foi no 2º andar na rua Coronado
eu costumava ficar bêbado
e atirar o rádio pela janela
enquanto estava tocando, e, claro,
iria quebrar o vidro da janela
e o rádio ficaria lá no telhado
tocando
e eu diria a minha mulher,
“Ah, que rádio maravilhoso!”
no dia seguinte eu tiraria a janela
das dobradiças
e a levaria pela rua
até o vidraceiro
que iria colocar em outro painel
Eu continuei atirando o rádio através da janela
toda vez que eu me embebedava
e ele ficaria no telhado
ainda tocando-
um rádio mágico
um rádio com coragem
e toda manhã eu levaria a janela
de volta ao vidraceiro
Eu não lembro quando isso terminou exatamente
embora eu me lembre de
quando finalmente nos mudamos
havia uma mulher no andar de baixo que trabalhava no
jardim em seu maiô
ela realmente cavava com aquela pá
e ela colocava seu traseiro pra cima
e eu costumava sentar na janela
e ver o sol brilhar sobre aquela coisa toda
enquanto a música tocava
Charles Bukowski
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Bowery Blues
A história do homem
Me deixa enojado
Por dentro, por fora
Eu não sei porque
Algo tão condicional
E falado
Me machuca tanto
Estou magoado
Estou assustado
Eu quero viver
Eu quero morrer
Eu não sei
Onde ir
No Vazio
E quando
Dar o
Fora
Nenhuma Igreja me disse
Nenhum Guru me deteve
Nenhum conselho
Só pedra
De Nova Iorque
E na cafeteria
Nós ouvimos
O saxofone
Oh Rubi morto
Morreu de um Tiro
Na Trinta e Dois
Soando como nos velhos tempos
E bombardeado
Vazio decapitado
Assassinado pelo relógio
E eu vejo Sombras
Dançando em direção ao juízo final
No amor, a detenção
APertando os adoráveis traseiros
Das meninas
Apaixonadas por sexo
Se mostrando
Em brancas lingeries
Nas janelas altas
Esperando pelo Pior
Eu não posso aguentar
Mais
Se eu não posso segurar
Meu pequeno traseiro
Para mim no quarto
Então é adeus
Sangsara
Para mim
E além do mais
Garotas não são tão boas
Quanto aparentam ser
E Samandhi
É melhor
Do que você pensa
Quando isso começa a
Martelar na sua cabeça
Com o Zumbido
Dos dourados
Anjos do céu
Gemendo
Dizendo
Nós estivemos esperando por você
Desde a manhã, Jack
Porque você demorou tanto
Mofando no quarto cheio de fuligem?
Este transcendental Brilho
É a melhor parte
(da Insignificância
Eu canto)
Ok
Desisto
Louco
Paro
Jack Kerouac
Me deixa enojado
Por dentro, por fora
Eu não sei porque
Algo tão condicional
E falado
Me machuca tanto
Estou magoado
Estou assustado
Eu quero viver
Eu quero morrer
Eu não sei
Onde ir
No Vazio
E quando
Dar o
Fora
Nenhuma Igreja me disse
Nenhum Guru me deteve
Nenhum conselho
Só pedra
De Nova Iorque
E na cafeteria
Nós ouvimos
O saxofone
Oh Rubi morto
Morreu de um Tiro
Na Trinta e Dois
Soando como nos velhos tempos
E bombardeado
Vazio decapitado
Assassinado pelo relógio
E eu vejo Sombras
Dançando em direção ao juízo final
No amor, a detenção
APertando os adoráveis traseiros
Das meninas
Apaixonadas por sexo
Se mostrando
Em brancas lingeries
Nas janelas altas
Esperando pelo Pior
Eu não posso aguentar
Mais
Se eu não posso segurar
Meu pequeno traseiro
Para mim no quarto
Então é adeus
Sangsara
Para mim
E além do mais
Garotas não são tão boas
Quanto aparentam ser
E Samandhi
É melhor
Do que você pensa
Quando isso começa a
Martelar na sua cabeça
Com o Zumbido
Dos dourados
Anjos do céu
Gemendo
Dizendo
Nós estivemos esperando por você
Desde a manhã, Jack
Porque você demorou tanto
Mofando no quarto cheio de fuligem?
