rodeado de cervejas e amigos
na mesa de um bar, num canto perdido
conversas profundas & declarações pertinentes
o que nós somos & de onde viemos & pra onde vamos
e toda essa bobagem que
assola todos os seres humanos
todos os dias e todas as horas
e então penso que
sou como um bloco de concreto
sólido, frio e cinza
sem grande talento &
sem grandes pretensões além de
arranjar uma boa garota e
passar o resto dos dias transando
e ouvindo aos beach boys e tomando cerveja
mas isso está muito muito perto & muito muito longe
bodishatvas & bikhus estão longe de mim
não sei nada sobre cultura oriental
tento escrever haikais
tento entender o budismo
não entendo nada
não passo de um bloco de concreto
sólido, frio e cinza
muito longe do paraíso, muito perto do inferno
um retrato da minha decadência
brindada ao som de tilintar de taças
não sou nenhum descolado
sou mais do que penso que sou
e menos do que gostaria de ser
só um grande bloco de concreto
sólido, frio e cinza
e preocupado & intrigado
com o "rumo em que as coisas estão tomando"
brindando meu próprio fracasso
com os melhores venenos que
estão nos balcões dos bares
e com os homens da rua
e nas mulheres da vida
um grande bloco de concreto
com sentimentos
e sangue correndo
nas veias
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