domingo, setembro 15, 2024

 

Viciado em experiências
Cumpriu em movimento
Sua penitência.

 

A vida ensina
A derrubar
Você aprende
A não cair.

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Na próxima vida quero ser
Poeta-fotógrafo-pintor
Pra registrar o que vejo
Com o devido primor.

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Tóquio, setembro de 2024

 

No centro de Tóquio
Cercado pela vegetação
Paz em meu coração.

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Na casa de chá
No meio do parque
Tento me encontrar.

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Chuva caindo nas telhas e árvores
Tempo correndo cedo e tarde
Vida acontece no mundo que arde.

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Natureza viva ou morta
Eternidade sem solução
Só o agora é o que importa.

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Brilhante poça de água
Espelhando o vibrante
Reflexo de mágoa.

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Nipônica sabedoria
Que se aprende
Mas não se ensina.

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Nós ocidentais
Invadindo o oriente
Com ideias banais.

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Respirando fundo para
Tornar mais leve
O peso do mundo.

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Missão abismal:
Encontrar equilíbrio
No meio do caos.

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Carpas nadam no lago límpido
Borbulhando nas águas
Fragmentos do que sinto.

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As coisas são o que são
Mas como cerejeiras
Mudam a cada estação.

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Morte passageira
Vida eterna
Luz no fim da caverna.

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Registrando palavras
Que serão esquecidas
Por gerações não nascidas.


Jardim Shinjuku Gyoen, Tóquio, setembro de 2024


Eis que eu, ateu
No templo xintoísta
Rezo pelo além do eu.


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No centro de Tóquio
Diante do templo
Finalmente entendo.

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Na paz do xintoísmo
Agradeço aos Deuses
Por esse mundo lindo.

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No santuário, tranquilo
Peço aos espíritos
Um breve cochilo.

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Sou fruto do meu tempo
Mas também sou fruto
Do que veio com o vento.


Tóquio, santuário Nezu, agosto de 2024. 

Tudo que vive morre
E tudo que morre renasce
E tudo que renasce vive
E tudo que vive não morre.

Templo de Confúcio, Pequim; agosto de 2024.