domingo, dezembro 30, 2007

Gabriel queria ir jantar comida chinesa na Liberdade, mas se contentou em comer um yakissoba de 4 reais do metrô Ana Rosa.

Tuudo bem!

Boring people

Vejo as coisas passarem na minha frente e por mais que eu tente eu não consigo alcançá-las. Não faz muito sentido, nada faz. Eu só queria ficar no meu canto tomando minha bebida. Não gosto das pessoas em geral, elas me chateiam. São tão chatas com suas novidades, seus relacionamentos, seus empregos e ocupações. São tão chatas quando falam sobre suas lembranças e tão chatas quando tentam se divertir. Eu só quero ficar aqui com a minha cerveja sem ninguém pra me encher o saco. Acho que isso não é pedir muito.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

As coisas estão começando a dar certo. Agora é só esperar.

sábado, dezembro 15, 2007

When I say LUV, you better believe me LUV!
Gimme a beer.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

About You

Não consigo parar de ouvir a música About You dos New ones, banda de alguns amigos. E não falo isso porque eles são amigos, e sim porque a música é do caralho mesmo. To ouvindo todo dia, e pode acreditar que vale a pena. Quem quiser conferir é só clicar aqui.

E agora
Todas as coisas
E mais algumas delas
Se dissolvem no meu copo de vinho

E eu vejo com meus olhos
E sinto com a minha alma
E tenho a certeza
De que é bom estar sozinho
Pra falar a verdade mesmo eu to mais tranquilo que vagabundo em véspera de feriado.
Independente do relacionamento ser sério ou não, eu sempre dou um jeito de sair por baixo. Acho que eu nasci pra ser assim. Acho que alguma coisa me atrai pro sofrimento e pra solidão. Mas isso não é necessariamente ruim. É só uma questão de me acostumar com as coisas como elas são e parar de criar expectativas para tudo. Sem essa de achar que tudo vai dar certo no final porque não vai.

domingo, dezembro 09, 2007

São em noites tipo a de ontem em que eu tenho certeza que o meu dinheiro foi bem gasto e que essa cidade é sensacional.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Eu tenho me esforçado em todos os sentidos para ser alguém normal, mas isso tem sido extremamente difícil.

domingo, dezembro 02, 2007

Universitários

Eu odeio esse negócio de faculdade. Odeio vestibulares e odeio conferir gabaritos. Odeio veteranos e odeio calouros. Odeio pessoas que enchem o peito para falar que fazem tal faculdade e acham isso o máximo. Odeio quem acha que um papel pendurado na parede faz de alguém uma pessoa melhor. Eu nunca entrei numa faculdade, mas também não tenho vontade. Não gosto de pessoas que andam com o pessoal da "facul" e acham isso muito legal. Odeio gente falando sobre matérias, provas e professores em mesas de bar. Não suporto a idéia de ter que ficar mais 4 anos frequentando salas de aula e aguentandos pessoas chatas se achando descoladas porque estão na faculdade.

sábado, dezembro 01, 2007

Viajando

To viajando e acho que só volto pra Londrina ano que vem. Graças a Deus diga-se de passagem.

E tenho vestibular hoje. Daqui a pouco. Me desejem boa sorte.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Ontem eu tava curtindo minha tarde ociosa e assistindo televisão deitado no sofá. Fiquei mudando de canal até parar na band e tava passando um daqueles programas de baixarias e lavações de roupa suja em público. Um casal estava lá e na tarja da parte inferior da tela estava escrito: Meu marido me trocou pelo videogame.

A mulher que media os debates, tretas e toda aquela coisa ficou perguntando pro cara porque ele preferia o videogame do que ela, e enquanto ela perguntava isso o cara tava lá sentado em frente a uma televisão jogando o videogame. Mostraram ele jogando e eu vi que era um jogo de futebol e um tempo depois percebi que era o lendário jogo do super nes - International Super Star Soccer, um dos jogos que mais marcaram minha infância. Quem não lembra do craque Allejo, o Pelé do videogame?
Imagina o dia que esse cara conhecer Wining Eleven. Ai a mulher dele ta fodida. Ou melhor, não ta fodida.

domingo, novembro 25, 2007

It's saturday night

It's saturday night
And I'm at home

It's saturday night
And I'm all alone

It's saturday night
And I'm drinking some beers

It's saturday night
And I'm hiding my fears

It's saturday night
And I'm having bad dreams

It's saturday night
And I still doing the same things

sábado, novembro 24, 2007

Halloween head

Here comes that shit again
I got a Halloween head
Head full of tricks and treats
It leads me through the nighttime streets
Black cats and fallen trees
Under ladders - always walkin’
Salt shaker spills - just throw it over your shoulder, babe

I got a bad idea again
I got a Halloween head
Halloween head

Head full of candy bags
costume shops and punks in drag
Head full of tricks and treats
Places where junkies meet
And it leads me through the streets at night
That’s alright I just watch, I don't go inside
It's all the same old shit again
I got a Halloween head
I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head

I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head
I got a Halloween head
Oh, Lord, I got a Halloween head

Here comes that shit again
I got a Halloween head
Head full of tricks and treats
It leads me through the nighttime streets
Down-town, down-town, down-town

I got a Halloween head
I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head
What the fuck's wrong with me?
God, I’m a Halloween head

Halloween head - Ryan Adams

sexta-feira, novembro 23, 2007

O jogador



Não, ele está enganado! Se fui agressivo e estúpido a propósito de Paulina e Des Grieux, ele foi agressivo e estúpido a propósito dos russos. No que me concerne, não digo nada. Aliás... aliás, por enquanto, não é de modo algum disso que se trata: tudo isso não passa de palavras, palavras, e são necessários atos! O essencial, agora, é a Suíça. Amanhã... oh! Se eu pudesse partir amanhã! Renascer, ressuscitar! É preciso provar a eles... que Paulina sabe que eu ainda posso ser um homem. Bastaria... aliás, agora é muito tarde, mas amanhã... Oh, tenho um pressentimento e não poderá ser de outro modo. Tenho agora quinze luíses e comecei com quinze florins! Se iniciar com alguma cautela... Será possível que eu seja apenas uma criança? Será que não compreendo que sou um homem perdido? Mas... por que não poderei então ressuscitar? Sim! Bastará, uma vez em minha vida, ser prudente, paciente e... só isso! Bastaria, só uma vez, ter caráter e, em uma hora, posso mudar inteiramente meu destino. O essencial é o caráter. É só levar em conta o que me aconteceu há sete meses em Roulettenburg, antes de me arruinar inteiramente. Oh, foi um notável exemplo de decisão! Eu havia perdido tudo, tudo... Saio do cassino, olho... um florim vagava ainda no bolso do meu colete: “Ah, ainda me resta com o que jantar!”, disse a mim mesmo, mas, antes de dar uma centena de passos, mudei de idéia e retornei.Coloquei o florim sobre o manque (desta vez foi sobre o manque) e, na verdade, experimenta-se uma sensação particular quando, só, num país estrangeiro, longe de sua pátria, de seus amigos, sem saber o que se irá comer naquele dia, arriscamos nosso último florim, o último, o último! Ganhei e, vinte minutos mais tarde, saí do cassino com cento e setenta florins no bolso. Eis o que pode significar o último florim. E se eu me deixasse abater, se não tivesse tido a coragem de tomar aquela decisão?...
Amanhã, amanhã, tudo acabará!...

O jogador – Fiódor Dostoiévski

terça-feira, novembro 20, 2007

Mudança de horários

Agora meu pai inventou que só vai me dar mesada se eu acordar todos os dias ás 9 horas da manhã e voltar a ir no cursinho. A primeira parte eu já comecei a fazer desde ontem, e te garanto, ta sendo péssimo. Pra alguém vagabundo e acostumado a acordar ás duas ou três da tarde como eu essa mudança esta sendo drástica. Aí você me pergunta o porque eu não acordo, ligo pra avisar pra ele que acordei (porque é assim que o procedimento funciona, já que não moramos juntos) e volto a dormir de novo. Por mim eu faria isso numa boa, numa ótima, mas ele volta a ligar a cada hora pra ver se eu tou acordado, e se eu não tiver já sabe, bau-bau dinheiro do final de semana, já era as garrafas e as horas no bar.

É chato esse negócio de ser sustentado pelo pai. Eu já tentei arrumar um emprego, mas não obtive sucesso. É complicado, a primeira coisa que eles perguntam quando você liga ou chega lá é se você é maior de 18 e tem o terceiro grau completo. Maior de 18 eu não sou, já me fodo nessa, e o terceiro grau completo eu tenho, só não tenho o famigerado diploma que o enrolado supletivo está enrolando para entregar. Mas tudo faz parte. Será que o Salinger já passou por umas dessas? Mas melhor eu parar de pensar que sou o Holden. Meu olho ta doendo e fechando de tanto sono. Nem lembro mais quando foi a última vez que isso acontece. Talvez foi na época que eu estudava de manhã e saia nos dias anteriores ás aulas. O que pensando bem nem faz muito tempo, foi ano passado pra ser mais sincero. Lembro dum dia que eu virei a noite de sexta pra sábado bebendo no potiguá com uns amigos e peguei carona com um deles até a porta do colégio. Aí entrei pra fazer a prova e achei que ia ser normal e que mesmo eu não sabendo nada do conteúdo da prova eu ia conseguir ler e responder algumas. Mas quando eu cheguei na sala e peguei a prova começou a rodar e eu fiquei com o olho pesado e doendo igual eu to agora. Falando nisso eu acho que vou dormir. Acho que é a primeira vez nesse ano que eu acordei cedo e que to indo dormir antes da meia noite. Boa noite pra vocês aí. Boa noite pra mim, na verdade.

A little less conversation, a little more action



Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação. Sábado a noite eu estava no Potiguá bebendo umas cervejas com uns amigos e tava tocando aquele disco das 31 músicas mais tocadas do Elvis e a última era exatamente essa. Na hora eu tive um estalo e comecei a pensar nas coisas todas. Pensei em como esse ano foi ruim e em como eu fiquei parado de braços cruzados assistindo tudo passar e decidi que ano que vem vai ser diferente. Eu achei que isso fosse só mais um insight de bar mas continuei pensando nisso ontem e hoje e tive certeza que preciso mudar um monte de coisas.

O rei do rock mexe comigo. It’s now or never, ele já cantara há muito tempo atrás. A cidade esta me sufocando, minha vida atual esta me sufocando e eu acho que as coisas precisam mudar drasticamente ano que vem. Primeiro de tudo mudar de ares e arranjar alguma coisa pra fazer durante o dia. Acho que seria bom se eu ocupasse meu tempo com alguma coisa produtiva ou arranjasse um emprego ao invés de ficar reclamando de tudo. Esse ano foi uma merda, ainda esta sendo pra ser mais sincero, mas ano que vem vai ser tudo diferente. Oh, vai sim. Mas até lá eu espero.

E enquanto espero eu ouço aos Hellacopters cantando uma música que diz quase a mesma coisa só que com guitarras mais pesadas, conforme um amigo que estava comigo no sábado lembrou logo quando a música do Elvis tocou. I gotta get some action now!

sábado, novembro 10, 2007

Whiskey Sour

Acho que eu desisti de sair em Londrina. Acho que já desisti disso faz tempo. Eu não quero mais sair e não quero mais ir nos mesmos lugares de sempre e nem ver as mesmas pessoas de sempre. Eu só quero ficar aqui tomando meu whiskey sour e ouvindo os Real Kids.

Whiskey sour é um negócio legal, eu o descobri lendo o Factótum do Bukowski que eu comprei esses dias. Lá em uma das partes diz que uma das personagens pede um whiskey sour num bar e uma nota no rodapé da página explica que é um drink feito de uísque com suco de limão e açucar. Pode parecer estranho, mas eu nunca tinha ouvido falar disso antes. Já tinha tomado uísque com energético, uísque com refrigerante, mas nunca whiskey sour. Graças a Deus eu descobri o whiskey sour, é mais barato e mais prático que os outros e é bom pra caralho.

