terça-feira, julho 22, 2008

Até o fim do mundo, se ele chegar

Tenho observado uma ligeira melhora pessoal à longo prazo em minha vida. Lembro de minhas contestações e aflições do ano passado e posso observar que me sinto melhor do que outrora. É de certo modo um belo progresso em determinados aspectos. Ainda tenho muito a alcançar em objetivos pessoais, e não me refiro profissionalmente e sim pessoalmente. Continuo sendo a mesma pessoa de círculo social fechado e restrito, vezes por opção própria e outras não. Um tanto curioso eu estar escrevendo este texto logo agora, pois tinha deixado o disco American Caesar do Iggy Pop para tocar aqui enquanto fumava um cigarro e por coincidência logo que comecei a escrever estava tocando Social Life, a faixa número 14. Coincidência das maiores e que freqüentemente acontece comigo. Ainda tenho planos de freqüentar um psiquiatra e pretendo tentar perder peso tão logo as férias acabem. Acho que no começo vai ser difícil pois provavelmente vou me encontrar com freqüência com os colegas da faculdade e vou acabar saindo para beber quase que diariamente. Minha aparência nunca me agradou. Sempre me achei um sujeito esquisito e meu insucesso com o sexo oposto confirmou isso. Apesar de tudo ainda não desisti. Vou continuar na luta. Sabe como é, como uma luta de boxe. Já fui derrubado em vários assaltos mas continuo me levantando. Me recuso a cair. Teve vezes, muitas vezes eu acho, que seriamente pensei que seria derrubado por nocaute. Um gancho ou um direto em cheio e PLOFT! Lá estaria eu caído no chão de uma vez por todas. Mas prefiro não pensar nisso agora. Este é um dos únicos e raros momentos da minha vida em que uma espécie de esperança me invade. É como alguém dando tapinhas na minha costa e me mandando seguir em frente. É como se me dissessem – Corra enquanto puder – e eu começo a acreditar que isso pode ter algum resultado. Só me preocupa a possibilidade de eu correr, correr e nunca chegar a lugar nenhum. É isso que as pessoas fazem todo dia. Elas correm atrás de seus sonhos e na maioria das vezes acabam chegando em rotinas medíocres ouvindo seus chefes lhe negarem o aumento, seus filhos lhe pedindo que comprem coisas e seus companheiros lhe pedindo uma vida melhor. É tudo a mesma coisa sempre. Me deparo com estas caras cansadas e esperançadas todos os dias nos metrôs e nos ônibus. Andam apressados, se esbarrando, mas ainda existe alguma compaixão entre todos. É como que uma marcha fúnebre coletiva em busca de algo que a maioria nunca vai alcançar. Férias no exterior, cursos superiores, carros do ano, jantares em restaurante caros e garrafas de bons vinhos. Penso nisso tudo toda vez que olho para as pessoas em geral. Inevitavelmente todas estão tentando chegar ao mesmo lugar, cada qual a seu modo. Acho que o verdadeiro problema acontece quando você percebe que aquilo tudo é inútil. Se você não enlouquece no meio do caminho você cai por si no final. Os velhos nas praças me deixam deprimido. Gosto deles, e gosto de sua cortesia e de seus carteados e suas conversas sobre futebol, mas realmente não quero terminar como eles. Não faço a mínima idéia de como quero terminar, mas provavelmente vou terminar aonde não queria estar. É tudo sempre assim. Mas bem, este texto era pra falar sobre coisas positivas ou algo do tipo. O que eu posso dizer sobre coisas positivas agora? Acho que não tenho nada em mente sobre este assunto. Só queria deixar registrado que eu ainda acredito que um dia eu estarei fazendo algo que goste e que alguma garota legal esteja comigo. Ainda acredito num zilhão de coisas, mesmo que tudo me diga para não acreditar. É um tanto burrice da minha parte, mas acho que todo ser humano faz isso, e que a vida não consiste em nada além disso – nunca deixar de acreditar e sempre continuar tentando, por mais medíocre que as coisas sejam e por mais merda que você esteja atolado, só siga em frente, e assim até o fim de seus dias. E até o fim do mundo, se ele chegar.

Um comentário:

cássia guerra disse...

exijo mais textos!
hahaah