- Talvez seja disso que a vida é feita: largar os sonhos,
não? A gente passa um tempão alimentando eles e achando que uma hora vão finalmente
dar certo, mas aí a gente percebe que crescer é deixar tudo isso pra trás. É
aceitar que há contas para pagar, reuniões para frequentar, lugares para
visitar, compromissos para realizar. E quando a gente vê, já passou, e nossos
sonhos não vão mais se realizar. Aí só o que a gente pode fazer é torcer pros
nossos filhos conseguirem...
Eu não disse nada. Não havia o que dizer. De forma um tanto
arcaica e se valendo de clichês ela havia acabado de descrever tudo o que eu
havia pensado desde um certo ponto dos meus melancólicos vinte e poucos anos.
Ainda me arrependia de ter feito o vestibular, aceitado empregos e tentado me
emancipar. A resposta era clara: eu devia ter me apegado aos meus sonhos, ter
me trancado em um quarto e ter escrito o que eu sempre quis escrever.
Mas eu não tive coragem, eu nunca a havia tido. Mas o tempo passara, e agora eu era uma daquelas pessoas que ela havia descrevido. Meus sonhos estavam largados, e eu só esperava que alguém os realizasse no meu lugar. Mas não meu filhos, que eu ainda nem sonhava em ter. Eles mereceriam sonhos melhores, mais bonitos e palpáveis. Não essa bobagem romântica e datada. Por deus, nada dessa bobagem romantizada!
Mas eu não tive coragem, eu nunca a havia tido. Mas o tempo passara, e agora eu era uma daquelas pessoas que ela havia descrevido. Meus sonhos estavam largados, e eu só esperava que alguém os realizasse no meu lugar. Mas não meu filhos, que eu ainda nem sonhava em ter. Eles mereceriam sonhos melhores, mais bonitos e palpáveis. Não essa bobagem romântica e datada. Por deus, nada dessa bobagem romantizada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário