quinta-feira, novembro 29, 2007

Ontem eu tava curtindo minha tarde ociosa e assistindo televisão deitado no sofá. Fiquei mudando de canal até parar na band e tava passando um daqueles programas de baixarias e lavações de roupa suja em público. Um casal estava lá e na tarja da parte inferior da tela estava escrito: Meu marido me trocou pelo videogame.

A mulher que media os debates, tretas e toda aquela coisa ficou perguntando pro cara porque ele preferia o videogame do que ela, e enquanto ela perguntava isso o cara tava lá sentado em frente a uma televisão jogando o videogame. Mostraram ele jogando e eu vi que era um jogo de futebol e um tempo depois percebi que era o lendário jogo do super nes - International Super Star Soccer, um dos jogos que mais marcaram minha infância. Quem não lembra do craque Allejo, o Pelé do videogame?
Imagina o dia que esse cara conhecer Wining Eleven. Ai a mulher dele ta fodida. Ou melhor, não ta fodida.

domingo, novembro 25, 2007

It's saturday night

It's saturday night
And I'm at home

It's saturday night
And I'm all alone

It's saturday night
And I'm drinking some beers

It's saturday night
And I'm hiding my fears

It's saturday night
And I'm having bad dreams

It's saturday night
And I still doing the same things

sábado, novembro 24, 2007

Halloween head

Here comes that shit again
I got a Halloween head
Head full of tricks and treats
It leads me through the nighttime streets
Black cats and fallen trees
Under ladders - always walkin’
Salt shaker spills - just throw it over your shoulder, babe

I got a bad idea again
I got a Halloween head
Halloween head

Head full of candy bags
costume shops and punks in drag
Head full of tricks and treats
Places where junkies meet
And it leads me through the streets at night
That’s alright I just watch, I don't go inside
It's all the same old shit again
I got a Halloween head
I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head

I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head
I got a Halloween head
Oh, Lord, I got a Halloween head

Here comes that shit again
I got a Halloween head
Head full of tricks and treats
It leads me through the nighttime streets
Down-town, down-town, down-town

I got a Halloween head
I got a Halloween head
Lord, I got a Halloween head
What the fuck's wrong with me?
God, I’m a Halloween head

Halloween head - Ryan Adams

sexta-feira, novembro 23, 2007

O jogador



Não, ele está enganado! Se fui agressivo e estúpido a propósito de Paulina e Des Grieux, ele foi agressivo e estúpido a propósito dos russos. No que me concerne, não digo nada. Aliás... aliás, por enquanto, não é de modo algum disso que se trata: tudo isso não passa de palavras, palavras, e são necessários atos! O essencial, agora, é a Suíça. Amanhã... oh! Se eu pudesse partir amanhã! Renascer, ressuscitar! É preciso provar a eles... que Paulina sabe que eu ainda posso ser um homem. Bastaria... aliás, agora é muito tarde, mas amanhã... Oh, tenho um pressentimento e não poderá ser de outro modo. Tenho agora quinze luíses e comecei com quinze florins! Se iniciar com alguma cautela... Será possível que eu seja apenas uma criança? Será que não compreendo que sou um homem perdido? Mas... por que não poderei então ressuscitar? Sim! Bastará, uma vez em minha vida, ser prudente, paciente e... só isso! Bastaria, só uma vez, ter caráter e, em uma hora, posso mudar inteiramente meu destino. O essencial é o caráter. É só levar em conta o que me aconteceu há sete meses em Roulettenburg, antes de me arruinar inteiramente. Oh, foi um notável exemplo de decisão! Eu havia perdido tudo, tudo... Saio do cassino, olho... um florim vagava ainda no bolso do meu colete: “Ah, ainda me resta com o que jantar!”, disse a mim mesmo, mas, antes de dar uma centena de passos, mudei de idéia e retornei.Coloquei o florim sobre o manque (desta vez foi sobre o manque) e, na verdade, experimenta-se uma sensação particular quando, só, num país estrangeiro, longe de sua pátria, de seus amigos, sem saber o que se irá comer naquele dia, arriscamos nosso último florim, o último, o último! Ganhei e, vinte minutos mais tarde, saí do cassino com cento e setenta florins no bolso. Eis o que pode significar o último florim. E se eu me deixasse abater, se não tivesse tido a coragem de tomar aquela decisão?...
Amanhã, amanhã, tudo acabará!...

O jogador – Fiódor Dostoiévski

terça-feira, novembro 20, 2007

Mudança de horários

Agora meu pai inventou que só vai me dar mesada se eu acordar todos os dias ás 9 horas da manhã e voltar a ir no cursinho. A primeira parte eu já comecei a fazer desde ontem, e te garanto, ta sendo péssimo. Pra alguém vagabundo e acostumado a acordar ás duas ou três da tarde como eu essa mudança esta sendo drástica. Aí você me pergunta o porque eu não acordo, ligo pra avisar pra ele que acordei (porque é assim que o procedimento funciona, já que não moramos juntos) e volto a dormir de novo. Por mim eu faria isso numa boa, numa ótima, mas ele volta a ligar a cada hora pra ver se eu tou acordado, e se eu não tiver já sabe, bau-bau dinheiro do final de semana, já era as garrafas e as horas no bar.

