Quarta-feira, dia de aula. Passei a tarde sem fazer nada como sempre e depois de assistir malhação peguei o ônibus pra ir pra aula. Entrei no ônibus e resolvi ficar nos primeiros bancos antes de passar pelo cobrador. O trajeto ia normal até uma certa altura da leste-oeste onde muitas pessoas subiriam no ônibus incluindo alguns idosos, então resolvi pagar e passar.
Dei meus cinco reais pro cobrador enquanto uma fila das pessoas que haviam subido se formava atrás de mim. Olhei pra máquina que controla a catraca e o verde estava aceso, passei e esperei pra receber meu troco e foi ai que a confusão começou. Uma mulher magra de uns trinta anos que estava atrás de mim disse pro cobrador que tinha passado o cartão na máquina antes de eu passar. Então o cobrador retrucou pra ela que não teria como saber se ela havia mesmo passado. Enquanto isso eu ficava olhando para os dois e esperando meu troco. Ele me deu os três reais e eu fui para o meio do ônibus e continuei acompanhando o resto da discussão. O cobrador disse que ela deveria esperar chegar ao terminal para reclamar e ela em súbita raiva disse que não ia esperar nada e que tinha pagado. Nesse momento ela deu um salto incrivel sobre a roleta e foi andando para o fim do ônibus enquanto o cobrador ficava olhando abismado e inconformado.
Eu não sabia se chorava por ter iniciado toda aquela confusão ou se ria pelo pulo da mulher. Estava com muito mais vontade de rir, não é todo dia que você ve umas coisas dessas.
Fui pra minha aula e encontrei um professor que me deu aulas a uns anos atrás. Ele me disse estar abrindo um curso de aulas especificas pro vestibular por matérias e os outros professores eu conhecia a maioria. Uma boa idéia em vez de cursinho.
Sai da aula e fui esperar minha mãe na avenida Higienópolis em frente a loja tng cantando With a little help to my friends dos Beatles em voz baixa. Logo um grupo de três meninas e um rapaz que deviam ter idade próxima aos vinte anos e aparentavam ser típicos universitários da uel passavam andando e pararam na esquina em frente de onde eu estava sentado discutindo. Uma das meninas havia perdido um melhor amigo e ela devia ser algum tipo de espírita e os outros haviam brincando, então se desenvolvera toda a confusão. A menina que havia perdido o melhor amigo choramingava e falava que não gostava de brincadeiras do tipo enquanto as duas outras garotas e o rapaz tentavam argumentar que eles não queriam desrespeitar e era apenas um momento de brincadeira e coisas do tipo. Logo a confusão se resolveu e todos abraçaram a chorosa menina que havia perdido o amigo Deus sabe quando.
Se despediram e tomaram caminhos opostos, o garoto e uma das meninas por um lado e as outras duas por outro. Eles já estavam alguns metros separados quando ouvi o garoto dizer:
"Amanhã a gente se vê na Uel".
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