Este transcendental Brilho
É a melhor parte
(da Insignificância
Eu canto)
Ok
Desisto
Louco
Paro
Jack Kerouac
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
the times they are a-changin
É a madrugada de terça de carnaval para quarta de cinzas e eu estou em casa ouvindo ao fabuloso disco The times they are a-changin do Bob Dylan e curtindo o fim de uma ressaca que durou o dia inteiro após uma noitada arrasadora na última noite. Não há do que reclamar sobre o carnaval. Um monte de pessoas dizem que odeiam, que nao suportam samba e o caralho a quatro, e eu sinceramente posso concordar com eles em diversos fatores, mas também não consigo desprezar completamente uma festa que celebra a boêmia e nos dá alguns dias para fazermos o que quisermos. Esse é um dos poucos fatores que me faz gostar do Brasil. Eu amo feriados. Mesmo com aquele ar melancólico e as lojas fechadas, ruas desertas e todos em suas casas comendo lasanhas em almoços de família e bebendo coca-cola e arrotando e falando sobre seus planos, seus problemas, suas soluções e toda essa porra, que eu também não consigo ter nada contra e sinceramente até consigo ver uma boa graça nisso. Não que eu costume passar por essa situação com frequencia, mas não tenho mais a rebeldia contra a instituição família. Eles podem ser um grande trunfo quando você aprende a lidar com eles, e uma coisa ótima quando você os vê somente de tempos em tempos e pode ficar em seu canto tranquilo, fazendo suas coisas e tocando sua vidinha sem grandes chateações.
As coisas estão melhorando. Não aconteceu nada tão maravilhoso como Deus descer do céu apontando para mim e me fazendo um grande rockstar e me dando um cupom com direito a bebida grátis em todos os bares do mundo até o fim da minha vida, mas aos poucos as coisas estão se ajeitando. Posso sentir uma paz espiritual tranquila, e começo a perceber que posso encarar as coisas de maneira diferente. Como eu sempre digo, eu só tenho que seguir os trilhos e rezar pra não ser atropelhado por um trem, e pode crer que pelo menos agora não há trem nenhum no caminho e as coisas estão bem tranquilas e melhores do que eu esperava. Não fiz nenhuma porra de promessa, de desejo, de mandinga, de oração ou de qualquer coisa assim, mas as coisas estão ficando numa boa aos poucos e isso me agrada. Pode ser que amanhã tudo vire de cabeça para baixo de novo, mas sinto que se eu puder manter a tranquilidade essas coisas não vão me abalar tanto como já abalaram outrora. E saca só, não é difícil, não mesmo. É mais fácil do que parecia. Eu posso ficar em casa, tomar uma cerveja, ver um bom filme, ler um bom livro e escutar um bom disco de rock enquanto espero a tempestade passar lá fora. E depois sair e ver a merda do árco-íris e "Oh Deus", pensar em como tudo não passou de um delírio.
Eu ainda acho que há motivos para acreditar, e não me pergunte em o que acreditar. Eu só continuo seguindo em frente, parando para abastecer o cantil e comprar cigarros e caminhando enquanto cantarolo alguma música do Dylan que quase nunca sei a letra inteira e correta. E se a chuva voltar a cair tenho minha japona, e se uma tempestade começar tenho meu abrigo, e se o sol continuar eu posso continuar andando até o fim do arco-íris onde talvez eu ache a porra do pote de ouro ou meu cupom de bebida grátis e eterna.
Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.
Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'
Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.
Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'
The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.
