segunda-feira, março 26, 2007

Glitter in the gutter.


Fazem algumas semanas que não paro de ouvir o novo disco do Jesse Malin, "Glitter in the gutter". É realmente incrivel.
Os Stooges também lançaram um novo disco. É legal mas não me parece aqueles velhos stooges, eles eram realmente demais. Talvez isso seja a falta do James Williamsom pra dar aquele toque raw power. Mas isso é impossivel de saber porque o Ron Asheton não curte o rapaz. Iggy continua incrivel como um Deus que se preze.

Ultimamente eu estou num momento muito estranho, muito mesmo. Eu não consigo mais escrever como antes e não consigo mais ter a animação e a euforia de antes para fazer as coisas.
Meus únicos momentos de inspiração ultimamente tem sido lendo Bukowski. Puta cara incrivel do caralho. Tem mais esse problema de eu utilizar uma linguagem deveras chula, eu simplesmente não consigo formar frases sem utilizar dois ou três palavrões. Eles me aliviam.
Acho que esse negócio de ficar todos os dias em casa esta afetando minha cabeça. Eu simplesmente fico a semana inteira trancado aqui desperdiçando meu tempo e afetando meu sistema nervoso e isso realmente me satura. Então quando chega o final de semana eu reuno todos os meus reais e me afundo num desses bares baratos. E todos os domingos são preenchidos por ignorantes ressacas que conseguem acabar com os meus dias. Pois agora as ressacas começaram a ocupar as minhas tardes de sábado também. Mas eu simplesmente não consigo ser como essas pessoas que se divertem assistindo filmes em casa. Eu me sinto um passarinho na gaiola e então eu voou para longe e volto com as asas quebradas e cansadas.


Ps: É impossivel de descrever essa sensação de ficar a toa no domingo a noite sem se preocupar com horário pra levantar na segunda.

segunda-feira, março 19, 2007

Nota

Maldito dia que eu inventei de curtir esse tal de rock and roll.

sábado, março 17, 2007

Vinho barato na taça de cristal

Sexta a noite. Todas as pessoas trabalharam incessantemente durante a semana e aguardaram essa noite. E ela chegou. Eu por outro lado não fiz absolutamente nada a semana inteira. Passei quase todos os meus dias trancado dentro dessa fortaleza de concreto que chamam de casa. E eu não fiz nada alem disso e de ouvir música e comer.
E agora a sexta chegou. Ninguém para sair. Os meus poucos amigos se encontram numa sexta difícil. Eu realmente não podia deixar minha cabeça se quebrar sozinho nesse mar de tédio. Não mesmo. Eu não agüento mais essa monotonia. Ela está acabando comigo.
Fui até um bar a algumas quadras de distância. Comprei um vinho barato de 5 reais. E cá estou eu.
Tomando meu vinho barato numa taça de cristal. Que ironia.

sexta-feira, março 16, 2007

The worst

Eu não sei o que é pior. O calor, o tédio ou o tecido da cadeira que fica grudando nas minhas costas. Eu estou de saco cheio de não fazer nada.

quinta-feira, março 15, 2007

Pijama

Acho que eu sou uma das únicas pessoas do mundo que dormem com uma camiseta dos Stones.

segunda-feira, março 12, 2007

One more sad note.

Eu estou passando por uma decadência total ultimamente. Fisicamente e psicologicamente destruído. Pelo menos ainda tenho Arturo Bandini e Holden Caufield pra me fazerem compania. E graças a eles eu vou fazer algo ao invés de me lamentar. Como eu os amo!

sábado, março 10, 2007

Insônia

São nessas horas que eu queria ser como as pessoas normais e ter uma boa noite de sono ao invés de ficar como um zumbi a essa hora da manhã.
Sorte que você me faz companhia, Arturo Bandini.

sexta-feira, março 09, 2007

Matando o tempo pra ele não me matar.