Hoje por exemplo, eu disse pro meu pai que não ia sair mas pedi pra ele me levar até o carrefour pra comprar umas cervejas. Ele no auje de sua preguiça em sair de casa e dirigir, pois a casa dele fica num condomínio fechado a uns bons quilômetros do shopping, me disse pra tomar umas doses de um dos seus uísques. Claro que sem antes fazer a ressalva para que eu tomasse apenas algumas doses e não a garrafa inteira. Eu não estava muito afim de tomar cowboy ou só com pedrinhas de gelo e um pouco de água, e a coca-cola havia acabado um pouco antes, então cortei e espremi alguns limões e fiz um pouco de suco, de modo que cada copo dava pra misturar com duas doses de uísque. Aí foi só jogar o açucar, mexer e estava pronto o whiskey sour.

Tomei as duas primeiras doses num intervalo de dez minutos. Aí tomei a terceira e fiquei um tempo esperando. Achei que se continuasse embalando ia acabar com o uísque do meu pai em dois tempos. Acho que agora vou preparar a quarta dose. Depois disso eu tomo a quinta e acabo, se eu conseguir parar por aí. Whiskey sour, tomem isso se puderem.

quarta-feira, novembro 07, 2007

É muito chato

Eu odeio esse negócio de vestibular. É muito chato chegar no cursinho e descobrir que o horário das aulas foi alterado e ver um monte de alunos chatos tensos com o vestibular de domingo.
E é mais chato ainda ter que tomar corajem pra ler e revisar as matérias enquanto eu só queria continuar lendo meus livros do Bukowski e do Dostoiévski.

terça-feira, novembro 06, 2007

Sobre o vestibular

Então o vestibular da UEL é domingo e eu não estou estudando e nem fazendo nada e chegou aqui uma carta indicando o lugar onde eu devo fazer a prova que fica aqui perto de casa mas eu não faço a mínima idéia de onde é o tal lugar. E hoje já é terça a noite e eu não quero nem pensar em como vai ser responder aquelas 60 questões malditas em que eu não vou saber a maioria das respostas e vou acabar chutando boa parte delas e torcendo para que isso dê certo pelo menos uma vez na minha vida.

Não consigo entender o fato de as pessoas acharem que entrar numa faculdade e conseguir um diploma cretino pendurado na sua parede o resto de suas vidas vai fazer delas pessoas melhores. Depois vão achar uma garota que seus pais aprovem, vão casar e ter filhos insuportáveis e passarão os próximos 20 anos em escritórios ordinários ouvindo ordens de patrões velhos e carrancudos e passando o final de semana sentados em frente ao sofá assistindo terríveis progamas na televisão e ouvindo seus filhos implorarem pelo novo tênis ou videogame que foi lançado.

Happy Birthday, Ryan



Ontem foi aniversário do Ryan Adams. Eu queria fazer uma homenagem pra esse cara. Suas músicas significaram muito pra mim em um monte de momentos diferentes. Eu não tinha a mínima noção do que falar. Na verdade eu queria falar tanta coisa que acabei sem conseguir falar nada. Coloquei pra tocar seu novo EP com os Cardinals, Follow The Lights e ouvi de uma vez. Foi lançado há pouco tempo, dia 22 de outubro se não me engano e é ótimo, como quase tudo que esse cara faz. A versão de Is This It acústica foi a que mais mexeu comigo. As músicas inéditas também são sensacionais. Logo depois o wmp começou a tocar na seqüência o Jacksonville City Nights. Aí eu tive certeza sobre o que falar. Só de ouvir os acordes iniciais de A Kiss Before a Go eu já sabia o que eu precisaria falar. E agora eu estou ouvindo The End e escrevendo isso aqui. Eu não sei exatamente o que esse disco tem de especial, não é nem meu disco preferido dele, mas é apaixonante e tem algo que te faz pensar na vida. É um disco de alt-country e baladas apaixonantes. É um disco que só alguém muito inspirado poderia fazer. É uma verdadeira obra prima de um verdadeiro gênio da música. Parabéns, Ryan.

David Ryan Adams completou 33 anos. É a idade de Cristo, como dizem por aí. O garoto cresceu em Jacksonville, cidade interiorana da Carolina do Norte. Aos 9 anos seu pai saiu de casa pra nunca mais voltar, deixando o garoto aos cuidados da mãe, uma professora de língua inglesa que sempre o incentivou a ler. Foi assim que conheceu e formou seu gosto literário por Jack Kerouac, Edgar Allan Poe, Sylvia Plath, Henry Miller entre outros. Aos 9 anos impulsionado por Edgar Allan Poe começou a escrever poemas e pequenas histórias na máquina de escrever de sua mãe. Aos 14 conheceu Miller e Kerouac aprendeu a tocar bateria e entrou numa banda chamada Black Label. Abandonou a escola no segundo grau e se mudou para a fazenda de sua avó nos arredores de Jacksonville e começou a tocar com duas bandas locais, Ass e The Lazy Stars. Depois entrou no The Patty Duke Syndrome, banda de punk rock que se apresentava pelos bares de Jacksonville. Com os amigos Caitlin Cary, Eric "Skillet" Gilmore, Steve Grothmann e Phil Wandscher montou a banda Whiskeytown, com a pretensão de tocar músicas de Alt-Country influenciadas pelas músicas de artistas de country-rock como Gram Parsons, Neil Young entre outros. A banda lançou 6 discos e após seu fim Ryan seguiu para sua carreira solo. Lançou dez discos, três com a banda de apoio The Cardinals (Cold Roses, Jacksonville City Nights e Easy Tiger, este lançado apenas com seu nome), quatro EP’s e continua produzindo até hoje.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Sinvaldo's - O novo antigo Potiguá

O potiguá antigo era um bar do caralho. O boteco da Rua João Pessoa já era o terceiro endereço endereço deles e eu nunca tinha ido lá antes. Acho que eu tinha uns 14 anos quando cheguei lá a primeira vez. Antes eu tinha um certo medo porque achava que os punks iam ser maus com todos desconhecidos que entrassem no bar. Mas lá fui eu com um amigo um dia. Era uma espécie de sala de uma só peça com o balcão do lado direito e um espaço meio apertado pro pessoal transitar. No fundo tinha uma mesa de pebolim e outra de bilhar bastante velhas as duas e um banheiro pequeno e sujo pra caralho, digno de um bar de roqueiros.

Depois eu voltei lá pra ver alguns shows. Sempre rolavam as bandas lá no fundo, eles arrastavam as mesas de bilhar e pebolim pro canto e as bandas tocavam lá na grande maioria das vezes no chão, frente a frente com a platéia que era formada por um monte de roqueiros de todas as espécies e que os fãs de determinadas bandas ficavam lá pogando na frente dos caras e o resto do povo do bar se apertava atrás. Detalhe que se você quisesse ir ao banheiro durante o show você tinha que atravessar a banda para chegar até lá, mas claro que as únicas pessoas que faziam isso eram as meninas porque os caras mijavam na rua e nas portas dos outros estabelecimentos comerciais que ficavam ali do lado, o que também foi um dos motivos posteriores para a mudança do bar.

Lembro que em um desses shows eu cheguei lá e tinha uma banda de três caras tocando. Eu já tinha meus 15 anos e já pendia meu gosto para as bandas punks dos anos 70 e não tirava uma camiseta que um amigo tinha comprado no brechó e me dado de presente porque ela dava coceira nele e a camiseta era toda vermelha com os escritos "Aplaud the 70's" atrás e um desenho de duas mãos batendo palmas. Eu cheguei lá com minha camiseta e minha calça jeans apertada e rasgada no joelho e fiquei vendo a tal banda. O guitarrista usava uns óculos de grau quadrados e legais e o baixista tava lá vestido no visual dos Ramones. Eles estavam tocando um monte de músicas legais de gente como Richard Hell, MC5, Velvet underground, Television, Ramones e outras coisas. Eu cheguei lá e fiquei curtindo em frente ao show e gritando - "Toca Iggy Pop" a cada intervalo de música. Gritei tanto que uma hora o guitarrista dos óculos quadrados se irritou comigo e me deu um esporro. Disse que o baixista não sabia tocar nenhuma do Iggy e deu um fim aos meus pedidos. Eu fiquei quieto e continuei lá em frente ao show. O guitarrista conversou um pouco com os outros caras e eles começaram a tocar outra música. Era No Fun.
Um tempo depois descobri que o guitarrista tinha uma banda chamada Cherry Bomb. Fui em alguns shows e era uma banda legal, mas eu não costumava sair muito e via poucos shows das bandas de Londrina, a maioria que acontecia pela parte da tarde.

Toda semana eu chegava na Garageland e ficava lá olhando os discos, as camisetas e conversando com o Cibié, o dono da loja. Um dia vendo os discos eu vi um em que a capa que eram uns caras de cabelos longos e jaquetas de couros parecidos com os Ramones. Era uma foto preta e branca tirada num show e a foto tinha os caras de instrumentos na mão. O nome da banda era The Real Kids. Eu fiquei curiosissimo pra conhecer a banda. Todos os dias que ia lá na garageland dava mais uma olhada no tal disco. Um dia eu consegui baixar um disco da banda pela internet e achei sensacional. Voltei lá e decidi levar o disco. Eu andava meio sem grana e ofereci uma troca por mais outros dois discos que eu tinha e não ouvia e o Cibié aceitou porque o disco dos Real Kids tava lá encostado fazia um tempão. Era uma colêtanea de apresentações ao vivo em vários lugares e em umas rádios. Na troca ficou decidido que eu tinha que voltar mais uma grana baixa pro Cibié, então pedi pra ele deixar separado que eu voltava com o dinheiro pra pegar outra hora. Cheguei lá num outro dia e quem tava no balcão era o cara dos óculos quadrados. Há essa altura eu já sabia que ele era conhecido como Cheiroso e que já era antigo na cena da cidade. Falei pra ele que tinha ido pegar o disco e ele puxou assunto comigo sobre a banda. Foi uma conversa meio breve, mas comecei a achar o cara gente boa.

Uns dias depois fui com um amigo num churrasco em que eu não conhecia quase ninguém e o cara tava lá. Ele chegou em mim e falou algo do tipo - "Eai meu, cê é fã do Real Kids". A gente ficou conversando sobre uns lances e tudo. Depois disso toda vez que eu encontrava o cara no bar Potiguá ou na Garageland trocava umas idéias com ele. O Cherry Bomb acabou e ele montou Os Substitutes com os mesmos caras. Nessa época eu já tinha meus 16 anos e ia em praticamente todos os shows. Vez ou outra eles tocavam ainda umas músicas do Cherry Bomb e uns covers do Jam. Depois a banda acabou e o Rodrigo (ou Cheroso) foi pra Londres tentar a sorte. Uns tempos depois e o Potiguá mudou de lugar, pro centro da cidade. No começo o pessoal fazia uma força pra ir lá e curtir, mas não era a mesma coisa. Agora o Potiguá é um bar grande e escuro cheio de mesas de sinuca e não podia ter mais shows por causa dos moradores vizinhos. Não demorou muito e todo mundo abandonou o bar, que continua lá mas que é praticamente a última opção do pessoal.

Há mais ou menos um mês atrás o Droogies organizou um show em um boteco e o Teixeira me convidou pra ir. Saí do cursinho e encontrei o Renato. Chegamos no tal bar e eu já tinha passado lá na frente algumas vezes. O bar era pequeno e parecia muito com o Potiguá antigo. As diferenças eram de que o balcão ficava do lado direito e o espaço restante em que o pessoal transitava e fica em pé pra assistir o show é mais apertado ainda. O bar fica na Duque de Caxias e é uma rua longa movimentada pra caralho, bem diferente da calma e curta rua João Pessoa. O show foi bem legal e deu aquela nostalgia do antigo bar. O Renato curtiu a idéia e marcou um show lá pra sua banda nova, os New Ones. O show foi no domingão. Cheguei lá ainda meio de ressaca do sábado e fiquei bebendo com o pessoal. Um tempo depois começou a lotar e chegou a hora dos caras fazerem o show. Eles foram lá e foi do caralho. Dessa vez a sensação de estar no Potiguá antigo foi maior ainda. Eram praticamente as mesmas pessoas ali. Era quente, apertado e sujo igualzinho ao outro bar. Depois do show todo mundo ficou bebendo lá na frente do bar igual no antigo, a diferença é que dessa vez um monte de gente quase foi atropelada pelos carros e ônibus que passavam com grande freqüência e em alta velôcidade na avenida Duque de Caxias, mas felizmente ninguém foi atropelado e a noite foi muito legal.

