eu fico esperando te encontrar por aí
eu fico imaginando que vou te ver na rua
e você vai estar linda como sempre.
eu fico imaginando essas bobagens sem motivo aparente
eu fico sonhando em te ter de volta
de que maneira, não me importa
eu sinto o gosto amargo da solidão
eu sofro e choro, é tudo em vão.
eu ainda te procuro nos mesmos lugares.
mesmo sabendo que você não vai estar lá.
eu sinto muito, por ser esse panaca
eu sinto muito, por tudo que eu fiz e deixei de fazer
eu sinto muito por ter te perdido
eu sinto muito por ter amado você.
terça-feira, dezembro 28, 2010
sentado na praça onde tantas vezes ficamos
sentado na praça onde tantas vezes apaixonadamente nos beijamos
vejo outros casais, vivendo o que nós vivemos
mesmo que por pouco tempo.
agora estou só nessa mesma praça
nos meus braços trago meus livros, meu caderno e minha caneta.
e um pouco triste, sento no banco da praça, e te dedico este poema.
sentado na praça onde tantas vezes ficamos
espero que a vida
me reserve outros planos.
sentado na praça onde tantas vezes apaixonadamente nos beijamos
vejo outros casais, vivendo o que nós vivemos
mesmo que por pouco tempo.
agora estou só nessa mesma praça
nos meus braços trago meus livros, meu caderno e minha caneta.
e um pouco triste, sento no banco da praça, e te dedico este poema.
sentado na praça onde tantas vezes ficamos
espero que a vida
me reserve outros planos.
I've been waiting for you to come
I've been waiting for you to come everytime I'm all alone.
I've been waiting for you to come and save me from this world
I've been waiting for you to come everytime I fell so sad.
I've been waiting for you to come singing my favorite Beatles song.
I've been waiting for you to come everytime I'm all alone.
I've been waiting for you to come and spend some time with me.
I've been waiting for you to come, to drink whiskey and set me free.
I've been waiting for you to come listening to jazz
I've been waiting for you to come everytime I turn out mad.
I just have been waiting for you to come for so long
I just have been waiting for you to come and stay
I've been waiting for you to come
that's the only thing I pray.
I've been waiting for you to come everytime I'm all alone.
I've been waiting for you to come and save me from this world
I've been waiting for you to come everytime I fell so sad.
I've been waiting for you to come singing my favorite Beatles song.
I've been waiting for you to come everytime I'm all alone.
I've been waiting for you to come and spend some time with me.
I've been waiting for you to come, to drink whiskey and set me free.
I've been waiting for you to come listening to jazz
I've been waiting for you to come everytime I turn out mad.
I just have been waiting for you to come for so long
I just have been waiting for you to come and stay
I've been waiting for you to come
that's the only thing I pray.
eu preciso sair de dentro desse quarto
e preciso conhecer o mundo
e me encantar com pessoas
que nunca vi antes.
eu preciso sair de dentro desse quarto
e preciso que esses pensamentos todos saiam também
e preciso viajar pelo mundo
e sentar em calçadas
de cidades estranhas
e olhar pro céu e pensar
nos amores que eu tive
e que deixei partir.
e pensar na vida que eu tive
e na vida que ainda vou ter.
eu preciso sair de dentro desse quarto
e conhecer o mundo.
preciso sair de dentro desse quarto
só por um segundo.
e preciso conhecer o mundo
e me encantar com pessoas
que nunca vi antes.
eu preciso sair de dentro desse quarto
e preciso que esses pensamentos todos saiam também
e preciso viajar pelo mundo
e sentar em calçadas
de cidades estranhas
e olhar pro céu e pensar
nos amores que eu tive
e que deixei partir.
e pensar na vida que eu tive
e na vida que ainda vou ter.
eu preciso sair de dentro desse quarto
e conhecer o mundo.
preciso sair de dentro desse quarto
só por um segundo.
feel my heart beating up like some crazy stuff
mixing up the lies and the pride and everything that matters at the time
mixing up my heart and my soul and everything just goes on and on and on
and going going gone till the end of thins song
cause when i see you, i feel my heart beating up like amazing grace
mixing up my story with your glory
mixing up my sadness with your matters
and going going gone till i found myself free
and going going gone till the world i can see
feel my heart beating up like some cray stuff
it's something strange, but this is what wakes me up.