(Bob Dylan)
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
tarde da noite
tarde da noite
no escuro da madrugada eu
fiquei novamente
face a face com
a vida crua e nua e
horripilantemente
assustadora como ela é
ainda tarde da noite
ao longo da madrugada eu
vi as janelas do prédio defronte ao
meu apartamento e as poucas luzes no
horizonte escuro e cinzento
na mesma noite em que
eu vi um filme de Antonioni e
que pensei estar salvo
que pensei estar livre
que pensei estar novamente
vivo para fazer tudo aquilo
que eu sonhei e imaginei
e ainda por cima planejei
no maior dos meus erros
e na pior das minhas sinas
loucamente apaixonado por
pernas femininas
que nunca, nunca vão
me pertencer
eu sorri e concordei
com os fatos da vida
com a causa perdida
e tive a certeza de que
não importa como as
coisas sejam
elas sempre serão
como devem ser
no escuro da madrugada eu
fiquei novamente
face a face com
a vida crua e nua e
horripilantemente
assustadora como ela é
ainda tarde da noite
ao longo da madrugada eu
vi as janelas do prédio defronte ao
meu apartamento e as poucas luzes no
horizonte escuro e cinzento
na mesma noite em que
eu vi um filme de Antonioni e
que pensei estar salvo
que pensei estar livre
que pensei estar novamente
vivo para fazer tudo aquilo
que eu sonhei e imaginei
e ainda por cima planejei
no maior dos meus erros
e na pior das minhas sinas
loucamente apaixonado por
pernas femininas
que nunca, nunca vão
me pertencer
eu sorri e concordei
com os fatos da vida
com a causa perdida
e tive a certeza de que
não importa como as
coisas sejam
elas sempre serão
como devem ser
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
Sobre Paul McCartney
Eu sempre tive uma relação conturbada com esse senhor. Não, ele nem imagina quem eu sou, e quase todas as pessoas do mundo que estão inseridas na civilização já ouviram falar ao menos uma vez dele ou de sua antiga banda.
Foi numa das minhas andanças pelas lojas de discos de Buenos Aires e Córdoba que dei uma chance para o, hoje em dia, senhor. Lá estavam os dois discos, Chaos and creation in the backyard e memory almost full, por preços consideravelmente baratos. Coloquei na cesta e levei junto com as dezenas de outros cds que comprava todas ás vezes em que entrava nestas lojas.
Ouvi um pouco durante a viagem, mas como havia mais coisas a se fazer e mais discos a se ouvir acabei os deixando de lado. Ao voltar para São Paulo decidi que era a hora de ver o que tanto ele tinha a dizer, com a devida atenção necessária para se escutar o que um dos maiores compositores e músicos do rock e pop já havia feito.
Grata surpresa ao ouvir um de cada vez. Chaos and creation in the backyard me soou mágico, alegre, animador e porque não... genial. Um tanto curioso, já que estes dois discos em questão foram lançados recentemente (chaos and creation... em 2005 e memory almost full em 2007). Sempre ouvi amigos beatlemaníacos fanáticos comentando sobre seus primeiros discos da carreira solo como fantásticos e geniais. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de ouvi-los, mas espero faze-lo em breve.
Então, como ia dizendo, escutei os discos e posso relatar uma melhoria na minha relação com o senhor James Paul McCartney. Meu Beatle preferido sempre foi John Lennon, e mesmo na época entre meus 14 e 15 anos onde eu ouvia o Nevermind the bollocks dos Sex Pistols todos os dias e por fazer a onda de garoto punk dizia não gostar dos beatles e preferir os Stones (na verdade ainda prefiro), sempre preferi o Lennon. Ele sempre me soou mais sincero, mais curto e grosso e original. Talvez uma herança na memória de quando eu era só uma criança e ouvia um disco de best of dele que meu pai tinha em casa. Aquela coisa toda, Give peace a chance, Instant Karma e tudo mais, me conquistou e porque não dizer que marcou um pedaço da minha infância musical. E foi ali, com meus 16 anos, quando comecei a aderir a beatlemania e criar uma das relações mais fortes com uma banda que já tive que também tive meus entreveros com Paul McCartney. Ele era genial, eu sabia disso. Ele havia composto centenas ou milhares de músicas incríveis em parceria com Lennon (e Ringo e George), mas um pouco de sua personalidade ainda me fazia ter o pé atrás com ele.
Agora, algum tempo depois, e conhecendo aos poucos sua carreira solo posso dizer que tenho resolvido minhas diferenças com Macca. A conclusão mais óbvia é a de que ele é um cuzão e um gênio. Desse tipo de cara que eu provavelmente não ia gostar de conversar, mas que eu literalmente amo escutar. É um farsante, um marketeiro, um individualista e um extremo gênio. Eu posso falar hoje, sem problema nenhum, que o senhor Paul McCartney foi um dos grandes responsáveis por eu ser o que eu sou hoje, e será um dos grandes responsáveis pelo que eu venha a ser no futuro. Eu gostaria de apertar a sua mão e dizer que ele é um gênio, mas também gostaria de desprezá-lo como se ele fosse um outro qualquer. E afinal, o que são os grandes gênios? Pessoas como todas as outras, que conseguiram compreender um pouco dessa loucura que se passa nesse mundo caótico em que vivemos e transformar isso em uma bela forma de expressão. É o que eu penso do senhor McCartney, e é o que eu gostaria de dizer a ele se algum dia tivesse a oportunidade, que com certeza nunca vou ter.