O Maycon aproveitou pra fazer um clipe com a música dos New Ones e olhando assim parece ainda mais o antigo Potiguá. O Rodrigo chegou pra mim no msn e perguntou como é o tal bar. Eu só disse que tive a sensação de estar nos antigos shows do Electro Shock Combo no Potiguá. Ele disse que deu uma puta saudade da galera vendo o vídeo. Eu também fiquei com saudades desses recentes tempos, que infelizmente passaram. Espero que tenham mais shows nesse boteco como esse e que um dia o Rodrigo possa tocar lá com seu saudoso Cherry Bomb e com toda a galera presente. Espero que Londrina volte a ser legal como antes.


ps: Quem quiser conferir o vídeo é só entrar no blog do Maycon.

sábado, outubro 27, 2007

Apesar de tudo eu não posso me queixar do tempo,

esse ano está passando muito rápido.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Clock Strikes Ten

Eu ando vagabundo pracaralho. Não que isso seja novidade, porque nesse ano eu não fiz praticamente nada, mas agora eu estou extrapolando os limites do ócio e começando a me sentir muito mal por isso. Coisas como ir dormir as 6 da manhã e acordar as 4 da tarde. Depois ir pro cursinho e não fazer nada de útil durante a madrugada toda.

E hoje (ou ontem, já nem sei mais) foi pior ainda. Eu tinha que ir buscar minha carteira de trabalho e fazer mais algumas coisas de manhã então virei a noite jogando wining eleven e testando minhas aptidões culinárias. Fiz uma mini pizza que a massa ficou alta e meio ruim e um brigadeiro que ficou com uma espécie de bolinhas esquisitas que eu nunca tinha visto em nenhum outro brigadeiro. Ficou meio duro também, mas apesar de tudo até que tava bom.

Então eu fui lá e fiz todas as coisas que tinha pra fazer de manhã, voltei pra casa e fui dormir depois do almoço. Eram umas 2 horas e eu emendei até as 10 da noite. Perdi a aula, recuperei o sono mas agora meu horário ta todo alternativo. São 02:18 da madrugada de quarta e sabe Deus que horas eu vou dormir e que horas eu vou acordar amanhã. Eu preciso de algo pra fazer urgente, mas esse ano já perdi as esperanças de achar alguma ocupação. O ditado de que "cabeça vazia é oficina do capeta" é verdadeiro, acreditem.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Dignified and Old



My telephone never rings
She'd never call me
I hate myself today
But I can see through this bitterness and sadness
And so I won't die
Someday I think I'll be dignified and old

Well my friends say that I decieve myself
And that I contradict myself
And I can't say if they're right
But I'm not ashamed
oh I can take a challenge
And so I won't die
Someday I'll be dignified and old, I know it!

Dignified and Old - The Modern Lovers (Jonathan Richman)

terça-feira, outubro 16, 2007

Nos últimos dias minha vida tem se resumido a massivas disputas de wining eleven. Um videogame muda a vida das pessoas, pode acreditar.

Há exatamente um ano atrás eu provavelmente estaria reclamando do horário de verão e do fato de ter que acordar uma hora mais cedo. Agora pra mim tanto faz que seja horário de verão, de inverno, de outono, de primavera ou do caralho a quatro. Eu posso dormir minhas 10 horas diárias sem que ninguém me encha o saco. Ser vagabundo tem suas (muitas) qualidades.

Esses dias atrás eu tava assistindo aquele reality-show do sbt chamado "Quem perde ganha", onde uns gordinhos se dividem em duas equipes e tem que emagrecer o máximo que puderem, e tem umas eliminações, provas e brigas de convivência do tipo big brother, mas isso não vem ao caso. Uma das gordinhas deu um depoimento que me fez ficar realmente pensativo. Era assim:

- "A minha vida inteira eu fui gorda. A minha relação com a comida é como a de uma mãe com a filha."

Fala sério né gordinha, criar laços afetivos com a comida é pra foder. Não que isso seja totalmente anormal, já vi gente criando laços afetivos com birita, o que pensando por um lado não me parece tão mal assim. Se um dia vocês me virem chamando uma garrafa de "meu bem" não estranhem.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Tudo como sempre enquanto eu ouço ao Lou Reed cantando walk on the wild side e sinto calor mas tenho preguiça de levantar pra ir abrir a janela. É uma sexta a noite e eu poderia sair por aí e beber com qualquer pessoa em qualquer lugar mas provavelmente vou acabar ficando por aqui mesmo, porque eu quase nunca visito meu pai e quando isso acontece a gente já começa a se desentender por eu não ser como ele queria que eu fosse e ele não ser como eu queria que ele fosse.

Pra piorar ele disse pra mim nem me inscrever no Mackenzie porque se eu passar ele não vai pagar mesmo. Falou pra eu estudar e entrar na Cásper ou na uel, o que como vocês podem imaginar provavelmente não vai acontecer, e eu vou continuar morando em Londrina, fazendo cursinho e fazendo as mesmas coisas de sempre e vendo a vida passar.

Pelo menos aqui tem o videogame. É divertido pra passar o tempo. Acho que tem umas latas de cerveja na geladeira também. Essa é uma das vantagens da casa do meu pai, quase sempre tem cerveja na geladeira. Uma das desvantagens é que ele não gosta que eu beba muitas, e nos uísques não posso nem pensar em mexer.

É chato pensar que eu vou acabar ficando como sou agora pra sempre. E que as coisas vão acabar ficando assim pra sempre. Eu falo isso em todo post, mas o blog é meu e eu quero que vocês se fodam, mas quem acaba se fodendo quase sempre sou eu mesmo. Que dramático isso. Um pouco exagerado também, mas também tem seu lado verdadeiro. Eu devia aprender a me contentar com o que eu tenho e parar de reclamar. E eu também podia aprender a ter força de vontade pra fazer alguma coisa, mas acho que a única coisa pra qual eu tenho força de vontade é pra tomar umas cervejas e reclamar da vida. É por isso que eu digo que sou um velho de 17 anos. Fora o meu sedentarismo e minha já cultivada barriga de chopp que fazem um conjunto perfeito com o meu espírito idoso.

Fazia um tempão que eu não ouvia o Transformer do Lou. Um disco do caralho, o melhor dele pra mim. Eu já cheguei a ter esse disco por alguns dias. Foi quando um amigo ia mudar de país e colocou uns discos pra vender.Eu lembro que comprei esse, o primeirão dos Modern Lovers por uma pechincha, o Singles going steady dos Buzzcocks e o Lust for Life do Iggy, com aquela capa amarela e a foto dele dando um sorrisão. Fiquei babando no The Idiot do Iggy também, mas não tinha grana pra comprar. Uns dias depois eu voltei lá e perguntei se ele não trocava pra mim o Transformer pelo The Idiot que eu pagava a diferença que era tipo uns 5 reais a mais. Também pesou na decisão o fato de o The Idiot ser importado e o Transformer nacional. Um ano depois um amigo chegou pra mim e me contou que o The Idiot tinha sido lançado nacional e que ele tinha comprado por 12 reais no Carrefour, um monte de reais mais barato do que eu tinha pagado um ano atrás.

O bom desse feriado é que eu sai ontem, não vou sair hoje e fico tranqüilo porque amanhã ainda é sábado e aí provavelmente eu saio novamente. Foda que não tem nada pra fazer, pra variar um pouco a “enormidade” de opções da megalópole que é Londrina. O lance é chegar em qualquer canto e ficar bebendo por lá. Eu devia ter ido viajar, mas não tinha grana e meu pai provavelmente não ia querer pagar as passagens e tudo mais. E eu também to meio cansado de chegar lá e ficar dando trabalho pras boas pessoas que me hospedam e que querem curtir seu feriado sossegadas e longe de qualquer tormento, leia-se eu.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Amanhã é feriado então obviamente hoje é véspera de feriado e pra maioria dos vagabundos é semana do saco cheio, mas pra mim não é porque estou teoricamente indo aula mas na prática é óbvio que eu não estou indo.

Final de semana prolongado pra ficar em casa coçando o saco, tomando cerveja, vendo aquele monte de filmes que você comprou no câmelo da esquina de casa e assistir aos jogos de futebol. Depois sair no mesmo bar de sempre e ver as mesmas pessoas de sempre falando as mesmas coisas de sempre e tomar as mesmas cervejas de sempre e reclamar das mesmas coisas de sempre e tudo ficar como sempre.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Perguntas sobre os filmes colegiais-universitários norte-americanos que eu sempre quis saber a resposta


Porque será que nos filmes colegiais/universitários norte-americanos 99% das garotas são loiras, de olhos claros e gostosas pracaralho?

E porque elas só dão mole pros caras que são jogadores de futebol americano que mesmo bebendo durante todo o filme estão sempre fortes e bem dispostos?

E porque nas festas que eles fazem as casas são sempre fodonas e com grandes piscinas e a cerveja é infinita, além é claro dos clássicos tubos de cerveja e goles no funil?

E porque todas as pattys gostosas são cópias da Paris Hilton e moram em irmandades onde passam o dia inteiro sem fazer nada e ainda colam em todas as festas à noite?

E porque os populares tem carros esportivos na sua maioria conversiveis e fodas e os outros tem uns carros de bosta ou andam naqueles clássicos ônibus amarelos?

E porque os nerds são sempre punheteiros cheios de espinhas na cara, experts em computador e que sonham em comer uma mina estudiosa e meio nerd, porem gostosa?

E a mais importante: Porque eu continuo insistindo em assistir essas bostas de filmes? Será que é pelas gostosas ou pra sonhar que se eu fosse um norte-americano estudante da faculdade de massachusetts (eu sempre quis usar o nome desse estado, mas nunca tinha tido a oportunidade) e jogador de futebol americano minha vida ia ser muito foda?

sábado, outubro 06, 2007

Vamos aos fatos

Eu sou um velho de 17 anos. Eu já tenho uma barriga de cerveja, bebo compulsivamente e reclamo de tudo, tudo mesmo.

Eu não gosto de quase ninguém nessa cidade, e elas provavelmente não gostam de mim também. Eu não gosto de certos tipos de pessoa e infelizmente é desse tipo que mais aparecem na minha frente. Aquele ditado de "quanto mais eu rezo mais assombração me aparece" esta acontecendo de verdade comigo. Preciso de um exorcista urgente.

Eu virei fã do Allan Sieber. Peguei os livros dele emprestado do Melhado e os quadrinhos do cara são realmente legais, principalmente o preto no branco e sua mania autodepreciativa.

Eu estou a procura de emprego, coisa que com minha "enorme" experiência e utilidade eu espero conseguir. Se for meio período e pagar bem eu agradeço ta?

Ontem eu fui na casa do Melhado pra gente discutir sobre um projeto nosso. Mas eu cheguei lá e a gente começou a conversar sobre outras coisas, ele abriu duas cervejas e aí já viu né. Não fizemos porra nenhuma.

Ainda sobre o projeto eu posso adiantar que vai chamar Bandini. Isso pode ser considerado como uma prévia de que vai ser algo legal. Eu acho.

Não diria que todas, mas passei a ter a convicção de que pelo menos 90% das mulheres não valem nada. Nada mesmo!

