é essa tristeza maltrapilha que se apodera de nós
homens e mulheres com 20 e poucos, 30 e poucos,
40 e poucos, 50 e poucos, e por toda a vida
rangendo nossos dentes amarelados e
cobrando prestações do amor que não temos,
que já tivemos, e que perdemos
apostando na roleta das emoções
fastigados pela crueza dos relógios
dos escritórios, dos bares
e das noites intermináveis
no escuro breu de nossos sentimentos.
e por isso, fantasma
atiro-lhe meus últimos dois centavos
em moedas de cobre que consegui com um mercador etíope
em outra encarnação, no Egito, no séc. XIX
porque a história supera qualquer drama
e os deuses têm um lugar especial para nós
que vivemos, e sofremos, e morremos
ontem, hoje ou amanhã.
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