Levantei perto do meio-dia. Lavei o rosto e comi um pouco da pequena marmitex reservada pra mim. Tomei um banho quente, mesmo com o calor de 28 graus eu não conseguia tomar banho frio. Maldita mania. Vesti a calça velha e calcei os tênis furados e coloquei a nova camiseta branca que já começava a adquirir sua nova coloração de acordo com seu uso. Conferi os bolsos e nada. Depois as gavetas, armários, bolsas de minha mãe e nada. Fui até meu irmão que assistia televisão em frente ao sofá e perguntei se ele não teria dois reais pra me emprestar para que eu pudesse pegar o ônibus. Resposta negativa, foda-se esse maldito. Pernas pra que te tenho. Desci a rua de minha casa e virei a direita. O sol estava forte e batia em minha cabeça. Andei mais um pouco e virei umas ruas aqui e outras ali. Direita. Esquerda. Cheguei a uma rua que dividia um pequeno fundo de vale com muitas arvores a direita e casas humildes com pessoas sentadas em cadeiras de descanso a esquerda. Em cada uma delas devia haver um refrescante suco gelado em suas velhas porem cheias geladeiras. Por isso eu adoro essas pessoas. Mesmo privadas de luxos inúteis elas conseguem encher a geladeira, sentar em frente de suas casas e ser realmente felizes com seus cigarros baratos e suas conversas banais. E isso é verdadeiramente maravilhoso. Cruzei a rua das casinhas humildes e cheguei na avenida principal. Extensa e íngreme. Enquanto o sol forte batia a pino agora sem arvores para aliviar meu calor. Subi devagar enquanto sentia o suor escorrer pelas minhas orelhas. O boné na cabeça e os óculos escuros ajudavam mas não diminuíam os raios de sol contra meu rosto e meu corpo. Perna direita. Perna esquerda. Passo rápido. Passo lento. Já estava a certa altura da avenida, agora não faltava muito em distância e sim em resistência. Força Gabriel, você já agüentou distâncias maiores sem reclamar. Mentira, você reclamou bastante mas agora simplesmente não tem com quem reclamar. Então suba e ande e aperte seu passo. E logo a distância era mínima. Mas minha garganta estava amarrada de sede. Passei em frente a um bar. Oh se eu tivesse dinheiro pra comprar um refrigerante. Não preciso sonhar tão alto. Uma garrafa de água já estava de bom tamanho. Quem sabe um copo? Cheguei a escola de música encontraría uns amigos para tocar algumas canções. Tomei quase um litro de água em questão de minutos. Um tempo depois eles chegaram. Tocamos as músicas sem nada de muito relevante. Apenas voltando a forma perdida após duas semanas sem ensaio. Matamos o resto do tempo comendo lanches de pão de forma com mortadela e tomando refrigerante de uva na cozinha da escola musical. Liguei pra minha mãe pra tentar uma carona. Sem sombra de dúvidas eu não tinha condições de encarar mais quatro quilômetros de volta pra casa. Mesmo agora sendo só de descidas e não tendo mais sol para fritar meus miolos eu não tinha a mínima disposição. Não mesmo. Peguei carona com minha mãe em frente ao Mc'donalds da avenida maringá, ao lado do meu antigo colégio e do apartamento que morava a bons meses atrás. E finalmente eu voltaria pra casa de carro e ficaria a toa e ótimo. Mas ela tinha um compromisso do outro lado da cidade e eu teria que fazer hora. Me deu quatro reais em moedas e fui até a padaria ao lado do prédio onde ela tinha ido pra matar o tempo. Um bairro tranquilo e uma avenida com movimento frequente porem calmo. Perguntei o preço da cerveja ao atendente. Dois reais e sessenta centavos a garrafa. Não compensaria tomar só uma garrafa. Comprei um desses refrigerantes baratos de dois litros e um pacote de salgadinhos. Tomei alguns copos do refrigerante e me arrependi por não ter pego a cerveja. Comi alguns salgadinhos e descobri estar sem a mínima fome. Oh cerveja porque eu não segui o caminho que você me indicou na geladeira da padaria. Ainda se fosse o meu refrigerante preferido, mas ele estava extremamente quente e não compensaria o meu pobre dinheirinho em moedas. Continuei tomando meu refrigerante vagabundo e olhando para a rua. Ônibus passavam e as pessoas nos automóveis me olhavam sentado na mesa de plástico da padaria. Ela voltou e voltamos para casa. Passei o resto da noite lendo. Matando o tempo pra ele não me matar.

quinta-feira, março 01, 2007

Coisas que só acontecem comigo.

Quarta-feira, dia de aula. Passei a tarde sem fazer nada como sempre e depois de assistir malhação peguei o ônibus pra ir pra aula. Entrei no ônibus e resolvi ficar nos primeiros bancos antes de passar pelo cobrador. O trajeto ia normal até uma certa altura da leste-oeste onde muitas pessoas subiriam no ônibus incluindo alguns idosos, então resolvi pagar e passar.
Dei meus cinco reais pro cobrador enquanto uma fila das pessoas que haviam subido se formava atrás de mim. Olhei pra máquina que controla a catraca e o verde estava aceso, passei e esperei pra receber meu troco e foi ai que a confusão começou. Uma mulher magra de uns trinta anos que estava atrás de mim disse pro cobrador que tinha passado o cartão na máquina antes de eu passar. Então o cobrador retrucou pra ela que não teria como saber se ela havia mesmo passado. Enquanto isso eu ficava olhando para os dois e esperando meu troco. Ele me deu os três reais e eu fui para o meio do ônibus e continuei acompanhando o resto da discussão. O cobrador disse que ela deveria esperar chegar ao terminal para reclamar e ela em súbita raiva disse que não ia esperar nada e que tinha pagado. Nesse momento ela deu um salto incrivel sobre a roleta e foi andando para o fim do ônibus enquanto o cobrador ficava olhando abismado e inconformado.
Eu não sabia se chorava por ter iniciado toda aquela confusão ou se ria pelo pulo da mulher. Estava com muito mais vontade de rir, não é todo dia que você ve umas coisas dessas.
Fui pra minha aula e encontrei um professor que me deu aulas a uns anos atrás. Ele me disse estar abrindo um curso de aulas especificas pro vestibular por matérias e os outros professores eu conhecia a maioria. Uma boa idéia em vez de cursinho.
Sai da aula e fui esperar minha mãe na avenida Higienópolis em frente a loja tng cantando With a little help to my friends dos Beatles em voz baixa. Logo um grupo de três meninas e um rapaz que deviam ter idade próxima aos vinte anos e aparentavam ser típicos universitários da uel passavam andando e pararam na esquina em frente de onde eu estava sentado discutindo. Uma das meninas havia perdido um melhor amigo e ela devia ser algum tipo de espírita e os outros haviam brincando, então se desenvolvera toda a confusão. A menina que havia perdido o melhor amigo choramingava e falava que não gostava de brincadeiras do tipo enquanto as duas outras garotas e o rapaz tentavam argumentar que eles não queriam desrespeitar e era apenas um momento de brincadeira e coisas do tipo. Logo a confusão se resolveu e todos abraçaram a chorosa menina que havia perdido o amigo Deus sabe quando.
Se despediram e tomaram caminhos opostos, o garoto e uma das meninas por um lado e as outras duas por outro. Eles já estavam alguns metros separados quando ouvi o garoto dizer:
"Amanhã a gente se vê na Uel".