Ó deus meu, meu deus
Toda essa gente
Querendo ser como os seus.
Poetas em busca de prêmios,
Troféus e glórias literárias
Agentes do caos descansando
Buscando piedade por trás
Da aprovação dos párias.
Ó deus meu, meu deus
Toda as notícias do mundo
As novidades nunca boas
O palpitar desse velho
Coração vagabundo.
Ó deus meu, meu deus
Queria ter sido Rimbaud
Shelley, Leminski ou Artaud
Dostoiévski escapando de morte
Mas sou só um sujeito sem sorte.
Ó deus meu, meu deus
Dizem que no fim vemos
Um filme da nossa vida
Introdução, meio, até a despedida
Nessa história ainda não concluída.
Ó deus meu, meu deus
Dianne Di Prima e Allen Ginsberg
A libertação sexual sem níveis
A contracultura do alvorecer
Procurar a vida até morrer.
Ó deus meu, meu deus
Antigas histórias gregas
Recontadas por mãos romanas
Antigas fábulas heróicas
Anos se passando em semanas.
Ó deus meu, meu deus
No fim da curva não sabemos
O que vem ou pra onde vamos
Por isso agora é a hora
De esquecer os planos.
Ó deus meu, meu deus
Porque na vida de encontros
Há tantos e eternos
Desenganos?
Ó deus meu, meu deus
Anote esse recado:
Logo nos vemos
Aí do outro lado.
Ó deus meu, meu deus
Não pense ser um chiste
Te chatearia se eu perguntasse:
Você realmente existe?
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