Nascer
É o que basta
Pra morrer
Ó deus meu, meu deus
Toda essa gente
Querendo ser como os seus.
Poetas em busca de prêmios,
Troféus e glórias literárias
Agentes do caos descansando
Buscando piedade por trás
Da aprovação dos párias.
Ó deus meu, meu deus
Toda as notícias do mundo
As novidades nunca boas
O palpitar desse velho
Coração vagabundo.
Ó deus meu, meu deus
Queria ter sido Rimbaud
Shelley, Leminski ou Artaud
Dostoiévski escapando de morte
Mas sou só um sujeito sem sorte.
Ó deus meu, meu deus
Dizem que no fim vemos
Um filme da nossa vida
Introdução, meio, até a despedida
Nessa história ainda não concluída.
Ó deus meu, meu deus
Dianne Di Prima e Allen Ginsberg
A libertação sexual sem níveis
A contracultura do alvorecer
Procurar a vida até morrer.
Ó deus meu, meu deus
Antigas histórias gregas
Recontadas por mãos romanas
Antigas fábulas heróicas
Anos se passando em semanas.
Ó deus meu, meu deus
No fim da curva não sabemos
O que vem ou pra onde vamos
Por isso agora é a hora
De esquecer os planos.
Ó deus meu, meu deus
Porque na vida de encontros
Há tantos e eternos
Desenganos?
Ó deus meu, meu deus
Anote esse recado:
Logo nos vemos
Aí do outro lado.
Ó deus meu, meu deus
Não pense ser um chiste
Te chatearia se eu perguntasse:
Você realmente existe?
To be in your teens
To have passion for life
But not a purpose
To be in your twenties
To have a purpose for life
But not the means
To be in your thirties
To have everything for life
But not the guts
To be in your fourties
To have a purpose for life
But not the passion
To be in your fifties
To have the passion for life
But not the energy
To be dead
To have the urge for life
But not the way anymore.
To live
To have the means to it
While there's still time.
Minha primeira filha
Dorme no quarto
Repleto de alegria
No mesmo corredor
Uma família se despede
De um enfermo senhor
Vida e morte se encontram
Entre os quartos do hospital
A linha da existência se cruza
Do início até o final.