É chato esse negócio de ser sustentado pelo pai. Eu já tentei arrumar um emprego, mas não obtive sucesso. É complicado, a primeira coisa que eles perguntam quando você liga ou chega lá é se você é maior de 18 e tem o terceiro grau completo. Maior de 18 eu não sou, já me fodo nessa, e o terceiro grau completo eu tenho, só não tenho o famigerado diploma que o enrolado supletivo está enrolando para entregar. Mas tudo faz parte. Será que o Salinger já passou por umas dessas? Mas melhor eu parar de pensar que sou o Holden. Meu olho ta doendo e fechando de tanto sono. Nem lembro mais quando foi a última vez que isso acontece. Talvez foi na época que eu estudava de manhã e saia nos dias anteriores ás aulas. O que pensando bem nem faz muito tempo, foi ano passado pra ser mais sincero. Lembro dum dia que eu virei a noite de sexta pra sábado bebendo no potiguá com uns amigos e peguei carona com um deles até a porta do colégio. Aí entrei pra fazer a prova e achei que ia ser normal e que mesmo eu não sabendo nada do conteúdo da prova eu ia conseguir ler e responder algumas. Mas quando eu cheguei na sala e peguei a prova começou a rodar e eu fiquei com o olho pesado e doendo igual eu to agora. Falando nisso eu acho que vou dormir. Acho que é a primeira vez nesse ano que eu acordei cedo e que to indo dormir antes da meia noite. Boa noite pra vocês aí. Boa noite pra mim, na verdade.

A little less conversation, a little more action



Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação. Sábado a noite eu estava no Potiguá bebendo umas cervejas com uns amigos e tava tocando aquele disco das 31 músicas mais tocadas do Elvis e a última era exatamente essa. Na hora eu tive um estalo e comecei a pensar nas coisas todas. Pensei em como esse ano foi ruim e em como eu fiquei parado de braços cruzados assistindo tudo passar e decidi que ano que vem vai ser diferente. Eu achei que isso fosse só mais um insight de bar mas continuei pensando nisso ontem e hoje e tive certeza que preciso mudar um monte de coisas.

O rei do rock mexe comigo. It’s now or never, ele já cantara há muito tempo atrás. A cidade esta me sufocando, minha vida atual esta me sufocando e eu acho que as coisas precisam mudar drasticamente ano que vem. Primeiro de tudo mudar de ares e arranjar alguma coisa pra fazer durante o dia. Acho que seria bom se eu ocupasse meu tempo com alguma coisa produtiva ou arranjasse um emprego ao invés de ficar reclamando de tudo. Esse ano foi uma merda, ainda esta sendo pra ser mais sincero, mas ano que vem vai ser tudo diferente. Oh, vai sim. Mas até lá eu espero.

E enquanto espero eu ouço aos Hellacopters cantando uma música que diz quase a mesma coisa só que com guitarras mais pesadas, conforme um amigo que estava comigo no sábado lembrou logo quando a música do Elvis tocou. I gotta get some action now!

sábado, novembro 10, 2007

Whiskey Sour

Acho que eu desisti de sair em Londrina. Acho que já desisti disso faz tempo. Eu não quero mais sair e não quero mais ir nos mesmos lugares de sempre e nem ver as mesmas pessoas de sempre. Eu só quero ficar aqui tomando meu whiskey sour e ouvindo os Real Kids.

Whiskey sour é um negócio legal, eu o descobri lendo o Factótum do Bukowski que eu comprei esses dias. Lá em uma das partes diz que uma das personagens pede um whiskey sour num bar e uma nota no rodapé da página explica que é um drink feito de uísque com suco de limão e açucar. Pode parecer estranho, mas eu nunca tinha ouvido falar disso antes. Já tinha tomado uísque com energético, uísque com refrigerante, mas nunca whiskey sour. Graças a Deus eu descobri o whiskey sour, é mais barato e mais prático que os outros e é bom pra caralho.

Hoje por exemplo, eu disse pro meu pai que não ia sair mas pedi pra ele me levar até o carrefour pra comprar umas cervejas. Ele no auje de sua preguiça em sair de casa e dirigir, pois a casa dele fica num condomínio fechado a uns bons quilômetros do shopping, me disse pra tomar umas doses de um dos seus uísques. Claro que sem antes fazer a ressalva para que eu tomasse apenas algumas doses e não a garrafa inteira. Eu não estava muito afim de tomar cowboy ou só com pedrinhas de gelo e um pouco de água, e a coca-cola havia acabado um pouco antes, então cortei e espremi alguns limões e fiz um pouco de suco, de modo que cada copo dava pra misturar com duas doses de uísque. Aí foi só jogar o açucar, mexer e estava pronto o whiskey sour.

