sexta-feira, junho 18, 2010

E como condenados, estamos enclausurados em nossa própria consciência, perdidos em nossa pequena cidade, onde todos se encontram em tediosas noites de lamento e torpor juvenil. A noite é cruel, as pessoas são crueis e não há grandes acontecimentos como em filmes nova-iorquinos da década de 70. Artur Rimbaud, os Rolling Stones e Chet Baker salvam desesperados jovens angustiados e desesperados por um tanto de emoção caótica generalizada em cavalares doses de alcool e excitação noturna. E o mundo continua girando, enquanto em uma cidade esquecida no meio do nada meia dúzia de jovens desesperados escrevem poemas ruins, compõem músicas agitadas e choram suas dores e incompreensões amalucadas que rodam e rodam em constantes círculos intermináveis de devaneios desesperados. A juventude é a mesma em qualquer lugar do mundo. Afeto desperdiçado e lamentado, músicas de corno e sangue latino americano correndo em veias jovens e despreparadas para a crueldade do mundo. Sonhos inalcançáveis e páginas de livros completam o cenário de uma peça repetitiva e desesperançosa. Épicos trágicos estão reservados para o ato final. Uma grande balada também. Talvez seja isso que mantenha as coisas funcionando. Talvez seja isso que mantenha a vida seguindo. No final, no final... as cortinas se abaixarão e tudo estará finalmente acabado. And that's all, folks.

Nenhum comentário: