sexta-feira, abril 10, 2009

Haviam grandes problemas acontecendo ao redor do mundo. Terremotos e assassinatos em um canto, guerras civis em outro e crise financeira fodendo com todos, mas nada disso afetava nossa vidinha medíocre. Diversos babacas andavam pelas ruas. Centenas deles se diziam grandes poetas e tinham convicções pessoais de que era só uma questão de tempo para se imortalizarem como grandes nomes do cenário literário regional ou até mesmo nacional, e quem sabe mundial. Era um tanto quanto óbvio que tudo aquilo não passava de bobagem, e a maioria dos que tinham essa esperança imbecil eram dotados de baixa qualidade. "Os grandes poetas morrem em penicos fumegantes de merda", disse Bukowski, e é certo que ele tinha alguma razão. Em sua maioria os grandes poetas de nossa geração estão escondidos, vivendo vidas miseráveis e lutando com unhas e dentes pra garantir sua garrafa de bebida e um prato decente de comida. Eles estão por aí, escondidos em apartamentos, vivendo com mulheres loucas ou na maioria das vezes sozinhos. A magia presente em caras assim não é visível para todos, e é provável que seja visível somente para meia duzia de gatos pingados que param pra olhar o que ta acontecendo ao redor. É claro que esses se deparam com o azar de ver um monte de babacas, mas de vez em quando você encontra gênios escorados em balcões e mesas de botecos e sim, é gratificante saber que ainda existam pessoas assim. É ainda mais valioso quando você convive com idiotas das piores espécies em todos os dias, e a grande culpa disso pode e deve ser atribuida as universidades, antros de imbecis que pensam estar estudando para ser alguém importante, entupindo seu ouvido de bobagem e despejando suas imbecis idéias a torto e direito. Não há mais tempo para mudar, mas isso não quer dizer que vamos viver um apocalípse. Só acho que a esperança ainda está viva, escondida atrás de copos americanos com cerveja barata.

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