Eu cheguei a conclusão de que se eu tiver uma boneca inflável, jogo de futebol na Tv e cerveja na geladeira eu já posso me considerar um cara realmente sortudo.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Desisti

De acabar com o blog.
Valeu Marina e o anônimo Guilherme.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Essa noite eu não dormi direito, pra variar. Tinha ido com a Cá no chá das cinco onde nós ficamos bebendo e vendo os clipes do blondie que passavam no telão e eu cometi a gafe de falar que eu era menor ao lado do garçom. Eu sou muito burro mesmo, sempre deixo escapar umas dessa. Então eu vim pra casa e não estava me sentindo muito bem. Meio triste, entediado ou sei lá o que. Coloquei o Village Gorilla Head pra tocar e acabei dormindo lá pelas 2 da manhã. Tive um pesadelo terrível em que um pedinte me perseguia por eu não ter dado dinheiro a ele e eu tive que fugir pra outra cidade a pé, e tive que ficar escondido porque ele podia aparecer lá, e também aconteceram um monte de outras coisas esquisitas no sonho até que eu acordei e fiquei aliviado por ter sido só um sonho. Fiquei na esperança de ser de manhã e eu ter conseguido dormir a noite inteira como uma pessoa normal, mas eram só 4h da madrugada e eu não tinha mais sono. Fiquei no computador até as 6:30 quando minha mãe acordou pra levar meu irmão pra escola. Estava um pouco cansado mas continuava sem sono, aí eu resolvi ir tirar minha carteira de trabalho. Minha mãe me deixou lá em frente a secretária do trabalho e eu fiquei lá esperando abrir junto com outras poucas pessoas que também estavam lá enquanto lia o livro do Ginsberg que o Melhado me emprestou. Era o final do livro, um bom livro. O uivo e outros poemas. Quando deu 8 da manhã eles abriram e eu peguei a senha 4 e fui atendido rapido. Entreguei meus documentos e uam foto 3x4 pro cara e ele ficou digitando as coisas no computador e depois de um tempo me entregou o papel e falou que eu podia voltar na próxima quinta. Ainda era cedo, eu não tinha fome, eu não tinha o que fazer. Fui até o meu antigo supletivo pra ver se meu diploma já tinha chegado. Tinha uma garota linda que trabalhava lá na secretária, mas hoje ela não estava por lá, pelo menos não naquela hora. Saí de lá e voltei pra casa. Fiquei enrolando até a hora do almoço e fui almoçar no restaurante aqui perto onde minha mãe tem conta. Voltei pra casa e continuei enrolando de tarde. Depois fui dormir umas 4 da tarde. Acordei as 6:30 e me arrumei pra ir pro cursinho. Foi como sempre, meio chato, algumas aulas boas. Assisti as humanas, matei as de química. Tudo como sempre. Acho que vou ter mais sono hoje. Quem sabe eu não durma durante a noite como todo mundo.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Mantendo em dia

Hoje minha mãe me contou que foi até o detran fazer o exame médico da renovação da sua carteira de habilitação e descobriu que tinha 1,5 graus de míopia em cada olho. Teve que ir no oftalmologista e fazer um óculos ás pressas pra poder pegar a carteira de volta e sair dirigindo por aí. Mas ela esta dirigindo do mesmo jeito, desabilitada mesmo.

Hoje eu cheguei no cursinho atrasado pra variar e quando fui fumar meu cigarro com o pessoal que fica ali na frente percebi que o Seu Grinauro, porteiro do colégio que fica ali na frente abrindo e fechando o portão não estava lá. Ele já tinha me falado que ia tirar férias de 1 mês e que quando voltasse ia ser para as aulas da manhã. O seu Grinauro é um senhor de seus 50 e poucos quase 60 anos, nordestino e que apesar de ter vindo pro sul há bastante tempo ainda tem o sotaque. É um senhor humilde e simpático, muito gente boa também, ficava lá conversando conosco enquanto nós fumavamos nossos cigarros e tudo mais. Quando fui entrar na aula logo após o sinal ter batido o novo porteiro me barrou e disse que precisava passar a carteirinha. Eu tinha que ir rápido pra entrar na aula e expliquei pra ele que depois eu passava, como eu sempre fazia quando era o seu Grinauro que estava lá, mas ele não quis saber de conversa e só me deixou entrar passando a carteirinha. Que falta você vai fazer no cursinho noturno nobel, seu Grinauro!

Esses últimos tempos eu ando muito viciado em amendoim japonês. Eu estava comprando direto e aquele negócio é bom mesmo, com aquela casquinha meio doce e meio salgada. E quando você come tomando cerveja é uma das melhores coisas do mundo. Eu estava falando isso sábado a noite meio bêbado no potiguá com o Marcelão e com o Juca. É tipo um orgasmo, mas diferente porque não é uma sensação que vem de uma vez, e sim um pequeno prazer que se estabelece por um tempo enquanto vc fica la mastigando aquelas casquinhas crocantes e tomando uma cerveja gelada. Não tem como explicar direito, tem que provar. Mas é do caralho, isso é.
Eu descobri que andava meio viciado em amendoim japonês porque no mesmo sábado a noite eu parei pra fazer as contas de quanto amendoim tinha comido e descobri que foi algo perto de 700 gramas. E ontem no colégio eu cheguei na cantina e comprei mais um pacote de amendoim japonês. Depois eu comi e fiquei com vontade de comprar outro, mas me segurei. Isso esta ficando sério.

Também estou viciado em Whiskeytown. Uma vez eu falei pro Pedrão que achava uma das melhores bandas do mundo e cada vez eu confirmo mais essa hipotése. Eu terminei de pegar a discografia inteira dos caras, inclusive o Wild Duck Inn, disco ao vivo e é muito bom mesmo. Já perdi as contas de quantas vezes ouvi Excuse Me While I Break My Own Heart Tonight e o Strangers Almanac inteiro. O Rural Free Delivery, primeiro disco da banda é outro que eu também viciei. Eu não exagero quando digo que acho que o Ryan Adams um gênio. Parece que tudo que o cara faz é muito bom. Muito mesmo.

Eu não estou mais atualizando este blog quase nunca. Ás vezes eu acho que ele já morreu e só falta oficializar, outras vezes não, tipo agora. Mas eu estou com um novo projeto legal. Idéia minha e do Melhado prum lance diferente e legal. Agora já chamamos outras pessoas pra ajudar. Acho que pode sair algo legal daí. Mas isso é surpresa. Ou quem sabe depois eu conto.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Sábado passado eu estava dormindo de noite e recuperando meu sono, mas não era de noite pela madrugada e sim de noite tipo umas 7 ou 8 horas. Então eu acordei com o meu celular tocando e era a galera falando pra mim ir até o chá das cinco encontrar eles e eu não estava muito afim, mas agora já tinha acordado e tomei meu banho e combinei de encontrar o Pedrão lá também. Então eu peguei o ônibus e quando cheguei no terminal o Juca me ligou e disse que ia me pegar lá e eu fiquei esperando ele e ele chegou completamente bêbado porque a galera tinha ido numa festa de moda e enchido a cara consideravelmente e ele veio me buscar tropeçando e nós entramos no carro do Dan Jones e fomos até o chá das cinco e eu encontrei o resto da galera todos bêbados e fazendo coisas bêbadas e o Hermano estava lá tirando sua camisa e falando umas coisas completamente sem nexo e eu sentei com o Pedrao e com o Caio e começamos a tomar umas cervejas até que a luz do bar apagou. Ficamos lá pensando que era uma queda de energia normal até que a gente ouve umas gritarias no quadro de luz do bar que ficava numa parede perto da nossa mesa e quando nos levantamos pra ir lá descobrimos que o Hermano tinha desligado a distribuição elétrica pelo painel e corrido pra longe dali e aí chegaram as garçonetes e o dono do bar e religaram mas descobriram que o monitor de Lcd do caixa havia queimado e esses monitores são realmente caros e a garçonete chegou possessa da vida querendo achar o Hermano pra ele pagar e ela foi andando nas ruas ali perto e voltou arrastando ele pelo braço até onde o dono estava e ele ficou lá falando que ele teria que pagar o monitor ou nunca mais voltar e ele disse que voltava no bar na terça-feira para resolver a dívida, coisa que obviamente ele não fez. Então nós saímos por lá até um outro bar que abriu na cidade onde as pessoas ficam dançando electropunk num lugar apertado e escuro e ainda tinha que pagar pra entrar e eu que já conhecia o tal bar não estava nem um pouco afim de ir e chamei o Pedrao pra irmos na Keiko e toda a galera ficou lá nessa pequena discoteca ou sei lá eu que merda é essa e nós fomos para a Keiko e sentamos bebendo Skol a R$ 2 Reais e comendo um espetinho por R$ 1 real e era bom pracaralho. A única coisa que falta na Keiko é o som mesmo, porque é barato pra caralho e é bem do estilo boteco mesmo. Um tempo depois chegou um amigo nosso com sua namorada e nós ficamos lá conversando e bebendo até o Renato me ligar e falar que estava indo lá e ele chegou junto com mais duas meninas e nós ficamos todos lá bebendo as Skol a 2 reais naquele pequeno paraíso para bêbados duros. Depois de um tempo chegou uma mina gente boa com uns discos dos Beach Boys e ela conhecia o Renato mas ele já estava tombado nessa hora e nós ficamos lá conversando com ela sobre filmes pornôs e coisas do tipo e depois fomos todos andando até o terminal onde nos separamos do Renato e das meninas e chegamos na feira que fica na rua em cima do terminal e a menina dos discos do Beach Boys foi embora e essa hora já eram 6 e pouco da manhã e eu fiquei junto com o Pedrão esperando ele comer um salgado na barraca de pastéis e depois nós iamos embora mas ainda estavamos muito bem e ainda com dinheiro suficiente para beber mais e chegamos até os carrinhos de lanche e perguntei para a mulher do carrinho se eles vendiam cerveja e ela disse que só no hotel Triunfo que ficava quase na esquina. Chegamos no tal hotel e era um hotel bem podreira e barato e nós entramos e compramos nossas latas de cerveja com o atendente da recepção e perguntamos se podiamos ficar sentados ali no saguão, então sentamos e ficamos lendo os jornais do dia e conversando já bastante bêbados. Pedi pra usar o banheiro e o atendente disse que era no fundo depois dos quartos e lá fui eu passando pelos quartos e vendo pelas janelas os caras acordando e fiquei me perguntando o que eles estariam fazendo por ali. Se seriam trabalhadores viajantes passando pela cidade, ou caras que brigaram com suas esposas e foram passar uma noite por lá ou qualquer coisa do tipo. Voltei para o saguão e continuei lá bebendo com o Pedro enquanto liámos os jornais e terminamos nossas cervejas, compramos mais duas para levar e saímos bebendo. Me despedi do Pedro e peguei meu ônibus que já estava quase pronto pra sair.

