eu vou me mandar daqui
vestindo um terno de linho
cantando blues sozinho
andando devagarinho
em direção a lugar nenhum.
eu vou me mandar daqui
cantando baixinho
o final da minha canção.
eu vou me mandar daqui
levando na mala
meia dúzia de livros
lembranças de amigos
seu retrato esquecido.
eu vou me mandar daqui
enquanto tocam o hino nacional
em alguma escola municipal
que fica nessas ruas esquisitas
que me fazem sentir um parasita
da sociedade, do mundo
e de mim mesmo.
que mal eu fiz
pra ser um cara
tão perdido.
que mal eu fiz
pra ser um cara
esquecido.
pros diabos
com tudo isso
que permeia
minha cabeça
e de mais alguns esquecidos
pelo resto
do planeta.
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