Me olhava nos espelhos quebrados dos banheiros mais sujos dos bares mais baratos e pensava o que se passava em minha cabeça. Falava e gesticulava e bebia e fumava e os assuntos ainda eram os mesmos, abordados com diversidades infinitas provocadas por porres de cerveja barata nas mesas dos bares que eu costumava freqüentar a alguns meses atrás. Ás vezes pontadas de felicidade me invadiam e me alegravam por algum tempo. Em raros momentos me sentia completo sem ter completado nada. Em outros momentos era só o vazio, o vazio e mais nada. Passava meu tempo reencontrando amigos de longa e curta data e me alegrando com conversas interessantes e divertimento mútuo. Algumas pessoas me falavam com admiração e ternura. Outras me tratavam com indiferença, ou até mesmo desprezo. Eu não me importava, ou tentava não me importar. A vida já era um bocado estranha para que eu tentasse me importar.
E era assim que os dias de férias em minha cidade natal iam passando. Curtos e longos, como em outros tantos dias das diversas férias da minha vida.
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