mixing up the lies and the pride and everything that matters at the time
mixing up my heart and my soul and everything just goes on and on and on
and going going gone till the end of thins song
cause when i see you, i feel my heart beating up like amazing grace
mixing up my story with your glory
mixing up my sadness with your matters
and going going gone till i found myself free
and going going gone till the world i can see
feel my heart beating up like some cray stuff
it's something strange, but this is what wakes me up.
there's a whole world out there just waiting for us
so let's come and get it, baby
it's all ours if we want to
it's all ours if we need to
there's a whole world out there just waitinf for us
there's so much to live and so much to find
there's so many souls, so many minds
just waiting to be discovered
just waiting to be saved
by some bright and holy light coming up from the sky.
there's a whole world out there just waiting for us
so let's come and get it, baby
so let's come and get it, baby
it's all ours if we want to
it's all ours if we need to
there's a whole world out there just waitinf for us
there's so much to live and so much to find
there's so many souls, so many minds
just waiting to be discovered
just waiting to be saved
by some bright and holy light coming up from the sky.
there's a whole world out there just waiting for us
so let's come and get it, baby
baby, eu me jogaria aos teus pés
eu te escreveria um milhão de cartas de amor
e te diria o quanto eu sou louco por você
e pediria pra você não me deixar
pra você não me abandonar.
baby, eu te faria a mulher mais feliz desse mundo inteiro
eu nunca te deixaria triste
e não deixaria nunca
que nada de mal te acontecesse.
oh baby, acredite em mim
como o vento soprando lá fora
eu só falo a verdade, mesmo quando eu tô mentindo.
volta pra mim, é meu único pedido.
não me deixa aqui sozinho
não deixa eu morrer
não me faz sofrer.
volta pra mim, meu amor
e vamos pra uma cabana no meio do nada
volta pra mim, meu amor
eu me jogo aos teus pés
e te imploro e te peço
volta pra mim, meu amor.
eu te escreveria um milhão de cartas de amor
e te diria o quanto eu sou louco por você
e pediria pra você não me deixar
pra você não me abandonar.
baby, eu te faria a mulher mais feliz desse mundo inteiro
eu nunca te deixaria triste
e não deixaria nunca
que nada de mal te acontecesse.
oh baby, acredite em mim
como o vento soprando lá fora
eu só falo a verdade, mesmo quando eu tô mentindo.
volta pra mim, é meu único pedido.
não me deixa aqui sozinho
não deixa eu morrer
não me faz sofrer.
volta pra mim, meu amor
e vamos pra uma cabana no meio do nada
volta pra mim, meu amor
eu me jogo aos teus pés
e te imploro e te peço
volta pra mim, meu amor.
segunda-feira, dezembro 27, 2010
que mal há
em não amar
em não acreditar
em não chorar?
que mal há, baby
em ser assim
solitário
maluco
pensando
no que podia ter sido
mas não foi
no que devia ter sido
mas não foi
no que devia ter mudado
e não mudou.
que mal há
em andar
sozinho pelas ruas
em cantar
canções desesperadas
em falar
verdades cruas
em chorar
no meio da madrugada?
que mal há em ser assim, baby
que mal há em esperar pelo fim
em acreditar que um dia
você vai voltar pra mim?
talvez não haja mal nenhum
e talvez esse seja
o maior mal do mundo.
em não amar
em não acreditar
em não chorar?
que mal há, baby
em ser assim
solitário
maluco
pensando
no que podia ter sido
mas não foi
no que devia ter sido
mas não foi
no que devia ter mudado
e não mudou.
que mal há
em andar
sozinho pelas ruas
em cantar
canções desesperadas
em falar
verdades cruas
em chorar
no meio da madrugada?
que mal há em ser assim, baby
que mal há em esperar pelo fim
em acreditar que um dia
você vai voltar pra mim?
talvez não haja mal nenhum
e talvez esse seja
o maior mal do mundo.
imagino que, como eu, diversos outros já passaram por isso também.
imagino quantos passaram anos a fio solitariamente quietos
assistindo o noticiário na tevê e buscando mercadorias nas prateleiras dos mercados.
imagino que como eu, diversos outros já se angustiaram
se desesperaram, e quase se mataram.
posso os imaginar criando gatos, cachorros e passáros.
posso os imaginar escrevendo versos para garotas que conheceram no passado
e que há essa hora já estão nos braços de algum outro tipo.
imagino que, como eu, diversos outros já tiveram esses exatos pensamentos.
imagino tudo o que fizeram de suas vidas, da infância até a vida adulta.
posso imaginá-los de diversas maneiras.
posso imaginá-los fazendo todo tipo de coisa.
só não posso imaginar o fim que levaram.
imagino que, como eu, diversos outros já passaram por isso também.
imagino quantos passaram anos a fio solitariamente quietos
assistindo o noticiário na tevê e buscando mercadorias nas prateleiras dos mercados.
imagino que como eu, diversos outros já se angustiaram
se desesperaram, e quase se mataram.
posso os imaginar criando gatos, cachorros e passáros.
posso os imaginar escrevendo versos para garotas que conheceram no passado
e que há essa hora já estão nos braços de algum outro tipo.
imagino que, como eu, diversos outros já tiveram esses exatos pensamentos.
imagino tudo o que fizeram de suas vidas, da infância até a vida adulta.
posso imaginá-los de diversas maneiras.
posso imaginá-los fazendo todo tipo de coisa.
só não posso imaginar o fim que levaram.
imagino que, como eu, diversos outros já passaram por isso também.
Vou acender velas para a Madona, vou pintar a Madona, e comer sorvete, anfetamina e pão - "Maconha com carne de porco", como disse Bhikku Booboo - Vou para o sul da Sicília no inverno e pintar lembranças de Arles - Vou comprar um piano e me mozartear - vou escrever histórias tristes e compridas sobre pessoas na lenda de minha vida - Este é meu papel no filme, vamos ouvir o seu.
Jack Kerouac - Tristessa
Jack Kerouac - Tristessa
Imagino quantas pessoas nessa cidade
Imagino quantas pessoas nessa cidade
moram em quartinhos mobiliados.
Quando olho os prédios de madrugada
juro que vejo um rosto em cada janela
que me olha de volta,
e quando me viro
imagino quantos voltam para suas escrivaninhas
e escrevem isso.
Leonard Cohen
moram em quartinhos mobiliados.
Quando olho os prédios de madrugada
juro que vejo um rosto em cada janela
que me olha de volta,
e quando me viro
imagino quantos voltam para suas escrivaninhas
e escrevem isso.
Leonard Cohen
Seja bem-vinda a esses versos
Seja bem-vinda a esses versos
Estamos em guerra
mas espero te deixar à vontade
Não ligue para minhas histórias
é apenas nervosismo
Não fiz amor com você
quando éramos estudantes do Leste?
Sim a casa está diferente
a vila será tomada em breve
Já retirei tudo que
pudesse ser útil ao inimigo
Estamos sós
até que os tempos mudem
e os que forem traídos
voltem como peregrinos a este momento
em que não nos rendemos
em que nos recusamos decididamente
a chamar a escuridão de poesia
Leonard Cohen
Estamos em guerra
mas espero te deixar à vontade
Não ligue para minhas histórias
é apenas nervosismo
Não fiz amor com você
quando éramos estudantes do Leste?
Sim a casa está diferente
a vila será tomada em breve
Já retirei tudo que
pudesse ser útil ao inimigo
Estamos sós
até que os tempos mudem
e os que forem traídos
voltem como peregrinos a este momento
em que não nos rendemos
em que nos recusamos decididamente
a chamar a escuridão de poesia
Leonard Cohen
domingo, dezembro 26, 2010
segunda-feira, dezembro 20, 2010
feeeling blue
feeling blue
have you ever felt
very sorry
about yourself?
have you ever felt
your heart breaking up in two?
have you ever wanted not be you?
feeling blue
feeling blue
why do you left me all alone
why you left and gone?
have you ever wish
to born again?
have you ever want
never be the same?
feeling blue
feeling blue
why can't I
be with you?
feeling blue
feeling blue
come back again
don't be
so cruel.
feeling blue
have you ever felt
very sorry
about yourself?
have you ever felt
your heart breaking up in two?
have you ever wanted not be you?
feeling blue
feeling blue
why do you left me all alone
why you left and gone?
have you ever wish
to born again?
have you ever want
never be the same?
feeling blue
feeling blue
why can't I
be with you?
feeling blue
feeling blue
come back again
don't be
so cruel.
everytime you move your mouth it makes me wanna dance
it makes me wanna cry, it makes me wanna kick the tables over the bar.
everytime you move your legs, it make me feel so sad
it make me feel so bad, about the world, about myself
about the wish of being someone else.
everytime you talk to me
it seens to be
a weight to carry on
a dream of my own.
everytime, you passed me by
it makes me sad
it makes me want to cry
it makes me dreaming
about you and me
it makes me wish
desirous to be.
everytime, you go away
it makes me write
another line
it makes me tell
another lie.
it makes me wanna cry, it makes me wanna kick the tables over the bar.
everytime you move your legs, it make me feel so sad
it make me feel so bad, about the world, about myself
about the wish of being someone else.
everytime you talk to me
it seens to be
a weight to carry on
a dream of my own.
everytime, you passed me by
it makes me sad
it makes me want to cry
it makes me dreaming
about you and me
it makes me wish
desirous to be.
everytime, you go away
it makes me write
another line
it makes me tell
another lie.
você já me confunde
com estranhos
isso é ruim pra diabo
e se torna ainda pior
já que o bar tá fechando.
você já tá trançando as pernas
e eu também não tô muito bem.
você não tem a grana pra conta
e tá de olho no barman.
eu sento na calçada, e tiro o caderno do bolso
faço rimas estúpidas
falo sobre o desgosto.
você tá indo embora
no pescoço do garçom.
eu tô sozinho, sem grana pra mais
nem um trago.
no meio da madrugada
somos só os mesmos
pobres diabos.
com estranhos
isso é ruim pra diabo
e se torna ainda pior
já que o bar tá fechando.
você já tá trançando as pernas
e eu também não tô muito bem.
você não tem a grana pra conta
e tá de olho no barman.
eu sento na calçada, e tiro o caderno do bolso
faço rimas estúpidas
falo sobre o desgosto.
você tá indo embora
no pescoço do garçom.
eu tô sozinho, sem grana pra mais
nem um trago.
no meio da madrugada
somos só os mesmos
pobres diabos.
calmo, quieto
a consciência me dizendo
que eu não sou esperto.
é estranho, e até mesmo
mórbido.
quando não há muito o que fazer.
quando não há muito o que dizer.
baby, pega os meus livros favoritos
e coloca tudo naquela mochila velha
e separa algum pra bebida e pro cinema
e separa um caderno com os poemas
e vamos simbora daqui
pra onde os passáros não param de cantar
pra onde a nossa vida vai começar
vamos embora baby.
junta as nossas coisas
e não esquece de rezar
pro fim do mundo
quando ele for acabar.
a consciência me dizendo
que eu não sou esperto.
é estranho, e até mesmo
mórbido.
quando não há muito o que fazer.
quando não há muito o que dizer.
baby, pega os meus livros favoritos
e coloca tudo naquela mochila velha
e separa algum pra bebida e pro cinema
e separa um caderno com os poemas
e vamos simbora daqui
pra onde os passáros não param de cantar
pra onde a nossa vida vai começar
vamos embora baby.
junta as nossas coisas
e não esquece de rezar
pro fim do mundo
quando ele for acabar.
sexta-feira, dezembro 17, 2010
a gente sempre acha que há tempo pra tudo.
a gente sempre acha que há tempo de mudar o que não foi mudado
de alcançar o inalcançável.
a gente sempre acha que há tempo pra tudo.
a gente sempre acha que há tempo de falar praquela garota que não podia ter vivido todo esse tempo sem ela.
a gente sempre acha que vai ter tempo de dizer pro mundo que a gente queria ter feito tudo diferente se pudesse.
a gente sempre acha que há tempo pra tudo.
e quando a gente percebe, bem
não há mais tanto tempo assim.
a gente sempre acha que há tempo de mudar o que não foi mudado
de alcançar o inalcançável.
a gente sempre acha que há tempo pra tudo.
a gente sempre acha que há tempo de falar praquela garota que não podia ter vivido todo esse tempo sem ela.
a gente sempre acha que vai ter tempo de dizer pro mundo que a gente queria ter feito tudo diferente se pudesse.
a gente sempre acha que há tempo pra tudo.
e quando a gente percebe, bem
não há mais tanto tempo assim.
sábado, dezembro 11, 2010
Eu fico andando pelo apartamento
de dentro pra fora, de fora pra dentro
e eu tenho feito isso há tanto tempo
que eu nem sei mais o que aconteceu.
eu fico andando pelo apartamento
tentando não pensar
tentando não esquecer
dos compromissos
tentando não esquecer
do que me ainda me faz
acreditar.
eu fico andando pelo apartamento
procurando o que fazer
tentando não enlouquecer.
só fico andando pelo apartamento
pensando em você
e sonhando que um dia
você me tire
daqui de dentro.
de dentro pra fora, de fora pra dentro
e eu tenho feito isso há tanto tempo
que eu nem sei mais o que aconteceu.
eu fico andando pelo apartamento
tentando não pensar
tentando não esquecer
dos compromissos
tentando não esquecer
do que me ainda me faz
acreditar.
eu fico andando pelo apartamento
procurando o que fazer
tentando não enlouquecer.
só fico andando pelo apartamento
pensando em você
e sonhando que um dia
você me tire
daqui de dentro.
sexta-feira, dezembro 10, 2010
é só o barulho das gotas na pia
gotas caem na pia e estralam e fazem um barulho contínuo e irritante.
A tv mostra imagens de um telejornal, crimes cometidos após à meia-noite numa rua escura onde gatos passavam lambendo as próprias patas, sem se importar com mais
nada.
os livros estão empoeirados na estante, e eu fico imaginando por um instante, qual é a razão disso tudo.
agarro um livro qualquer e folheio duas páginas.
agarro um disco e mexo no encarte.
coloco um disco pra tocar na vitrola antiga que comprei num site de leilões.
coloco a música mais triste do disco, e ouço sem parar.
me sinto triste.
o barulho da tv me irrita, mas as imagens do telejornal me deixam menos solitário. Coloco no mute e me sirvo uma taça de vinho.
não há taças, então sirvo em um copo.
a garrafa acaba em pouco tempo.
o disco acaba em pouco tempo.
as gotas continuam caindo na pia.
o jornal ainda mostra os crimes mais recentes.
ainda me sinto triste.
é só mais uma daquelas noites
que vem e vão
e nunca vão parar
de ir e vir.
o clic-clic das gotas continua caindo sem cessar
nem por um instante.
é só o barulho das gotas na pia.
é só mais uma daquelas noites
em que a solidão
é a única
companhia.
A tv mostra imagens de um telejornal, crimes cometidos após à meia-noite numa rua escura onde gatos passavam lambendo as próprias patas, sem se importar com mais
nada.
os livros estão empoeirados na estante, e eu fico imaginando por um instante, qual é a razão disso tudo.
agarro um livro qualquer e folheio duas páginas.
agarro um disco e mexo no encarte.
coloco um disco pra tocar na vitrola antiga que comprei num site de leilões.
coloco a música mais triste do disco, e ouço sem parar.
me sinto triste.
o barulho da tv me irrita, mas as imagens do telejornal me deixam menos solitário. Coloco no mute e me sirvo uma taça de vinho.
não há taças, então sirvo em um copo.
a garrafa acaba em pouco tempo.
o disco acaba em pouco tempo.
as gotas continuam caindo na pia.
o jornal ainda mostra os crimes mais recentes.
ainda me sinto triste.
é só mais uma daquelas noites
que vem e vão
e nunca vão parar
de ir e vir.
o clic-clic das gotas continua caindo sem cessar
nem por um instante.
é só o barulho das gotas na pia.
é só mais uma daquelas noites
em que a solidão
é a única
companhia.
há algo de muito errado comigo
há algo de muito errado comigo
e isso fica perceptível
fica óbvio
todo dia em que eu acordo
não querendo acordar.
há algo de muito errado comigo
e isso é visível
em cada coisa que eu faço
em cada palavra que eu digo
exalando o perigo.
há algo de muito errado comigo
e eu estou certo disso
quando vi que te perdi
e quando vejo que você não vai voltar.
há algo de muito errado comigo
algo que me faz suspirar
e imaginar, e sonhar
com dia em que isso tudo
vai acabar.
há algo de muito errado comigo.
