sábado, junho 09, 2007

Cortando o cabelo.


Quarta feira passada eu fui cortar o cabelo. As melhores vezes em que cortei o cabelo na minha vida foram em salões caros, mas como meu pai é totalmente contra gastar qualquer dinheiro a mais em corte e como mantenho uma freqüência de cortar o cabelo a cada mês e meio, fui no barbeiro que ele corta a muitos e muitos anos, no centro comercial de Londrina.
Ele estava ocupado então cortei com o filho dele. Sentei na cadeira giratória e ele colocou aquela espécie de roupão esquisito pra não cair cabelo nas roupas em mim.
Desde pequeno eu tenho trauma de cortar cabelo. Era um dia maldito para mim. Principalmente porque eu nunca gostava do resultado e detestava a reação de surpresa das pessoas da escola com quem eu tinha que conviver todo dia.
Eu realmente odiava chegar na escola pela manhã e ouvir a mais insolente das perguntas várias vezes ao dia: - Você cortou o cabelo? – Não, tirei pra lavar. Era o que eu geralmente respondia, tirada clássica que eu aprendi ouvindo as pessoas falarem e depois lendo um pocket-book da Mad que comprei numa liquidação do Carrefour chamado “respostas cretinas para perguntas imbecis” e que eram várias situações com perguntas imbecis, e obviamente respostas cretinas. Um dos capítulos se chamava “cortadas ferinas para respostas cretinas de perguntas imbecis” e que era basicamente a mesma coisa da idéia original do livro, mas dessa vez com uma réplica para a pessoa que havia feito a pergunta imbecil dando uma cortada ferina. Todas essas bem engraçadas, era de rolar de rir. Quero achar esse livro, mas provavelmente eu perdi.
De todo modo mostrei a foto do Keith Richards para ele e disse pra cortar igual. Eu sabia que não ia ficar igual, primeiro porque meu cabelo jamais ficaria igual ao dele e segundo porque o cabeleireiro apesar de ser bom não pareceu entender muito bem o corte.
Mas o que realmente me preocupou foi que o cabeleireiro era careca. Totalmente careca. Pareceu a mesma coisa que ir a um dentista banguela, ou a um fisioterapeuta paralítico. Ok, eu estou realmente exagerando. Guardada as devidas proporções eu fiquei um pouco preocupado. Mas o que realmente me deixou frustrado em cortar o cabelo foi ter que ficar olhando para mim mesmo no espelho durante todo o tempo. Experimente fazer isso um dia, é algo realmente desconfortável ficar vendo sua imagem durante 15 ou 20 minutos. Tinha uma Tv do meu lado superior esquerdo e eu tentava incessantemente girar meus olhos sem virar a cabeça para não ter a orelha retalhada e virar um Van Gogh sem pintar porra nenhuma.
Então ele terminou de cortar. E ficou bom. Não ficou ótimo, mas ele não comprometeu, então pra mim já estava perfeito. Se eu saísse do cabeleireiro sem reclamar já era um ótimo progresso e ele ganhava alguma confiança comigo.
Me despedi e sai da barbearia. Andei um pouco ali por perto e encontrei o Hermano perto de onde tínhamos combinado. Gostei quando ele disse que tinha ficado bom, foi confortante pra minha insegurança pós-corte.
Depois meu pai viu e perguntou – Você não cortou nada?
Melhor assim, discreto.

2 comentários:

Pree disse...

eu não dou meu cabelo pra qqr um cortar não, corro o risco de qd finalmente sair de londrina terq voltar para cortar o cabelo ^^ (¬¬) me "apeguei" demais ao meu cabeleireiro ahahahahah tira foto para ver como ficou ja q a gente nunca mais se ve msm ahahah

=*

Anônimo disse...

a-d-o-r-e-i.


beijo!

carol.