Batida policial

Semana passada, mais especificadamente na quinta-feira eu estava lá no cursinho e assisti à primeira aula de história e agora teria duas aulas de química e não estava nem um pouco a fim de assistir, de modo que só precisaria voltar para as duas últimas aulas de artes e literatura respectivamente. Nessa o meu colega Fernando me chamou pra acompanhá-lo até um restaurante ali perto onde ele queria comer um macarrão especial e fui até lá com ele. Chegamos no lugar que é um bar famoso da cidade e conferimos o preço mas ele não estava com o dinheiro suficiente então nós fomos até um outro bar na quadra de cima que tinha como especialidade sashimi’s e peixes em geral, onde encontrei a madastra de um amigo muito gente boa e conversei um pouco com ela e então decidimos ficar por ali bebendo umas cervejas e ele pediu uma porção de lambaris e como eu não como peixe fiquei só bebendo e conversando com ele. Ele foi lá pagar a conta porque eu estava sem nada de grana e já tinha dito isso pra ele antes de sairmos do cursinho mas ele disse que não tinha problemas e que as cervejas eram por conta dele. Então ele pagou e nós saímos do bar e fomos andando até a outra quadra onde seu carro estava estacionado e nesse momento enquanto andávamos pela calçada vi o camburão da polícia militar do choque se aproximar e eles ficarem nos encarando enquanto dávamos mais um passo e eu já previa que a batida seria inevitável. Foi aí que eles desceram já apontando metralhadoras e armas pra gente e fazendo todo aquele efeito do choque só pra impressionar e falando – “Mão no camburão!” e lá fomos nós ficar com as mãos no capô quente do camburão por causa do motor e um deles chegou e nos revistou. O Fernando tinha acabado de acender o último cigarro que eu havia dado pra ele e o policial em tom estúpido falou pra jogar no chão. Depois perguntaram para o Fernando: - Onde mora? - Fernando .... de Oliveira - Eu perguntei aonde mora porra.- Ah, no Jardim ..... - Quantos anos você tem? – 18. Depois perguntou pra mim as mesmas coisas com exceção da idade e perguntou o que fazíamos na rua àquela hora. Dissemos que estávamos voltando para o cursinho e ele falou: - “Bebendo cerveja pra depois ir pra aula, bonito né”. Entraram no camburão de novo e nós saímos andando. Cheguei pela porta do carona no carro do Fernando e ele foi seguindo pela calçada, segui junto e fomos andando mas os policiais perceberam que tínhamos algo com o carro. Pararam perto da gente, nos chamaram e perguntaram: - De quem é aquele corsa branco? – É da minha mãe. O Fernando respondeu meio nervoso. – Então vamos lá dar uma olhada nele. O policial falou enquanto o motorista do camburão foi dando ré. Chegamos até a frente do carro e ele pediu as chaves ao Fernando. Abriram o carro e revistaram tudo. Porta-luvas, debaixo dos tapetes, porta-malas, embaixo dos bancos. Embaixo do banco do motorista acharam um cassetete que o Fernando levava. Perguntaram o que ele fazia com aquilo e ele deu uma desculpa esfarrapada de que tinha vindo depois de uma lavagem. Um deles pegou o cassetete e falou pro outro – Esse aqui é original hem. Falando isso bateu forte em cima do camburão deles e o barulho de metal ecoou. Depois de completa a revista tiraram nossas bolsas e começaram a revistar também. Pediram os documentos pro Fernando e a habilitação. Ficaram olhando por um tempão enquanto eu esperava de braços cruzados e meio nervoso ali do lado. Minha única preocupação era a de algum conhecido dos meus pais passar por ali e me ver levando batida da polícia. Um deles ficou nos perguntando – Eu vou achar uma ponta ai? – Não senhor. Respondemos em uníssono.O policial maldito ficou lá fazendo pressão psicológica e perguntando com gírias se não fumávamos maconha. Depois de revistar as bolsas me pediram pra guardar. Enquanto eles revistavam o carro e nossas bolsas um deles continuava com a metralhadora em nossa direção. Um deles perguntou pro outro se deviam confiscar o cassetete. O outro pensou um pouco e eles ficaram lá em tom estúpido e debochado pensando no que fazer, mas deixaram pra lá e um deles me deu o cassetete e falou para guardar. Joguei embaixo do banco e voltei para frente do carro. Eles pediram pro Fernando assinar um documento de rotina e nos dispensaram. Dei meia-volta para entrar no banco do carona e o policial que parecia ser o superior dos quatro ficou com um sorriso debochado no rosto enquanto entravamos no carro. Eles entraram na viatura e foram embora. Saímos do carro e voltamos para o bar onde o Fernando comprou uns cigarros soltos. No caminho uma senhora que morava na casa na frente de onde tínhamos sido revistados ficou conversando conosco e nos disse: - Depois de revistar vocês eles foram até o rapaz do carro branco e revistaram todinho também. – Éramos nós mesmos senhora. Voltamos para o carro e fomos fumando um cigarro no caminho. Ainda meio nervosos e meio atordoados. Já tínhamos perdido a aula de artes graças aos malditos policiais. Era uma merda levar batida, ainda mais do choque.
Voltamos pro cursinho e ficamos lá conversando com o pessoal e contando o que tinha acontecido. Entramos na última aula, de literatura e depois de uns 10 minutos o Fernando me disse que não estava com cabeça para ver aula. Eu também não estava. Então levantamos e saímos. Ele foi embora e eu fiquei esperando minha mãe e conversando com o Seu Grinauro, porteiro do cursinho. Minha mãe chegou e voltamos pra casa. Ela achando que eu tinha ficado lá assistindo as aulas, sem nem imaginar o que tinha se passado naquela noite.

Eu preciso

Eu preciso viver mais. Eu preciso sair do meu casulo pessoal e encontrar uma garota legal que me faça me sentir um homem de verdade. Eu pensei nisso tudo enquanto fumava um cigarro na janela e olhava a madrugada escura. Eu preciso de um psiquiatra. Eu preciso mudar de cidade. Eu preciso de uma nova vida. Eu preciso de algo que me faça me sentir feliz. Eu preciso de algo que me faça me sentir vivo. Eu preciso de alguém que me dê razões para acreditar que a vida ainda tem jeito. Eu preciso de algo ou alguém para me fazer sentir um cara realmente feliz. Eu preciso de libido. Eu preciso dos meus 15 anos de volta. Eu preciso das minhas alegrias simples de volta. Eu preciso de alguma coisa que não sei qual é. Eu preciso de mais momentos fumando em frente à janela. Eu preciso de mais momentos bebendo na rua. Eu preciso sair de casa. Eu preciso desocupar minha cabeça. Eu preciso ocupar minha cabeça. Eu preciso sentir a vida. Eu preciso das palavras na minha cabeça. Eu preciso dos textos que eu invento na mente sobre qualquer coisa e quando chego em frente ao computador não sei mais como escrevê-los. Eu preciso de uma paixão arrebatadora. Eu preciso dos meus discos. Eu preciso dos meus livros. Eu preciso do meu passado. Eu preciso do meu futuro. Eu preciso de você. Eu preciso de mim. Eu preciso viver a vida de verdade. Eu preciso viver mais.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Diálogo entre pai e filho

- Porque você não faz nada o dia inteiro, você não tem gana e raça pra fazer as coisas, começa a fazer aula de gaita e desiste depois de dois meses e...
- Três.
- Que seja, três meses, você não consegue levar nada adiante, você só quer saber de acordar 2 horas da tarde todos os dias e....
- Meio dia.
- Que seja, meio dia, você acha que alguém que quer algo na vida acorda nesse horário? Depois você fica a tarde inteira no computador e na sexta e sábado enche a cara por aí, você acha isso certo? Você ta perdendo a melhor fase da sua vida, você tem quase 18 anos e ta aí sem fazer nada. E as aulas de inglês que você ia fazer?
- Pra fazer o inglês tenho que fazer uma prova pra testar meu conhecimento e entrar na turma de acordo com o que eu já sei, e pra ir até lá eu preciso pegar a merda do ônibus e eu não tenho um puto durante a semana.
- To, pega aqui esses dois reais e vai fazer esse negócio amanhã.
- Dois reais pai? Pelo amor de Deus, isso é uma condução e olhe lá.
- To R$ 25 adiantados da sua mesada.
- Ah, e você acha que vou pegar minha mesada pra gastar com essas coisas durante a semana e ficar com só metade pro final de semana, sendo que nem inteira da pro gasto?
- Não da porque você só quer saber de beber, você não tem limites, enche a cara toda sexta sábado e se sobrar dinheiro no domingo também. Além de tudo nunca vai atrás das suas coisas e dorme até meio dia. Sua vida é dormir e computador e beber no final de semana. Como você quer que eu te dê mais dinheiro assim?
- O pai dos meus amigos ganha menos que você e não regula dinheiro pra eles. Você é muito controlado pai, puta que pariu, você conta até troco de padaria e contabiliza tudo. Para de ser mão de vaca, como você quer que eu vá fazer a prova na escola de inglês e todas as coisas que você me pede se fica aí regulando a grana?
- Ah, mas eu aposto que seus amigos não acordam meio dia, eu aposto que eles são mais disciplinados que você e...
- Tó seu dinheiro, deixa que eu me viro, tchau.
- Tchau.

Pai entrando no carro e arrancando enquanto o filho entrava em sua casa para continuar sua tarde ociosa.

Eu gosto é de boteco

Estou cansado desse povinho querendo causar. Estou cansado de suas boates escuras, suas festas coloridas e suas músicas dançantes. Estou cansado de ver pessoas tentando impressionar umas as outras. O meu negócio é ir em boteco. O meu negócio é sentar lá e ficar tomando cerveja barata e comendo espetinho, amendoim, batata em conversa entre outras maravilhas gastronomicas desse mundo botequeiro. Eu gosto mesmo é daqueles lugares maltrapilhos, com aqueles banheiros sujos e esquisitos e garçons que são praticamente highlanders correndo de um lado para o outro com garrafas de cerveja, aguentando bêbados filósofos, psicólogos, briguentos, drogados, roqueiros, vagabundos, hippies entre muitas outras espécies por um salário mínimo.
Eu gosto da verdadeira diversão. De sentar no boteco e conversar com os meus amigos. De secar as raras mulheres bonitas que passam por esses lugares. De falar de futebol e de rock and roll. De falar sobre os problemas e soluções. De falar sobre os projetos e os sonhos. De falar sobre o passado e o futuro. De falar sobre a vida e escutar sobre a vida. Eu gosto dos botecos e é lá que eu me sinto realmente feliz num sábado a noite.

quarta-feira, setembro 19, 2007

O caminho de Los Angeles

O dia chegou sem nevoeiro. As noites eram noites e nada mais. Os dias não mudavam de um para outro, o sol dourado batendo forte e depois morrendo. Eu estava sempre sozinho. Era difícil lembrar tanta monotonia. Os dias não se mexiam. Ficavam parados como pedras cinzentas. O tempo passou lentamente. Dois meses se passaram.

John Fante - O caminho de Los Angeles

terça-feira, setembro 18, 2007

Lost time

Tardes e madrugadas em vão. Vendo a vida passar, deixando a vida passar e o tempo se esgotar sem fazer nada. Tempo esse que provavelmente vai me fazer falta no futuro. Tempo esse que eu provavelmente vou me arrepender de ter gastado no futuro.

Praticamente um ano inteiro desperdiçado. Eu não sei as conseqüências disso, se tiver alguma eu só vou saber no futuro. Tomara que eu tenha aprendido alguma coisa nesse ano, mesmo eu achando muito difícil de isso ter acontecido. Nunca é tarde pra aprender e se arrepender e fazer melhor do que ontem hoje e melhor do que hoje amanhã.

Reflexões de um garoto perturbado

Eu estou com medo. Estou com medo de como as coisas possam ficar e rezo todos os dias para que elas não fiquem como estão. Na verdade eu não rezo, porque eu acho que não sei mais rezar e não tenho mais créditos com Deus para isso.

Eu penso que eu só devia ter um pouco mais de tranqüilidade e serenidade e deixar as coisas se acalmarem, parar de pensar nas coisas e viver o hoje, mas é tão difícil e parece que minha cabeça esta a mil por hora todos os dias e os pensamentos ficam vindo e ás vezes eles são bons e ás vezes ruins e eu fico pensando que eu devia arranjar alguma maneira de ocupar minha cabeça para simplesmente parar de pensar um pouco e deixar as coisas acontecerem. Esse negócio de ficar vivendo de sonhos e de planos não é bom, não é nada bom.

Preciso colocar os pés no chão e reforçar esse pequeno pensamento de que as coisas vão ficar bem, porque eu tenho esse pensamento e por mais que as coisas não estejam lá muito bem hoje eu sei que elas já foram piores e tento pensar de que vão ficar melhores amanhã até que fiquem realmente boas e eu possa olhar para trás e rir disso tudo e pensar em como eu era tolo e em como virei alguém mais tranqüilo, com alguns problemas sim, mas simples de serem resolvidos e fracos o suficiente para que eu possa pensar que já passei por coisas piores e as coisas ficaram bem e elas vão ficar bem dessa vez também. Mas aqui estou eu de novo fazendo projeções futuras sendo que minha realidade agora é outra, então é hora de esvaziar a cabeça e deixar que a vida siga e eu possa ir dando as direções ao invés de ficar parado aqui deixando ela me arrastar pra algum lugar que eu não sei onde.

As coisas vão ficar bem e tudo que eu tenho que fazer é me ocupar com coisas úteis e melhorar minha vida do jeito que ela é hoje e no futuro quem sabe eu possa finalmente ser alguém melhor e mais equilibrado e feliz. Eu realmente espero que isso aconteça.
Estou meio gripado, com a garganta inflamada e pra piorar ligam o ar-condicionado na sala do cursinho e isso só ajuda pra piorar. Agora minha mãe me deu uns remédios e vou ver se surte algum efeito até o próximo final de semana. Se não surtir, foda-se. A cerveja é milagrosa, eu acho.