é melhor você
não duvidar.
e isso fica perceptível
fica óbvio
todo dia em que eu acordo
não querendo acordar.
há algo de muito errado comigo
e isso é visível
em cada coisa que eu faço
em cada palavra que eu digo
exalando o perigo.
há algo de muito errado comigo
e eu estou certo disso
quando vi que te perdi
e quando vejo que você não vai voltar.
há algo de muito errado comigo
algo que me faz suspirar
e imaginar, e sonhar
com dia em que isso tudo
vai acabar.
há algo de muito errado comigo.
é melhor você
não duvidar.
domingo, dezembro 05, 2010
sexta-feira, dezembro 03, 2010
Donnie me dizendo que na verdade eu não tenho nenhum problema, que não há nada de errado comigo, que eu nem imagino o que é sofrimento.
"Cala a boca, Donnie, você não imagina o que eu penso."
Donnie me dizendo que sabe muito bem o que eu penso, que a gente já se conhece há uma porrada de anos,e que o fato de estarmos ali, drogados até a menor parte do cérebro, chafurdando e bebendo igual uns porcos não ia mudar esse fato.
"O fato da gente se conhecer há muito tempo não te faz necessariamente me conhecer."
Donnie diz que sabia que era exatamente esse tipo de bobagem pseudo-superior que eu ia dizer, e que essa era mais uma prova de que ele estava certo.
Peço para Donnie calar a boca e buscar mais uma cerveja. Ele vai até a geladeira, abre uma garrafa e despeja em dois copos. Abre o armário, saca uma garrafa de uísque e joga numa xícara. Os copos acabaram, a pia transborda. Atira duas pedras de gelo e gira pra direita e depois pra esquerda. Nós sempre fazíamos aquela merda de gesto. Era algum tipo de saudação inútil antes de beber o uísque.
Donnie traz os copos e se equilibra como pode, em seu corpo esguio e desastrado já completamente arrasado pelas substâncias a que fora submetido naquela noite. Donnie me alcança o copo de cerveja e dá um gole no uísque. Bebo a cerveja e fico olhando fixamente pra dose de uísque. Donnie não se toca, é mesmo muito burro.
"Você vai me dar a droga do uísque ou não?"
Donnie sorri e diz, "pensei que nunca ia pedir", me esticando a xícara. É inevitável rir da sua cara de pau em me provocar num momento como esses. Rimos juntos. A noite é agradável lá fora. Em breve vai amanhecer, e sabemos que a bad trip vai vir com tudo quando não conseguirmos dormir, pilhados como baterias totalmente carregadas, mas sem nada pra descarregar. Bebo os goles com calma. Uma brisa entra pela janela. Astral Weeks do Van Morrison toca no rádio. Donnie ameaça trocar o som. Faço vista grossa e ele logo entende o recado. Senta ao lado do rádio e fica batendo a cabeça de leve na parede. Acendo um cigarro enquanto isto. Não falamos nenhuma palavra durante algum tempo. Donnie ameaça pegar no sono. Fecha os olhos e encosta na parede. O cigarro chega ao fim. Arremesso a bituca ainda acesa em Donnie. Ela ricocheteia em seu peito e caí em seu colo, ainda em fagulhas. Donnie levanta-se num pulo só e se agita todo.
"Você é idiota, seu porra? Qual é a merda do seu problema? Você quer botar fogo na casa inteira com essa merda de vício nojento, seu bastardo dos infernos?"
Sorrio, e Donnie fica ainda mais puto. Se serve de mais uma dose de uísque, bebe de um gole só e vejo sua feição mudar. Já não está mais puto, está pensativo. Continuamos quietos. Donnie mexe as mãos impacientemente. Ele prepara algum tipo de represália pela bituca. Posso estar bêbado, sob efeito de drogas e completamente exausto, mas ainda consigo reparar nesses detalhes. Vejo sua mão alcançar o copo e arremessá-lo em minha direção com velocidade impressionante. Desvio e por poucos centímetros vejo o copo espatifar-se na parede. Os cacos caem pelo chão.
