segunda-feira, julho 18, 2011
O disco do Stevie Wonder girava na vitrola enquanto eu acompanhava com os olhos a bolacha girar 33 rotações por minuto. Eu tinha entornado algumas latas de cerveja e dado uns dois tirinhos, então estava acelerado e enérgico como uma pilha. O disco do Stevie Wonder era ótimo, mas seu experimentalismo calmo e cool não ajudava a me animar. Saquei o disco e coloquei Exile on Main St, meu disco favorito dos Stones. A voz do Mick Jagger ecoou pela sala, enquanto eu pulava de um lado pro outro sem saber muito bem o que fazer. Era uma merda ficar sozinho nesse tipo de situação. Pilhado e querendo conversar, mas sem ninguém por perto. Ouvi algumas faixas do disco bebendo mais algumas cervejas, sentei em frente ao computador e comecei a digitar as primeiras coisas que vieram à cabeça. Quatro poemas sobre colhedores de arroz vietnamitas, dois sobre pick-ups do meio-oeste norte-americano, dois sobre uma garota que conheci na escola há uns dez anos atrás e um sobre a posição das garrafas de cerveja no canto da lixeira do quarto. Todos eram horríveis. Comecei um roteiro, sobre um garoto que pula no pescoço do amigo depois de um dia de loucura, e joga fora uma amizade de anos por pura bobagem, mas também ficou horrível. Desisti de tudo, virei o disco dos Stones e terminei as cervejas e a noite ouvindo blues. Ainda pilhado, considerei ir até algum lugar. Era uma ideia estúpida, então apaguei as luzes e me meti na cama. Fazia um frio considerável, me cobri e esperei o sono vir. Ele não veio, então passei boa parte da noite me revirando no colchão. Consegui pegar no sono quando o dia amanhecia. O sol era bonito ás seis da manhã, mas me arranhava os olhos e atrapalhava meu sono.
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