Estou num bloqueio terrível. Não consigo escrever mais merda alguma e estou escrevendo esse post com muito esforço. A situação ta feia meu filho, até pensei em acabar com esse blog esses dias mas pensei melhor e desisti. Já faz um tempão que ele esta firme e forte e no começo do ano ele chegou muito perto de ser deletado e não foi, então eu acho que não vai ser agora que essa dádiva ao mundo vai acontecer.

Essa semana eu fiz minha inscrição pro vestibular da Uel e da Cásper Líbero. Coloquei história na Uel mas não acho que vou passar, além de tudo minha intenção é mudar daqui o quanto antes, então se passar nas particulares de São Paulo vai ser muito melhor. O problema é se eu não passar em nenhuma, ai eu acho que vou colocar uma mochila nas costas e fugir pra qualquer lugar bem longe daqui. Me desejem boa sorte.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Madrugada

Não acontece nada
Só o silêncio
Tudo quieto
É madrugada

Não tenho o que fazer
Não tenho o que escrever
Sem sono pra dormir
Sem nada pra beber

Ninguém para ligar
Ninguém pra me escutar
Sem nada pra fazer
Sem nada pra falar

Acho que já vou indo
cansei de estar aqui
Não tenho pra onde ir
Só me resta ir dormir

quinta-feira, setembro 13, 2007

Turbonegro - Back to dungaree high

It's just a way to stay alive, boy
It's such a trip just to survive
So it's back, back to dungaree high!

segunda-feira, setembro 10, 2007

Eu, cansei...

de ser eu.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Tudo o que eu menos precisava era um novo problema e uma das pessoas pela qual eu esperava que ajudasse a resolver meus problemas chegou e me trouxe mais um. Felizmente surgiu minha viajem, rápida mas boa para me trazer alguma felicidade. Felizmente as coisas pareceram voltar a se encaixar e uma ponta de esperança me diz que as coisas vão ficar bem, seja agora, seja daqui a algum tempo ou daqui a muito tempo, porque eu só tenho dezessete anos e não é hora de lamentar merda nenhuma.

Espero que um dia todo esse turbilhão de sentimentos loucos e devaneios malucos que eu passo para um bom lugar onde eu possa finalmente experimentar a felicidade e parar de me preocupar com todas essas coisas ruins que tem acontecido e enxergar finalmente que o grande sentido da vida estava logo ALI e era só esticar minha mão e alcançá-lo mas eu não tinha força suficiente para conseguir fazer isso e quando eu tiver eu finalmente vou pegar a felicidade com minhas sejam apenas uma lembrança pela qual eu não possa nem sentir e nem imaginar como foi, porque já me disseram algumas vezes que eu era alguém especial e eu nunca acreditei muito nisso mas agora as coisas começam a fazer um pouco de sentido e tudo parece se encaminhar duas mãos e nunca mais soltar.

terça-feira, setembro 04, 2007

Numa fria

Esse era o problema de ser escritor, o problema principal – ócio, ócio demais. A gente tinha de esperar que a coisa crescesse até poder escrever, e enquanto esperava ficava doido, e enquanto ficava doido bebia, e quanto mais bebia, mais doido ficava. Não havia nada de glorioso na vida de um escritor nem na vida de um bebedor.

Charles Bukowski – Numa Fria
A vida é estranha alias. A gente só tem que seguir os trilhos e rezar pra não ser atropelado por um trem.

Cool it down

Como é bom sair dessa cidade sombria e inerte e estar com duas pessoas do caralho mesmo que por apenas um final de semana, e uma delas tendo apenas 4 anos e já te fazendo sorrir por pequenas coisas e poder passar horas cantando Velvet underground e bebendo cerveja.

Ás vezes você enxerga que tem uns amigos de verdade na vida, que te dão a mão em uns momentos difíceis, te abrigam, te alimentam e te ouvem como se você fosse alguém importante e nesse momento você passa a perceber que realmente tem pessoas que se preocupam com você e te acham alguém legal, ao contrário do que você mesmo pensa.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Jesse Malin - Don't let them take you down

A lost generation and the whole world is shakin ah ha,
Don't let them take you down

A bad reputation and a dime store nation ah ha,
Don't let them take you down

And it's my generation and the whole world is breakin' my heart
Don't let them take you down

A lost generation and the whole world is shakin'

quinta-feira, agosto 30, 2007

Backyard Babies - Heaven 2.9

Meu final de semana tem tudo pra ser muito foda, e se tudo der certo vai ser.
Ádios my friends!


Backyard Babies - Heaven 2.9

Someone put me on a plane
Goodbye farewell adios my friends
I need a holiday
S.a.s is takin' off again

I wanna have my fun
Where the nights are long
We wanna go away
Where the sun will always shine
We're in heaven 2.9

quarta-feira, agosto 29, 2007

Corujão

Ontem de madrugada eu estava com fome, desci até a cozinha e preparei algumas bolachas água e sal com um resto de requeijão e uma xícara de cappucino gelado e fui assistir Tv. Liguei na globo e estava passando um filme 80’s em um shopping onde um cara de terno muito suspeito deixava uma sacola em uma loja e o atendente vinha correndo atrás dele para devolver mas ele corria do atendente porque obviamente tinha alguma coisa suspeita na sacola e logo depois outros caras de terno arrancaram metralhadoras e começaram a atirar no meio do shopping e a tal sacola do cara era uma bomba que explodiu. E bem nesse momento de caos com todas as pessoas do shopping correndo, se abaixando e gritando é que por uma das paredes do shopping surge uma caminhonete arrebentando a parede e tudo o que vier pela frente para logo depois sair atropelando os bandidos.

A caminhonete segue até bater em outra parte do shopping, até que a porta se abre e dela surge o mito, a lenda – Chuck Norris, com duas metrancas na mão ele dispara contra os bandidos que também tentam disparar contra ele, mas obviamente Chuck Norris consegue matar quase todos eles com exceção de dois, que entram em um daqueles carros que ficam dentro do shopping para serem dados em sorteios e coisas do tipo e o bandido que no começo havia deixado a sacola com a bomba faz uma ligação direta no tal carro do shopping, que por coincidência também era uma caminhonete e arranca para foda do shopping.

Lá na frente ele agarra uma mulher e a leva de refém pela porta do carro literalmente pendurada para fora e Chuck Norris entra no carro de uma fotografa que estava por ali dando cliques do tal ocorrido e avança tentando alcançar a caminhonete dos bandidos. Ai continuam varias cenas de perseguição com a mulher pendurada na janela berrando e xorando até que Chuck Norris consegue fazer uma manobra minuciosa em alta velocidade deixando o carro que dirigia ao lado da caminhonete dos bandidos e a fotografa que estava ao seu lado puxa a mulher para o carro deles sã e salva.

Mas como Chuck Norris é implacável a perseguição aos malfeitores continua. Um deles tira uma granada, puxa o pino e quando esta pronto para jogar Chuck Norris faz outra manobra com o carro e acerta o carro dos bandidos fazendo com que o bandido motorista perca a direção antes que o outro possa jogar a granada, então eles batem e logo depois o carrro explode fazendo um show pirotécnico indescritível enquanto Chuck Norris estaciona com calma e a fotografa tira uma foto do herói em triunfo.
Já era o bastante pra mim. Desliguei a Tv e fui dormir.

terça-feira, agosto 28, 2007

Que Deus me abençoe...

ou que o diabo me carregue.

segunda-feira, agosto 27, 2007

La cucaracha

Fui até o banheiro e encontrei uma barata. Ela estava de barriga para cima e agitava as patas na tentativa de se virar novamente. Procurei um chinelo mas não achei. Ali no banheiro mesmo tinha uma vassoura que serviria muito bem de arma de tortura. Lavei as mãos com calma enquanto a barata agonizava de barriga para cima. Sua morte vai ser lenta e dolorosa barata, você não tem vez comigo, sou um sanguinário e vou te matar com o maior sofrimento que eu puder sua barata maldita.

Terminei de lavar as mãos e as enxuguei. Peguei o cabo da vassoura e mirei exatamente em cima da barata. Fiz um movimento para cima e um leve para baixo, mirando o alvo a ser liquidado. Chegou sua hora barata, sou implacável e vou te matar com louvor, vai ser lento e sofrido como eu já disse, sua criminosa que ousou invadir minha casa. Preparei o cabo da vassoura para massacrar a barata com muita calma e fazendo o movimento de puxar levemente e soltar encostei o cabo da vassoura nela e preparei o golpe final. Teria que ser um golpe louvável, digno de um grande assassino de baratas e um carrasco implacável.

Então de uma vez por todas decidi matar a barata. Pobre barata, podia ter feito qualquer coisa menos ter se metido no meu caminho. Agora pagaria pelo seu pecado. Jamais se meta no caminho de Gabriel, e isso serve de exemplo para todas as outras baratas também. Puxei o cabo alguns centímetros para cima e me preparei finalmene para o golpe lento e mortal. Desci com a frieza necessária de um grande matador e encostei nela, pronto para esmagar seu corpo com o mais cruel dos movimentos. Nesse momento ela fez um movimento esquisito e se apoiando na ponta do cabo da vassoura com a qual eu ia matá-la se virou novamente de barriga para baixo e ficou apta a correr, o que fez com muita pressa e saiu pela porta do banheiro. Abri com rapidez mas ela foi mais rápida. Entrou em algum cômodo ou se escondeu em algum canto e desapareceu da minha vista. Ainda procurei a insolente fugitiva sem sucesso.
Eu tenho uma doença incurável...

É a síndrome do fracasso.
I'm a loser
I'm a loser
And I'm not what I appear to be

domingo, agosto 26, 2007

Quem sabe assim

Eu tenho vergonha

de ser quem eu sou

se pudesse seria outro

ou não seria ninguém

quem sabe assim

eu ficaria bem

sexta-feira, agosto 24, 2007

Dois mil e sete

Os dias passam e o que você faz? Nada, absolutamente nada. Passam rápido, ou devagar, devorando os livros, perdendo o tempo em frente ao computador, dormindo em frente a televisão, tendo insônia todas as noites e se perguntando porque tem de ser assim. Uma cerveja sozinho num bar abandonado. Um cigarro na mão. Sem amigos, sem conhecidos, sem destino, sem rumo. Você esta enlouquecendo porque é um solitário.

Um casal de namorados passando de mãos dadas ao seu lado, um casal de velhinhos sorridentes num banco de praça, crianças jogando bola, adolescentes se divertindo e escutando música e você esta parado em frente ao seu computador digitando furiosamente coisas sem sentido enquanto toma seu café sem gosto que você preparou agora mesmo com o pó que sobrou pois gastou todo seu dinheiro bebendo e não tem mais um real para comprar seu cappucino preferido. Garrafas vazias, roupas sujas e caixas de fast-food espalhadas pelo quarto que só tem a cama, o computador e pôsteres de bandas de rock espalhados pela parede. Nem mesmo um guarda-roupa ou uma cômoda.

Você é o garoto de roupas de baixo, fumando na janela e ouvindo Jazz, Bob Dylan e Rolling Stones no volume máximo, vendo um monte de pessoas desse bairro classe média baixa seguindo para suas casas, com seus filhos voltando da escola e seus maridos voltando de seus trabalhos e pedreiros construindo uma casa bem em frente a sua e você os vê no final da tarde fechando a obra e saindo com uma leve satisfação de dever cumprido e indo para suas humildes casas encontrar com suas pobres esposas e filhos enquanto você continua aqui, vendo sua vida passar.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Tempo de um tolo

Dizem que sou muito novo

então espero meu tempo chegar

ele chega pra todo mundo

só não chega pra mim

será que alguém me explica

porque a vida é assim?

O que me falta

Acho que descobri o meu problema

o que me falta

é ousadia.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Patriotismo universal

– Não gosto de americanos na minha turma de trabalho – disse Shorty. – Não dão duro como os outros rapazes.
– Ah – eu disse. – É aí que se engana, meu senhor. Meu patriotismo é universal. Não presto juramento a nenhuma bandeira.

O caminho de Los Angeles - John Fante

terça-feira, agosto 21, 2007

Voltando da aula

Saí da aula e desci até a avenida leste-oeste onde passei por um travesti que fazia ponto na esquina esperando algum cliente para aquela noite. Andei até o ponto de ônibus e parei enquanto esperava. Um casal que fazia cursinho comigo estavam se beijando por ali. Tive inveja daquilo, pareciam muito felizes.