"Olha só, seu merda, agora você vai ter que limpar isso.", digo para Donnie. Ele finge não ouvir, enquanto se serve de outra dose. Levanto os olhos em direção a geladeira e depois ao armário. Ele entende que quero uma cerveja e uma dose. A casa é minha, o uísque também, estamos quites. Ele aceita a trégua e me serve as bebidas. Arriscamos algum assunto. Não conseguimos prosseguir em nenhuma conversa. Donnie diz que quer ir embora. Nos despedimos cordialmente, e ele saí pela forta afora. Me sento em frente ao rádio e rezo alguma prece inexistente. Donnie pode não acreditar, mas há mesmo algo de muito errado comigo.
"Cala a boca, Donnie, você não imagina o que eu penso."
Donnie me dizendo que sabe muito bem o que eu penso, que a gente já se conhece há uma porrada de anos,e que o fato de estarmos ali, drogados até a menor parte do cérebro, chafurdando e bebendo igual uns porcos não ia mudar esse fato.
"O fato da gente se conhecer há muito tempo não te faz necessariamente me conhecer."
Donnie diz que sabia que era exatamente esse tipo de bobagem pseudo-superior que eu ia dizer, e que essa era mais uma prova de que ele estava certo.
Peço para Donnie calar a boca e buscar mais uma cerveja. Ele vai até a geladeira, abre uma garrafa e despeja em dois copos. Abre o armário, saca uma garrafa de uísque e joga numa xícara. Os copos acabaram, a pia transborda. Atira duas pedras de gelo e gira pra direita e depois pra esquerda. Nós sempre fazíamos aquela merda de gesto. Era algum tipo de saudação inútil antes de beber o uísque.
Donnie traz os copos e se equilibra como pode, em seu corpo esguio e desastrado já completamente arrasado pelas substâncias a que fora submetido naquela noite. Donnie me alcança o copo de cerveja e dá um gole no uísque. Bebo a cerveja e fico olhando fixamente pra dose de uísque. Donnie não se toca, é mesmo muito burro.
"Você vai me dar a droga do uísque ou não?"
Donnie sorri e diz, "pensei que nunca ia pedir", me esticando a xícara. É inevitável rir da sua cara de pau em me provocar num momento como esses. Rimos juntos. A noite é agradável lá fora. Em breve vai amanhecer, e sabemos que a bad trip vai vir com tudo quando não conseguirmos dormir, pilhados como baterias totalmente carregadas, mas sem nada pra descarregar. Bebo os goles com calma. Uma brisa entra pela janela. Astral Weeks do Van Morrison toca no rádio. Donnie ameaça trocar o som. Faço vista grossa e ele logo entende o recado. Senta ao lado do rádio e fica batendo a cabeça de leve na parede. Acendo um cigarro enquanto isto. Não falamos nenhuma palavra durante algum tempo. Donnie ameaça pegar no sono. Fecha os olhos e encosta na parede. O cigarro chega ao fim. Arremesso a bituca ainda acesa em Donnie. Ela ricocheteia em seu peito e caí em seu colo, ainda em fagulhas. Donnie levanta-se num pulo só e se agita todo.
"Você é idiota, seu porra? Qual é a merda do seu problema? Você quer botar fogo na casa inteira com essa merda de vício nojento, seu bastardo dos infernos?"
Sorrio, e Donnie fica ainda mais puto. Se serve de mais uma dose de uísque, bebe de um gole só e vejo sua feição mudar. Já não está mais puto, está pensativo. Continuamos quietos. Donnie mexe as mãos impacientemente. Ele prepara algum tipo de represália pela bituca. Posso estar bêbado, sob efeito de drogas e completamente exausto, mas ainda consigo reparar nesses detalhes. Vejo sua mão alcançar o copo e arremessá-lo em minha direção com velocidade impressionante. Desvio e por poucos centímetros vejo o copo espatifar-se na parede. Os cacos caem pelo chão.
"Olha só, seu merda, agora você vai ter que limpar isso.", digo para Donnie. Ele finge não ouvir, enquanto se serve de outra dose. Levanto os olhos em direção a geladeira e depois ao armário. Ele entende que quero uma cerveja e uma dose. A casa é minha, o uísque também, estamos quites. Ele aceita a trégua e me serve as bebidas. Arriscamos algum assunto. Não conseguimos prosseguir em nenhuma conversa. Donnie diz que quer ir embora. Nos despedimos cordialmente, e ele saí pela forta afora. Me sento em frente ao rádio e rezo alguma prece inexistente. Donnie pode não acreditar, mas há mesmo algo de muito errado comigo.
