quarta-feira, agosto 06, 2008
It’s Alright Ma (I’m only bleeding)
Andando pela Paulista. Descendo a Brigadeiro. Cruzando a consolação. Caminhando pela Joaquim Eugênio de Lima. Tomando café e fumando cigarros na cafeteria da Santos com a Campinas. Ando por aí com pensamentos vagos em coisas superficiais. Bebo cerveja atrás de cerveja e completo com vinho vagabundo de garrafa de plástico. O apartamento está quase sempre vazio. Eu estou quase sempre vazio. As ruas ainda são frias. Caminho por aí com aquele meu jeito estranho de andar e as mãos nos bolsos ou um cigarro aceso pairando entre o canto da boca e os dedos indicador e médio da mão direita. Continuo com o sono deturpado em horários cada vez mais confusos. Tento me esforçar para manter o quarto limpo e as janelas abertas mas ele continua com coisas espalhadas e cheiro de cigarro e de noites mal- dormidas. Subo e desço pelos elevadores me encarando nos espelhos. “Você não é nada mau. Nada mau.” Digo pra mim mesmo, mesmo sabendo que é só mais uma mentira mal-contada As garotas estão por aí, saindo com seus babacas. Os babacas estão por ai, saindo com minhas garotas. Minhas antigas paixões estão perdidas pelo mundo, provavelmente entregues aos beijos e abraços de figurões esguios e bem apessoados com intelecto de babuínos urrando e pulando de árvores. Carros e mais carros entopem as ruas da cidade. A avenida Paulista continua em obras. Reformam o asfalto e fazem certo barulho de madrugada. Devem incomodar alguns adormecidos, mas definitivamente não interferem em nada na minha vida. Fiquei de ligar pra minha mãe. Tento usar o orelhão mas é em vão. O telefonema tem algum tipo de problema e não consigo completar a ligação. Tento outra hora. Só ligando pra dizer que está tudo bem. It’s alright ma, I’m only bleeding.
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