Tinha que voltar de ônibus porque o carro de minha mãe estava no conserto. Não gostava de andar de ônibus. Não me importava caminhar um pouco, mas pegar ônibus era algo realmente estressante, principalmente porque o ônibus que vinha até minha casa demorava muito tempo para chegar. Pelo menos hoje eu tinha o livro do maravilhoso Fante para me distrair.

Cheguei ao terminal e fiquei esperando enquanto lia os capítulos de “O caminho de Los Angeles”. O ônibus que ia para meu bairro antes passava em um pequeno terminal e havia outro ônibus que ia direto a este terminal. A maioria das pessoas estava pegando esse então resolvi que seria melhor também pegá-lo e ficar esperando meu ônibus lá no pequeno terminal. Talvez ele chegasse mais rápido. Então subi e fui e quando cheguei estava fazendo um frio suficiente para fazer meus braços descobertos se arrepiarem e me fazer torcer para o ônibus chegar o quanto antes, enquanto lia página atrás de página do livro que era realmente muito bom e tentava aquecer os braços esfregando as mãos neles.

Olhei para as pessoas em volta. A maioria delas estava bem agasalhada. Outros nem tanto. Deviam provavelmente ter trabalhado o dia todo e deviam estar exaustos para chegar em sua casa e dormir o sono dos justos. Um senhor de cadeira de rodas estava acompanhado por uma senhora, talvez sua esposa ou irmã. O ônibus deles chegou e era um dos ônibus antigos que não tinha o pequeno elevador responsável por facilitar a vida dos deficientes e ele teve que se virar e subir com uma bengala e a ajuda de um outro homem que foi segurando e guiando o senhor da cadeira de rodas enquanto suas pernas tremiam numa frustrada tentativa do corpo de conseguir o equilíbrio. A mulher trazia a cadeira de rodas atrás e logo ele se instalou sentado em um dos bancos e o ônibus partiu.

Continuei lendo meu livro e morrendo de frio. Meu ônibus felizmente chegou e andou todos os pontos até o de minha casa. Uma moça meio gorda que também desceria ali ia apertar o botão que apitava e avisava ao motorista mas eu já estava com a mão para o alto e ela percebeu isso e me deixou puxar a corda que ficava no alto. Piiii! O sinal tocou e o ônibus parou no ponto que ficava duas quadras acima de minha casa. Eu e a moça gorda descemos e tomamos direções opostas, eu descendo e ela subindo. Pensei em Fante no pequeno caminho. Pensei em como ele escreveria nos dias atuais e em como eu faria isso.

Cheguei em casa e fui até a cozinha. No fogão haviam pedaços de frango empanados, arroz e salada de cenoura. Subi até o quarto de minha mãe e ela já estava deitada para dormir. Me falou que havia comida lá embaixo e lhe dei um beijo de boa noite. Fui até meu quarto e escrevi um pouco antes de ir comer.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Até o infinito

Quando as coisas parecem que vão dar certo elas acabam dando errado. Foi assim na sexta, mas eu consegui esquecer tudo isso e ter uma noite boa na medida do possível, mas no sábado não teve jeito. Foi a gota d’água e o começo de uma confusão na minha cabeça.

Não sei como as coisas vão ficar. Não faço a mínima idéia de como as coisas vão ficar e alterno minhas opiniões a cada dez minutos. Uma hora é meu orgulho ferido me dizendo que devia ter feito tudo diferente, em outra minha consciência me diz que fiz tudo certo.

Eu estou muito confuso, eu estou muito perdido e tudo isso é só o começo de um longo caminho que eu tenho que percorrer para chegar a algum lugar que eu não sei aonde é.

Acabei pegando o caminho mais tortuoso e sombrio. As pedras estão acabando com meus sapatos cada vez mais gastos mas ainda há muito a andar a cair a tropeçar e a levantar. E ai sim seguir em frente novamente, e em frente até o infinito.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Slade - Cum On Feel The Noize!

Uma música pra você pular mesmo se não estiver bêbado. Pra você se sentir feliz sem ter motivos, pra esquecer as espinhas na cara, as garotas que não te querem, a sua falta de dinheiro e todas as suas obrigações, pra viver a vida como ela é, pra se emocionar, pra deixar o volume no máximo e se sentir alguém realmente vivo.

Slade porra, isso é música de verdade, isso é uma banda do caralho!


Slade – Cum On Feel The Noize!

So you think I got an evil mind, well I'll tell you honey
And I don't know why
And I don't know why
So you think my singing's out of time, well it makes me money
And I don't know why
And I don't know why
Anymore
Oh no
[Chorus]:
So cum on feel the noize
Girls grab the boys
We get wild, wild, wild,
We get wild, wild, wild,
So cum on feel the noize
Girls grab the boys
We get wild, wild, wild,
At your door
So you think I got a funny face, I ain't got no worries
And I don't know why
And I don't know why
So I'm a scruff bag well it's no disgrace, I ain't in no hurry
And I don't know why
I just don't know why
Anymore
Oh no

So you think we have a lazy time, well you should know better
And I don't know why
I just don't know why
And you say I got a dirty mind, well I'm a mean go getter
And I don't know why
And I don't know why
Anymore
Oh no

So cum on feel the noize
Girls grab the boys
We get wild, wild, wild,
We get wild, wild, wild,

Ontem, um dia importante

Ontem, 16/08 foi um dia muito importante...




Há 30 anos atrás morria um Rei. Eternizado por seu requebrado e sua voz incrivelmente maravilhosa. Uma sensação dos anos 50, uma revolução da música, um ídolo para todos os discípulos do Rock and Roll.

Há 30 anos atrás o mundo ficava órfão de um dos maiores performancers que já existiram e perdia uma das vozes mais espetaculares que eu já ouvi. O único branco que podia cantar como um negro, o garoto que se perdeu no meio da fama e dos comprimidos, o homem que emocionou gerações. Meu ídolo, eternamente vivo para mim e paratodos aqueles que acreditam no Rock and Roll.


"It's now or never."

Elvis não morreu, pelo menos não pra mim.




Há 87 anos atrás um garoto pobre nascia. Garoto que sofreu e cresceu numa infância diferente do normal. E um dia por acaso descobriu uma máquina de escrever e assim eternizou milhares de coisas. Palavras ásperas e sentimentos vivos. Nunca deveu nada pra ninguém. Ensinou um monte de gente a ser gente. Trabalhou pra valer. Deu duro na vida. Bebeu litros e fodeu pra valer. Apostou nos hipódromos. Carregou a morte no seu bolso esquerdo. Cospiu as palavras pela vida.

Um capitão saindo para o almoço enquanto os marinheiros tomavam conta do navio. Um rebatedor no campo de centeio vagando por uma rua escura de Hollywood. Um bebum pulp eternizando as mulheres que teve, as mulheres mais lindas da cidade. Escrevendo suas cartas na rua, suas crônicas de seus amores loucos, suas notas de um velho safado.
Parabéns Henry Chinasky, parabéns Henry Charles Bukowski!


"These word I write keep me from total madness."

Bukowski não morreu, pelo menos não pra mim.

If I...

Se eu morasse em um prédio eu provavelmente já teria me jogado pela janela.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Hey You

Deitei na cama para tentar dormir mas não consegui. Sempre tive esse problema para pegar no sono, então ficava rolando de um lado para o outro, ou olhando para o teto do quarto e pensando na minha vida e aquilo realmente me assustava. Me assustava porque era o único momento do dia em que eu ficava realmente sozinho e todas as divagações da minha cabeça vinham a tona. As luzes apagadas, as portas fechadas, deitado ali com as cobertas e a cabeça no travesseiro ouvindo só o barulho da minha respiração e me perguntando questões tolas de possíveis soluções para melhorar minha vidinha. Era tudo tão estranho. E esse tempo todo demorava uma ou duas horas, mas que pareciam séculos.

Séculos encarando a mim mesmo e tendo uma conversa particular, a qual eu realmente me amedrontava e me apavorava de saber que agora eu não tinha nenhuma distração e nem pra onde fugir e nem mesmo ninguém para me chamar à atenção. Agora era eu contra mim mesmo e então todos aqueles pensamentos, lembranças e sonhos vinham à minha cabeça e eu tentava organizá-los e colocá-los em ordem para que não me assustassem mais mas era tudo em vão, pois eles teimavam em se espalhar e me confundir com milhares de interpretações e situações diferentes onde eu tinha que rapidamente achar uma saída.

Então, cansado de tudo isso eu levantei e coloquei um disco no rádio. Deixei o Village Gorilla Head do Tommy Stinson tocando e me deitei novamente. A música no volume extremamente baixo mas suficientemente alto para ser ouvido bem por mim ali deitado enquanto ela invadia meus ouvidos e eu me revirava na cama esperando o sono vir. Deixava as músicas passarem e me deliciava com suas melodias aconchegantes e letras poéticas, mas como que tudo que é bom dura pouco o disco logo acabou. Então desliguei o rádio e tentei dormir novamente.

Mais uma vez todos os pensamentos vieram a minha cabeça. Dessa vez tentei ignorá-los e não pensar em nada. Talvez contar carneirinhos como minha mãe havia me sugerido dia desses. Não funcionou muito bem, era algo chato e realmente sem graça. Voltei a olhar pro céu e tentar manter minha mente longe de qualquer pensamento, só esperando o sono vir.Isso acontecia muitas vezes e eu sabia que logo eu apagaria e não lembraria daquilo no outro dia, como de fato aconteceu.

Fui ao aniversário do tio de um amigo com ele. Bebemos algumas cervejas e ficamos por lá. Acabou cedo e voltei pra minha casa, um pouco extasiado pela bebida. Nada de alterações mais sérias, só um leve estado de embriaguez adquirido que me fez ficar mais sensitivo a pequenas coisas.

Voltei pra casa e coloquei o mesmo disco para tocar. Ouvi algumas faixas e ele soou fascinante, como realmente era.Deixei tocar algumas músicas e então “Hey You”, minha música favorita. A melodia começava e a bateria parecia fazer barulhos de batidas de coração no inicio da música.

Senti meus pelos arrepiarem e uma onda de frio tomar conta do meu corpo. Coloquei meus braços junto ao tronco para me aquecer e deixei a palma da minha mão direita exatamente em cima do meu coração. A música tocava sua harmonia fascinante com a perfeita combinação de violão de voz e meu coração palpitava na minha mão.

Naquele momento eu tive a certeza de que estava vivo, e de que por mais que os tempos fossem ruins e os maus pensamentos invadissem minha cabeça, e mesmo nas noites de insônia e nos momentos que antecediam o sono, onde a vida e eu tínhamos uma conversa particular ele continuaria ali, palpitando e me dizendo que eu estava vivo.





Hey You - Tommy Stinson

A thousand fires burn out of control
And no one's ever there
To see them
We're dyin of thirst our voice is lost
From all this screaming
I came down in a lonely state
And now everyone is leaving
Our souls so charred beyond recognition
And I'm trying to find the reason
Yeah

There's a widow at my front door
She said she heard that I was freezin
They said she's done time
But no one said she's done time for treason
They say she don't take anything from anyone
Which ain't worth giving
I say I don't give anything to anyone which ain't worth stealing
Yeah

Hey you
Did you come to fight
Have you come to the rescue
Hey youDid you come to watch
Have you come to ridicule

Everything's gotten so far out of hand
There's not much that we could do
Hey you
Did you come to fight
Have you come to the rescue

The city is falling apart
And the clouds and the earth have started bleeding
You just stand around like you don't understand
What it is you're seeing
Time stands still like a broken clock
When our life is so deceiving
You got close once before
And now you're only dreaming

Hey you
Did you come to fight
Have you come to the rescue
Hey you
Did you come to die
Did you come to be ridiculed

Everyone's gotten so bent out of shape
There's not much that we can do
Hey youHave you come to fight
Have you come to the rescue

I ain't waiting for the proof
And I ain't waiting for the future
I've seen too many signs now
And everyone was wrong
I'm just waking up the truth
And I ain't waiting round for you

Hey you
Did you come to fight
Have you come to the rescue
Hey you
Did you come to watch
Did you come to ridicule

Everything's gotten so far out of hand
They say there's not much that we could do
Hey you
Did you come to fight
Have you come to the rescue
Yeah

Impulsos de um garoto sonhador

Ontem eu fui até a casa do avô do Hermano para encontrar com ele e devolver uns livros e pegar outro emprestado, que era "O caminho de Los Angeles", primeiro romance do meu escritor favorito John Fante. Então cheguei lá mas ele ainda não havia chegado então fiquei me olhando no espelho e pensando em como meu cabelo estava grande, porque ele cresce realmente muito rápido, e isso não estava me agradando então subitamente decidi cortá-lo.

