não há mais
nada a se dizer
nesse momento
sombrio
de flores
ressecadas
a primavera
acabada
nas ruas
escuras
doces beijos
de outras bocas
não há ninguém
me esperando
em seus braços
não há pernas
me esperando
em seu enlaço
inóspito inverno
de solidão
no peito jovem
já não bate um coração
pega tuas flores
e as leva daqui
não acredito em primavera
nem mesmo sei aonde ir
não sou bom escritor
nem mesmo bom em nada
minhas qualidades
já estão esgotadas
e na velha
manhã de ressaca
sem ninguém
sem mais nada
estarei um dia
descansando em paz
embaixo da terra
mórbidamente abençoada
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