Obrigado por ser um grande compositor, por ser um gênio e por ter feito algumas das músicas que vão perpetuar na minha vida como aquelas mais belas canções que traduzem pequenos pedaços da minha vida e da de milhares de outras pessoas espalhadas pelo mundo.
Eu ouvi dizer que você se apresentará no Brasil este ano, e que ainda não há nada certo, mas eu realmente espero que se confirme e se se confirmar pode ter certeza que eu vou estar em uma das primeiras filas, ouvindo tudo o que você tem a tocar e cantar, e te amando e te odiando com uma força descomunal, somente para dizer que você, apesar de não ter sido meu beatle preferido, foi um dos maiores gênios de quem eu tive a sorte de conhecer o trabalho.
Viva seu caos e sua criação no quintal ou onde você quiser. Invada com sua voz e seu baixo os aparelhos de som das pessoas por muitos e muitos anos, e pelo amor de Deus, não se esqueça jamais que você foi aquele garoto de Liverpool que conheceu John Lennon na escola e que formou com ele os Quarrymen, que posteriormente viriam a se tornar aquela que é talvez a maior banda da história. Nunca se esqueça disso, e nunca se esqueça que milhares de jovens dependem de tudo que você e aqueles três outros garotos fizeram.
domingo, fevereiro 15, 2009
Nickels and dimes
I’m a Cadillac tramp at the end of his road
A swap meet rat who’s sittin’ on gold yeah baby
I’m a guitar gangster without a tune
I’m the baseball bat that’s waiting to swing
Your loan shark friend with the broken knees yeah baby
I’m a penthouse pauper with nothing to do
Yeah, yeah, yeah… I’m chasing nickels and dimes
The rest of the world passes me by
Nah, nah, nah… I’m just wasting my time
I’m just sitting here and wondering why
I’m the high rollin’ creep that’s in too deep
With the slicked back hair and the silver teeth yeah baby
I’m a vagabond king with a stolen crown
I’m a jailhouse poet, a genius, a fool
I’m the pimp who’s lost his cool yeah baby
I’ve got first class taste in a second class town
Yeah, yeah, yeah… I’m chasing nickels and dimes
While the rest of the world passes me by
Nah, nah, nah… I’m just wasting my time
I’m just sitting here and wondering why yea
I’m a loaded gun pointed at the mirror
A drugstore cowboy whose end is near yeah baby
I’m a big time schemer with broken down dreams
I’m a derelict rebel without a cause
I ain’t the cat with the sharpest claws no baby
Cause sometimes life just ain’t what it seems
Yeah, yeah, yeah… I’m chasing nickels and dimes
While the rest of the world passes me by
Nah, nah, nah… I’m just wasting my time
I’m just sitting here and wondering why
I’m just sitting here and wondering why
And just like you I’m wondering why
sábado, fevereiro 14, 2009
nothing to do, nothing to say, it's the only way
Agora trabalho. Sou assistente de fotografia. Carrego as tralhas da câmera e ajudo a montá-las e a desmontá-las. Ajudo a escolher ângulos, luzes e outras coisas. Mexo em flashes, meço a luz ambiente entre outras tarefas. Não é um trabalho chato. Meu chefe é um um cara legal. Me chamou porque precisava de alguém que o ajudasse e porque sabia que eu estava desempregado. Não trabalho todos os dias, só quando rola trabalho para ele também. Não ganho muito, mas o suficiente para ajudar em algumas despesas. Não tenho do que reclamar. Se fosse trabalhar na minha área agora provavelmente só conseguiria malditos estágios em assessorias de imprenssa. Definitivamente não quero trabalhar com isso. Nem sei com o que quero trabalhar.
Então enquanto isso vou vivendo. Estou feliz de estar de volta a São Paulo. A Augusta ainda é a mesma, e me alegra até quando é ruim. Estou vencendo meus demônios, pouco a pouco. Os exorciso com calma e perseverança. A maré parece estar mudando. As coisas parecem estar timidamente melhorando. Não vou me empolgar antes da hora. Já quebrei a cara muitas vezes por fazer isso.