Mas logo nesse momento ele chegou. Peguei o livro e deixei os que tinha trazido com ele e fui até o cabeleireiro que ficava ali perto. Eu acho que sou muito impulsivo, porque isso nem tinha passado pela minha cabeça nos últimos dias e assim em dez minutos eu decidi que cortaria o cabelo. E cortei, ficou melhor que antes, mas nada de excepcional. Eu sou muito frescurento pra isso e meu cabelo é muito liso, o que fica uma merda pra deixar do jeito que eu quero, que eu nem sei mais qual é.

Então ficou por isso mesmo, e de noite terminei de ler o "Malone morre" do Samuel Beckett que o Melhado tinha me emprestado, então depois de muita insistência contra a insônia eu consegui pegar no sono, mas umas duas horas depois eu acordei de novo sei lá por qual motivo e já eram seis horas da manhã e minha mãe se arrumava para ir ao trabalho e meu irmão para ir a escola, então peguei o livro do Fante e comecei a ler e em uma sentada já li uma grande parte do livro porque ele é realmente fascinante como tudo que eu já li do Fante, que não a toa virou meu escritor favorito e um dos caras mais fascinantes que já existiram pra mim.E nesse livro meu querido Arturo Bandini parece na flor da juventude e tem um toque de rebeldia mas com a mesma apaixonante forma de viver e de escrever sobre as coisas e eu provavelmente vou devorar esse livro muito rápido.
Oh Arturo Bandini, como eu queria ser igual a você!

quarta-feira, agosto 15, 2007

No dentista

Fui com a minha mãe no dentista pra fazer limpeza nos dentes. Chegamos lá e aguardamos na sala de espera vendo um programa desses onde as pessoas vão resolver suas brigas e coisas do tipo. Uma mulher tinha casado com um ex-gay e a mãe dela não tinha gostado nada disso. Então eles estavam os três lá discutindo sobre o casamento da filha com o ex-gay, que mesmo que tivesse virado hetero ainda tinha o jeito de gay, principalmente pra falar.

Depois começou um quadro onde uma moça com uma voz chata narrava a história trágica que havia sido enviada por uma carta de alguma telespectadora enquanto apareciam cenas fictícias e mudas da história.
Essa era de uma moça que sempre tinha sido honesta e depois foi trabalhar na parte financeira de uma empresa e começou a roubar um monte. Um monte de lenga-lenga no meio da história. Uma grande merda de programa.

A secretária disse que o horário da consulta estava errado. Minha mãe confirmou ter marcado pra terça, mas ela disse que lá estava na quinta. Ficou um tempo nessa confusão mas como o consultório estava vazio o dentista disse que nos atenderia.

Entrei lá e sentei naquela cadeira reclinada. Ele enfiou um cano que era uma espécie de mini-aspirador na minha boca e ficava sugando tudo. Depois me deu um espelho na mão pra ficar olhando a boca e ficou passando um jato de um líquido que fazia a limpeza.
Era um negócio muito foda, ele passava o jato e o dente ficava brilhando de branco na mesma hora.

Eu fiquei lá com o espelho na mão que aos poucos foi ficando encharcado do líquido que espirrava da minha boca. Não demorou quase nada e ele terminou. Depois atendeu minha mãe enquanto eu ficava na sala de espera vendo mais um pedaço do programa de barracos. Uma grande merda de programa.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Jesse Malin - Wendy



Hoje eu deixei essa música no repeat do e ouvi um monte de vezes seguidas. Depois fui pro cursinho e fiquei cantarolando e ela não saia da minha cabeça de jeito nenhum. E ainda não saiu.

É linda demais. Uma das melhores músicas do "The fine art of self destruction" (2003), o primeiro disco solo do Jesse Malin, ex-vocalista da incrível e finada banda Dgeneration.

Depois desse primeiro disco de sua carreira solo vieram o não menos genial "The Heat" (2004) e o fabuloso e meu preferido "Glitter in the Gutter", lançado em março desse ano.

Ele ainda fez um verso que cita Tom Waits, Kinks e Kerouac. Simplesmente genial!


Jesse Malin - Wendy

Wendy left me all alone
No postcard or telephone
Wintertime down by the beach
In a jukebox bar way out of reach

She liked Tom Waits and the poet's hat
Sixties Kinks and Kerouac
Through the night her tailights fade
Her selection never played

I don't know I don't know I don't know why
Checkin' the tears and the light in your eyes
I don't know I don't know I don't know
If my little baby will make it alone

Wendy took me with a smile
Country lips and Bacall style
Through Tangiers or to Bombay
Her self-portrait in the USA

I don't know I don't know I don't know why
Checkin' the tears and the light in your eyes
I don't know I don't know I don't know
If my little baby will make it alone

Dreams Dyin' slowly
We don't want to be alone
DreamsDark and holy
We don't want to be alone

Thinking the things that I can't erase
Hole in my heart and a gun in my face
Feeling the things that I can't describe
I don't know I don't know I don't know why

Dreams Dyin' slowly
We don't want to be alone
DreamsDark and holy
We don't want to be alone

Wendy
Let down
Wendy
Get down
I don't know I don't know I don't know why

sábado, agosto 11, 2007

Cold

Tento arrancar as palavras do coração frio que bate no meu peito mas é tudo em vão.

Estou congelado por dentro e as coisas só parecem acontecer ao meu redor sem que eu note.

E eu não posso fazer nada para impedir isso. Nada mesmo.

Preciso de uma fogueira quente para esquentar meu coração frio.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Notas cinzas

Hoje enquanto eu estava no ônibus indo para o cursinho eu comecei a pensar na necessidade que eu tenho de viajar e mudar minha rotina chata de alguma forma e de como o Jack Kerouac conseguia fazer isso e escrever com uma euforia e rapidez completamente cheias de vida e verdadeiramente maravilhosas e como aquilo o deixava feliz e excitado e como ele realmente vivia a VIDA.

É disso que eu preciso. Sair daqui e fazer umas coisas diferentes. Encontrar umas pessoas legais e viver umas coisas realmente boas. Enquanto eu ficar aqui nesse mundinho só escrevendo minhas notas nada disso vai mudar. Enquanto eu ficar aqui tudo só tende a piorar.

O mundo parece preto e branco e minhas notas são cinzas.

Dentro da bolha

Tomo um cappucino gelado enquanto penso na vida.
Ela não vai mal e nem vai bem. Estou me sentindo diferente dos outros dias. Diferente de qualquer dia.

Não me sinto feliz, tampouco triste. As coisas a minha volta só parecem iguais. Sempre iguais.

Não penso em morrer, não é apto ao momento. Também não penso em viver intensamente, pelo mesmo motivo.

Eu só estou estando enquanto as coisas passam ao meu redor.
É como se eu estivesse dentro da minha própria bolha, alheio ao resto do mundo, de onde vejo as pessoas chorando, sorrindo, amando.

Eu não sinto nada disso. Pelo menos não agora.

Só permaneço vendo tudo de dentro da minha bolha, enquanto as coisas acontecem, as pessoas vivem e eu só existo.

Meu olho esquerdo

Eu não sei porque mas de uns três dias pra cá minha pálpebra esquerda começou a tremer do nada. Quando eu menos espero e acho que parou ela começa a dar umas tremidinhas chatas e isso esta me dando muito medo. Até agora não influenciou em nada na minha visão ou saúde, nem chegou a me incomodar mais seriamente e nem deu pra ninguem perceber, porque é uma tremedeirazinha bem discreta que provavelmente só eu consigo perceber porque eu sinto ela e isso me irrita bastante, mas eu não quero ser um pisca-pisca ambulante, e pior, de um olho só.

Eu falo isso porque na saudosa e curta época em que eu fiz academia para tentar deixar de ser flácido e sedentário eu tinha um instrutor que era do tamanho de um armário mas tinha um tique terrível de piscar os olhos. Como eu fazia com outros dois amigos nós carinhosamente apelidamos ele entre nós de pisca-pisca. E é claro que rolavam várias chacotas do tipo "ele já esta no clima de natal" entre outras que eu não me lembro agora.

Mas o meu problema não é tique de piscar o olho, graças a Deus eu não tenho muitos tiques, na epoca que tinha piercing no lábio ficava mastigando aquela porcaria mas um monte de gente que tinha/tem disse que isso também acontecia com eles, então não pode ser considerado um tique.

O que me esta me dando medo de verdade é porque essa porra é involuntária e já esta durando desde segunda pra cá. Se você frequenta ou conhece um oftamologista pergunte pra ele se isso é normal e me avise que já vai ser muito reconfortante mesmo. Antes que eu acabe ficando literalmente com "sangue no zóio" e me estresse com isso ou vá parar em um hospital e fique cego do meu olho esquerdo para sempre, o que seria deveras trágico para o resto da minha vida, visto que eu só tenho 17 anos.

Estou exagerando pracaralho, é claro que esse negócio vai passar até amanhã no máximo e é só coisa da minha cabeça. [medo]

quarta-feira, agosto 08, 2007

A base de mini-pizzas

Faz uns dois dias que só tenho me alimentado de mini-pizzas. É simples de fazer e gostoso. As massas vem semi-prontas em um pacotinho com umas dez. É só pegar a pequena roda de massa e colocar o molho de tomate com uma colher. Depois cortava umas fatias de tomate, colocava algumas de peito de peru ou lombo e por cima a mussarela. Aí era só colocar no forno e ficava pronto em dez minutos. Por um lado é bom porque é algo bem prático, mas por outro é ruim pois hoje quando fui comer uma as seis e meia da manhã o gosto pareceu me enjoar um pouco.

Agora você deve estar se perguntando o que eu estava fazendo comendo mini-pizza as seis da manhã. Meu horário biológico anda uma bagunça e isso esta sendo horrível. Eu só tenho aulas no cursinho à noite e depois que volto fico acordado sem ter nada pra fazer e geralmente vou dormir as seis ou sete. Na verdade eu deito na cama as cinco, mas sempre tive um péssimo problema para pegar no sono, então fico rolando de um lado para o outro e assim passa uma hora ou mais até ouvir o despertador no quarto da minha mãe quando eu sei que já são seis horas, ai ela acorda e vai tomar banho e depois meu irmão acorda para se arrumar para ir para o colégio e eu levanto para conversar um pouco com a minha mãe porque não ia conseguir dormir com a barulheira de chuveiro e conversas que tem aqui todas as manhãs.

Ai depois que eles vão embora lá pelas sete eu deito na cama e espero o sono vir, o que dessa vez já mais cansado só demora uma meia hora. Então quando eu acordo e ligo o computador vejo no relógio que já são quatro e meia da tarde, em média. Então fico um tempo ali a toa. Depois como alguma coisa, como nos últimos dias as mini-pizzas tem sido a bola da vez, depois tomo banho e vou para o cursinho, onde geralmente mato parte das aulas ali na frente fumando e conversando com o pessoal. E essa rotina estranha me faz ficar sem sono na madrugada e começa tudo de novo.

A minha estratégia para mudar em partes essa rotina até que é simples. Eu preciso achar uma escola ou professora de inglês particular e de espanhol também. Assim eu resolvo o problema de não ter o que fazer as tardes. Também estou pensando em voltar pras aulas de baixo e ver se aprendo alguma coisa, e continuar nas aulas de gaita que tem evoluído na medida do possível. Por fim é só me dedicar mais ao cursinho e parar de matar tanta aula. Assim eu posso ir dormir todo dia mais facilmente e continuar acordando meio-dia sem alterar meu estilo de vida preguiçoso e nem me sentir um completo ocioso & vagabundo.