia abrigos para se esconder. Era o fim, meu amigo, o bom e velho fim, e era bom aceitar antes que tudo aquilo se tornasse ainda pior. Eu precisava tomar uma atitude, e logo. Mas, como sempre, eu era muito covarde pra isso.

Memórias de um Covarde em Extinção; Rick Nicoletti

Ali estava um homem que havia sido submetido a todo tipo de auto-tortura mental, um homem que acreditava ser doutrinado de uma alma poética mas que caia em profunda angústia quando confrontado com a realidade. Durante toda a sua vida ele vivera de sonhos. Aos 12 era jogador, aos 15 rock star, aos 17 escritor, e aos 19 não era nada. Aos 23, era menos ainda.
Queria morrer. Só não sabia como.

I accept my loss
and I think that's the cost
for being so lost.

domingo, fevereiro 17, 2013


meu deus do céu
meus sonhos não cabem
nesse papel.

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Oh girl, but I'm nothing more than a lost boy shouting to the world about how miserable I am.

chove na cidade
tempo sem saudade
meu coração palpita
meu humor se excita
mas estou triste
como um cão
sem dono
sem sono
em pleno
abandono.