Não seria verdade se eu te disesse que tá tudo bem comigo. Não seria verdade se eu disesse que eu não penso em você, que eu não dou a mínima pra o que você tá fazendo aí do outro lado dessa cidade mediana e monótona, mas que mesmo assim, a gente ainda sempre acha um jeito de se perder nessas esquinas estranhas. Não seria verdade se eu te disesse que não tenho medo de morrer, e que não doeu te perder. Não seria verdade dizer que eu não gostaria de estar contigo agora, bebendo num canto tranquilo e te dizendo que apesar de eu ser um grande perdedor e sonhador maluco, você é a minha paixão, e eu te escreveria um milhão de poemas e me jogaria aos teus pés pra fazer você entender isso. Não seria verdade dizer que eu não passo noites sozinhos, afundado nos meus livros, filmes e discos, só curtindo minha solidão e imaginando o que diabos eu fiz de errado pra ser assim como eu sou. E não seria verdade dizer que eu desgosto totalmente de como eu sou. Nada disso seria verdade baby, você pode ter certeza disso. E no fundo você sempre soube que eu só falo a verdade, ou o mais próximo dela. E se eu não estiver mais conseguindo fazer isso, então, pros infernos com as verdades. Que me tragam as mentiras, e que junto delas, venha você. Aí sim, tudo o que eu disesse seria a mais pura verdade. Sem gelo.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Tive um sonho esquisito essa noite. Havia outro show do Paul McCartney, de alguma forma ele era exclusivo para poucas pessoas, mas ainda era no Morumbi. De alguma forma, eu tinha conseguido entrar na pista vip, e estava literalmente escorado na beira do palco. Lembro que o Paul tocou algumas músicas e perguntou qual nós queriamos ouvir. Eu gritei "Maybe I'm amazed" e ele sentou no piano e tocou, e aquilo foi bonito pra caramba. Essa é a única coisa que eu lembro do sonho. Depois eu acordei com uma grande dor do sizo recém-operado. Tomei os remédios e tentei voltar a dormir. Demorei um pouco pra pegar no sono. Coloquei o Revolver pra tocar, E ouvi a partir de Here, There and Everywhere até And Your Bird Can Sing. Desliguei o rádio e ferrei no sono novamente.
quarta-feira, dezembro 01, 2010
penso em você logo quando acordo
porque sei que você não vai estar aqui.
porque sei que você nunca mais vai estar aqui.
penso em você ao longo do dia também.
penso em você quando faço um milhão de coisas qeu talvez você gostaria.
penso em você quando me sinto triste, e quando me sinto feliz também.
penso em você quando estou bêbado, quando preciso de alguém pra me dizer que sou só um estúpido sem coração.
penso em você com outros caras.
penso em você longe daqui.
penso em você porque sei que você
nunca pensa em mim.
penso em você e isso me deixa triste
penso em você e me sinto só
pensar em você dói
pensar em você me deixa cada vez pior.
penso em você com dor no coração.
penso em você quando vou dormir.
penso em você muitas vezes do meu dia
penso em você mesmo sabendo que você
nunca mais vai estar aqui.
porque sei que você não vai estar aqui.
porque sei que você nunca mais vai estar aqui.
penso em você ao longo do dia também.
penso em você quando faço um milhão de coisas qeu talvez você gostaria.
penso em você quando me sinto triste, e quando me sinto feliz também.
penso em você quando estou bêbado, quando preciso de alguém pra me dizer que sou só um estúpido sem coração.
penso em você com outros caras.
penso em você longe daqui.
penso em você porque sei que você
nunca pensa em mim.
penso em você e isso me deixa triste
penso em você e me sinto só
pensar em você dói
pensar em você me deixa cada vez pior.
penso em você com dor no coração.
penso em você quando vou dormir.
penso em você muitas vezes do meu dia
penso em você mesmo sabendo que você
nunca mais vai estar aqui.
Assinar:
Postagens (Atom)