Tomei as duas primeiras doses num intervalo de dez minutos. Aí tomei a terceira e fiquei um tempo esperando. Achei que se continuasse embalando ia acabar com o uísque do meu pai em dois tempos. Acho que agora vou preparar a quarta dose. Depois disso eu tomo a quinta e acabo, se eu conseguir parar por aí. Whiskey sour, tomem isso se puderem.

quarta-feira, novembro 07, 2007

É muito chato

Eu odeio esse negócio de vestibular. É muito chato chegar no cursinho e descobrir que o horário das aulas foi alterado e ver um monte de alunos chatos tensos com o vestibular de domingo.
E é mais chato ainda ter que tomar corajem pra ler e revisar as matérias enquanto eu só queria continuar lendo meus livros do Bukowski e do Dostoiévski.

terça-feira, novembro 06, 2007

Sobre o vestibular

Então o vestibular da UEL é domingo e eu não estou estudando e nem fazendo nada e chegou aqui uma carta indicando o lugar onde eu devo fazer a prova que fica aqui perto de casa mas eu não faço a mínima idéia de onde é o tal lugar. E hoje já é terça a noite e eu não quero nem pensar em como vai ser responder aquelas 60 questões malditas em que eu não vou saber a maioria das respostas e vou acabar chutando boa parte delas e torcendo para que isso dê certo pelo menos uma vez na minha vida.

Não consigo entender o fato de as pessoas acharem que entrar numa faculdade e conseguir um diploma cretino pendurado na sua parede o resto de suas vidas vai fazer delas pessoas melhores. Depois vão achar uma garota que seus pais aprovem, vão casar e ter filhos insuportáveis e passarão os próximos 20 anos em escritórios ordinários ouvindo ordens de patrões velhos e carrancudos e passando o final de semana sentados em frente ao sofá assistindo terríveis progamas na televisão e ouvindo seus filhos implorarem pelo novo tênis ou videogame que foi lançado.

Happy Birthday, Ryan



Ontem foi aniversário do Ryan Adams. Eu queria fazer uma homenagem pra esse cara. Suas músicas significaram muito pra mim em um monte de momentos diferentes. Eu não tinha a mínima noção do que falar. Na verdade eu queria falar tanta coisa que acabei sem conseguir falar nada. Coloquei pra tocar seu novo EP com os Cardinals, Follow The Lights e ouvi de uma vez. Foi lançado há pouco tempo, dia 22 de outubro se não me engano e é ótimo, como quase tudo que esse cara faz. A versão de Is This It acústica foi a que mais mexeu comigo. As músicas inéditas também são sensacionais. Logo depois o wmp começou a tocar na seqüência o Jacksonville City Nights. Aí eu tive certeza sobre o que falar. Só de ouvir os acordes iniciais de A Kiss Before a Go eu já sabia o que eu precisaria falar. E agora eu estou ouvindo The End e escrevendo isso aqui. Eu não sei exatamente o que esse disco tem de especial, não é nem meu disco preferido dele, mas é apaixonante e tem algo que te faz pensar na vida. É um disco de alt-country e baladas apaixonantes. É um disco que só alguém muito inspirado poderia fazer. É uma verdadeira obra prima de um verdadeiro gênio da música. Parabéns, Ryan.

David Ryan Adams completou 33 anos. É a idade de Cristo, como dizem por aí. O garoto cresceu em Jacksonville, cidade interiorana da Carolina do Norte. Aos 9 anos seu pai saiu de casa pra nunca mais voltar, deixando o garoto aos cuidados da mãe, uma professora de língua inglesa que sempre o incentivou a ler. Foi assim que conheceu e formou seu gosto literário por Jack Kerouac, Edgar Allan Poe, Sylvia Plath, Henry Miller entre outros. Aos 9 anos impulsionado por Edgar Allan Poe começou a escrever poemas e pequenas histórias na máquina de escrever de sua mãe. Aos 14 conheceu Miller e Kerouac aprendeu a tocar bateria e entrou numa banda chamada Black Label. Abandonou a escola no segundo grau e se mudou para a fazenda de sua avó nos arredores de Jacksonville e começou a tocar com duas bandas locais, Ass e The Lazy Stars. Depois entrou no The Patty Duke Syndrome, banda de punk rock que se apresentava pelos bares de Jacksonville. Com os amigos Caitlin Cary, Eric "Skillet" Gilmore, Steve Grothmann e Phil Wandscher montou a banda Whiskeytown, com a pretensão de tocar músicas de Alt-Country influenciadas pelas músicas de artistas de country-rock como Gram Parsons, Neil Young entre outros. A banda lançou 6 discos e após seu fim Ryan seguiu para sua carreira solo. Lançou dez discos, três com a banda de apoio The Cardinals (Cold Roses, Jacksonville City Nights e Easy Tiger, este lançado apenas com seu nome), quatro EP’s e continua produzindo até hoje.