Não tenho bebido tanto. Tenho fumado muito. Estou feliz por ter viajado, e mais feliz ainda por ter voltado. Estou contente por ter comprado dezenas de discos. Não canso de escutá-los e de mexer em seus encartes e capas. Me divirto um bocado com isso. Não vejo bons filmes há muito tempo. Tenho sentido muita falta disso. Tenho lido em uma velocidade muito abaixo do que costumava ler, mas os livros ainda me agradam e junto com os discos continuam sendo meus melhores amigos.
Sinto a falta de algumas poucas pessoas. Ignoro a existência de diversas outras. Me alegro em tomar uma cerveja sozinho num sábado a noite. Me alegro em fumar um cigarro de frente para a mesma janela de sempre. A cortina se rompeu. Nada muito difícil de consertar, mas um pouco trabalhoso. Sou muito preguiçoso para ter vontade de fazer isso, então vou deixando para a semana que vem. Vou precisar de uma furadeira, duas buchas de prego e alguma ânimo. Talvez alguma ajuda, quem sabe o zelador do prédio.
Amanhã vou ao estádio. Tem jogo do meu time contra um grande rival. Sou apaixonado por esse esporte. Já tive alegrias e tristezas, e as mais diversas emoções. Já tive coisas boas e ruins, já encarei de diferentes formas, mas hoje sei que é apenas um esporte, um apaixonante esporte e "a coisa mais importante dentre as menos importantes" nas sábias palavras de um autor desconhecido para mim.
Então enquanto isso vou vivendo. Estou feliz de estar de volta a São Paulo. A Augusta ainda é a mesma, e me alegra até quando é ruim. Estou vencendo meus demônios, pouco a pouco. Os exorciso com calma e perseverança. A maré parece estar mudando. As coisas parecem estar timidamente melhorando. Não vou me empolgar antes da hora. Já quebrei a cara muitas vezes por fazer isso.
Não tenho bebido tanto. Tenho fumado muito. Estou feliz por ter viajado, e mais feliz ainda por ter voltado. Estou contente por ter comprado dezenas de discos. Não canso de escutá-los e de mexer em seus encartes e capas. Me divirto um bocado com isso. Não vejo bons filmes há muito tempo. Tenho sentido muita falta disso. Tenho lido em uma velocidade muito abaixo do que costumava ler, mas os livros ainda me agradam e junto com os discos continuam sendo meus melhores amigos.
Sinto a falta de algumas poucas pessoas. Ignoro a existência de diversas outras. Me alegro em tomar uma cerveja sozinho num sábado a noite. Me alegro em fumar um cigarro de frente para a mesma janela de sempre. A cortina se rompeu. Nada muito difícil de consertar, mas um pouco trabalhoso. Sou muito preguiçoso para ter vontade de fazer isso, então vou deixando para a semana que vem. Vou precisar de uma furadeira, duas buchas de prego e alguma ânimo. Talvez alguma ajuda, quem sabe o zelador do prédio.
Amanhã vou ao estádio. Tem jogo do meu time contra um grande rival. Sou apaixonado por esse esporte. Já tive alegrias e tristezas, e as mais diversas emoções. Já tive coisas boas e ruins, já encarei de diferentes formas, mas hoje sei que é apenas um esporte, um apaixonante esporte e "a coisa mais importante dentre as menos importantes" nas sábias palavras de um autor desconhecido para mim.
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
montevidéo
noite sem graça
o outro hostel
tocava beatles
esse toca
músicas dançantes
o outro hostel tinha uma
lésbica ruiva e falante
esse tem
duas loiras alemãs
estonteantes
que não vão
me dar a mínima
como não fazem
nenhuma das outras
meninas
o outro hostel
não tinha um bar
este tem
whisky sour
a cinco reais
mas acabou o limão
e o whisky está no fim
e meu dinheiro está contado
e eu estou
muito cansado
noite sem graça
o outro hostel
tocava beatles
esse toca
músicas dançantes
o outro hostel tinha uma
lésbica ruiva e falante
esse tem
duas loiras alemãs
estonteantes
que não vão
me dar a mínima
como não fazem
nenhuma das outras
meninas
o outro hostel
não tinha um bar
este tem
whisky sour
a cinco reais
mas acabou o limão
e o whisky está no fim
e meu dinheiro está contado
e eu estou
muito cansado
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