domingo, junho 27, 2010

e talvez, quem sabe um dia

gosto do escuro
de encostar em muros
de ficar sozinho
cantando baixinho
músicas bonitas.

gosto de poemas
gosto de garotas,
de bebidas e
de livros velhos com
dedicatórias sinceras
de casais apaixonados
da década de 80.

gosto de pessoas
vivas, apaixonantes
engraçadas, poéticas
que não se deixam entregar
que persistem, persistem
dia após dia
hora após hora
e nunca perdem
a vontade, a felicidade
a alegria, ou qualquer coisa
desse tipo.

gosto de ficar
sozinho no meu canto,
fumando, fumando e
pensando, pensando
em todos os aspectos
de todas as vidas.
em uma maneira de curar
todas as minhas feridas.

gosto de camisetas de bandas,
e de jogos de futebol na tevê.
de discos de vinil,
e de poemas pra escrever.

gosto de mim,
gosto de você
e talvez goste
de toda a humanidade.
de uma forma, particularmente minha
muito menos odiosa e amarga do que parece.
muito menos triste e solitária do que é.
muito mais verdadeira, muito mais incrível
como santos, abençoados e realizadores de
milagres inimagináveis pela felicidade
pela vida,
pelo amor.

gosto de poesia
gosto das pessoas.
e talvez,
quem sabe um dia
goste de viver.

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