terça-feira, agosto 07, 2007

Não quero falar sobre isso agora

Duas e meia da manhã. Estou com fome. Desço ao andar de baixo de casa e vou até a cozinha. Preparo uma mini pizza com molho de tomate, queijo, tomate e peito de peru.
Enquanto a coloco no forno faço dois pequenos filés de frango na pequena churrasqueira elétrica.Dez minutos depois e tudo esta pronto. Coloco no prato e abro a geladeira. Não tem coca, estou com preguiça de fazer suco. Pego um copo de água e vou para a frente da TV.

Ligo e troco os canais. Na Globo o programa ordinário de Jô Soares. No sbt um filme ou seriado sem pé nem cabeça, pelo menos pra mim que não costumo conhecer esse tipo de coisa. Volto para a Globo e assisto ao final da entrevista do Jô com uma mulher baixinha e feia que nunca vi na vida.

Beijo do gordo, o programa finalmente acabou. Fico em frente a TV para ver o que vem na seqüência enquanto como o final da mini-pizza. Vinheta de filme, abertura de filme indicando ser cinema nacional. Eu gosto de cinema nacional. Se for pornochanchada melhor ainda. Começam os créditos. O filme se chama “Não quero falar sobre isso agora”. Título sugestivo, gostei.

Evandro Mesquita faz o papel de um malandro aspirante a escritor e sonhador que é chutado pela namorada milionária que o sustentava, assim ele é obrigado a dar a cara a tapa e tentar algo na vida. Sonha em ser um grande escritor e seu roteiro sempre é rejeitado pelo diretor da rede de televisão que o trata com desprezo. Vai morar de favor com uma amiga gordinha simpática, como o mesmo diz.

Acaba pegando carona com um traficante sem saber disso. No caminho uma perseguição da polícia começa e o trafica manda ele fugir com um grande pacote de cocaína e diz que vai buscar depois. E o cara vai preso, e ele fica com a droga e deixa lá guardada. E ai o filme vai.Conhece uma mina interpretada pela Marisa Orth. Se apaixona, namora com ela. Continua sem arranjar emprego. Continua sem grana. Decide vender a droga para levantar algum após ver que o traficante havia sido condenado a 25 anos de prisão. Divide em um monte de papelotes e vende por ai. Faz uma boa grana.

Amigos do traficante voltam para cobrar a pedra. Estão prontos para matá-lo quando a polícia prende todos. Se salva pagando cervejas para o delegado. Tudo isso num contexto humorístico. Ele ainda sonha em ser escritor, mas decide partir para a música e compra uma guitarra com a grana que levantou. Depois troca a guitarra por uma máquina fotográfica e monta um pequeno estúdio ali no apartamento mesmo. Também não da certo.

Policiais corruptos vem para pegar a droga para o traficante principal. Reviram o apartamento inteiro e não acham nada. Levam a grana que acham, mas ele havia escondido um outro montante. Decide fugir. Da parte da grana para a amiga e pega um veleiro com um amigo francês. Acaba indo parar em Nova York. No Rio de Janeiro o traficante sai da cadeia sabe-se lá como e volta para cobrar a divida. O final termina com a amiga gordinha lendo um postal dele com a paisagem de Nova York enquanto esta deitada abraçada ao lado do traficante.

O filme acaba e os créditos começam a descer. Vou lendo sem compromisso. Um monte de nomes de produtores, assistentes disso e daquilo, diretores de sei lá o que. Quase todas as músicas por Evandro Mesquita. Então os créditos estão acabando e no último nome, quando eu já havia me perdido, pois ninguém lê créditos com atenção eu consigo visualizar a tempo escrito: John Fante – Sonhos de Bunker Hill.

Corta e vai para os comerciais para começar a próxima atração. Fiquei perplexo. O filme era bom, nada de excepcional, só bom. Ainda mais pra um filme nacional. Mas fiquei curiosíssimo pra saber o que um dos livros mais legais do Fante estava fazendo ali no final dos créditos. Provavelmente um dos livros em que o roteirista se inspirou para fazer. Procurei na internet e não achei nada sobre. Só descobri o ano do filme, duração, sinopse e que foi a primeira parceria da Marisa Orth e do Evandro Mesquita. A outra foi em “Os normais”.

Já são 04:26 e não estou com sono. Acho que troquei o dia pela noite. Droga. Não quero falar sobre isso agora. Grande título. Vou lá tentar dormir.

Nenhum comentário: