Plac, plac, plac. Andando pela casa na madrugada. Sempre usando pijamas e procurando algo pra fazer. Na verdade não tenho um pijama, uso sempre um shorts e uma camiseta qualquer. Mas fico andando por aí, procurando o que fazer. Daí sento aqui e rabisco algo. Fumo um ou dois cigarros e ouço algumas músicas. Plac, plac, plac. Sempre igual.
A casa está quase sempre vazia, mas prefiro ficar no meu quarto. A privacidade é algo extremamente necessário na minha vida. Ligo a TV, rodo por uns canais. As mesmas merdas de sempre. Volto pro computador. Uns toques ali, outras músicas aqui. Ás vezes vejo algum filme. E então fico sem fazer nada. Ou fazendo algo que corresponda a não fazer nada. Durmo tarde da madrugada, quase sempre perto do amanhecer, e acordo tarde do dia, quase sempre no início da tarde.
É foda acordar de tarde. Levanto e tenho aquela sensação de que ainda é manhã, mas já são quase duas ou três da tarde. Todas as pessoas estão fazendo algo. Me sinto um vagabundo. Preparo algo pra comer ou vou no mesmo restaurante de sempre. Me alimento bem. Gosto de ter algo no estômago. Faz bem em todos os sentidos. Você é alguém mais poderoso quando come um bom prato de comida. E é alguém ainda mais poderoso quando fuma um cigarro depois desta refeição. O melhor cigarro é sempre depois da refeição. As tragadas descendo e a barriga cheia. Aquela preguiça estranha e a fumaça subindo. Tão satisfatório quanto um drinque no final de um dia estressante.
Os livros estão sempre ali na cômoda emprestada. Até que tenho uma boa coleção. Não é das gigantes, mas está crescendo aos poucos. Quem sabe algum dia eu não tenha minha própria biblioteca? Escolho um e começo a ler. Se não estou a fim de começar a ler algum, ou se já estou ocupando lendo um, só escolho um dos bons e folheio algumas páginas para relembrar. É sempre divertido. Os melhores livros sorriem quando eu os abro. Talvez eles saibam que eu gosto muito deles. São uma espécie de orgulho particular. Enquanto algumas pessoas têm roupas novas eu tenho meus livros e discos. Gosto disso.
Quem disse que eu sou um completo vagabundo? É, não da pra negar que eu me sinto assim, mas eu ainda faço faculdade, e vou as aulas com freqüência. Todos os dias é a mesma coisa. Vez ou outra tem trabalhos quase completamente inúteis. Vez ou outra eles te irritam pra valer. É foda saber que você faz aquilo tudo pro professor decidir se você é ou não bom o suficiente pra aquela profissão que você está se habilitando pra exercer. E é claro que você sabe que é. Na verdade você tem certeza que é ótimo pra profissão, e acha mesmo que é melhor que ele e todos os outros. Mas não da pra se iludir demais. Ás vezes você também acha que é pior que o cocô do cavalo do bandido. São coisas da vida. Da minha vida. E talvez da de outras pessoas. Mas eu ainda não as conheço pra saber. Nunca se sabe o que se passa na cabeça de quem passa por você na rua ou senta do teu lado no metrô.
2 comentários:
Oi!
Gostei do texto! =)
Vc faz qual faculdade?
Passa no meu blog?
=**
gostei tanto desse!
saudade, biel.
(agora o igual a tudo na vida tem links!)
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