A exatamente 1 ano e dois dias atrás eu iniciava este blog e dois dias depois eu homenageava o ídolo Bob Dylan por seu aniversário de 65 anos. Agora um ano depois ele esta comemorando aniversário novamente e mais presente do que nunca na minha vida.
Entre esse ano que passou de lá pra cá li sua autobiografia, escutei muitas de suas músicas, me apaixonando por muitas delas e passando a admirar cada vez mais este poeta folk, fã declarado de Jack Kerouac e apaixonado por literatura, especialmente beatnik.
66 anos de um rapaz de nome Robert Zimmerman que tocando seu violão e sua gaita em músicas de protesto e paixão conquistou gerações de fãs e se tornou um mito chamado Bob Dylan.
Nesta quinta-feira, dia 24 de maio, o cantor e compositor Bob Dylan completa 66 anos de idade. Nascido Robert Allen Zimmerman, em Duluth, no estado norte-americano de Minnessota, em 1941, Dylan é um dos mais importantes artistas do século 20. Autor de clássicos como "Blowin' in The Wind", "Mr. Tambourine Man", "Like a Rolling Stone", "All Along The Watchtower", "Lay Lady Lay" e "Knocking on Heaven's Door", sua influência nos rumos da música pop só é comparável à dos Beatles. Aos 45 anos de carreira (contatos a partir de seu primeiro álbum,de 1962), Dylan está em um de seus melhores momentos. O álbum "Modern Times", lançado no ano passado, foi muito elogiado pela crítica especializada, que descreveu o trabalho como seu melhor desde o clássico "Blood on The Tracks" (1975). "Modern Times" também foi um sucesso de público e marcou a volta de Dylan ao primeiro lugar da parada da revista "Billboard", onde não chegava desde 1976, com o álbum "Desire". O feito lhe rendeu o recorde de artista mais velho a ocupar o posto desde o início da publicação. E para completar, o velho Zimmerman ganhou em 2007 o Grammy de "melhor performance vocal solo de rock", pela música "Someday Baby"
Vida e obra
Nascido numa família de judeus emigrados do leste europeu, o jovem Robert Zimmerman cresceu no interior do estado de Minnesota, meio oeste dos EUA. Ainda criança, desenvolveu seu gosto pela música sintonizando estações de blues e música country do sul do país. Anos depois, foi contagiado pela explosão do rock and roll na metade da década de 50 e formou suas primeiras bandas, ainda no colégio.
Após algumas aventuras frustradas como pianista e guitarrista de rock, o futuro astro desenvolveu na faculdade seu gosto pela música folk. Enquanto isso lia tudo o que podia e criava gosto pela literatura. Inspirado pelo escritor galês Dylan Thomas, criou em 1960 sua nova identidade: Bob Dylan.
A mistura de literatura e folk moldou suas composições, que aos poucos eram acrescentadas ao repertório de baladas e blues tradicionais. Até que, à moda dos poetas beatniks, resolveu botar o pé na estrada.
Após passar por diversas cidades dos EUA, Dylan foi parar em Nova York, onde se destacou no circuito de bares e cafés. Descoberto pelo produtor John Hammond, lançou seu primeiro e auto-intitulado LP em 1962, pela gravadora Columbia.
No segundo álbum, "The Freewheeling' Bob Dylan", do ano seguinte, surgiu o ícone como o conhecemos. Ao misturar arrepiantes músicas de protesto e belas canções de amor, o disco o transformou no maior nome da música folk norte-americana e líder informal da juventude esquerdista.
A canção "Blowin' in The Wind" em particular virou uma espécie de hino com seus versos como "quantas estradas deve um homem percorrer, até que possa ser chamado de homem (...) quantas vezes as balas de canhão devem voar, até que sejam banidas para sempre? A resposta, meu amigo está soprando no vento", sendo entoados em manifestações contra a segregação racial e a guerra.
Enquanto Bob Dylan encabeçava passeatas pelos direitos civis e contra a guerra do Vietnã que estava começando, na Inglaterra os Beatles o ouviam atentamente, mudando seu estilo de composição por influência do cantor. Que também seria influenciado pelos músicos de Liverpool pouco depois.
Logo após se tornar o primeiro popstar de verdade da música folk, Dylan adotou em 1965, no disco "Bringin' it All Back Home", a linguagem da música pop como veículo para suas elaboradas letras. Estava criado o folk-rock. Os fãs mais radicais torceram o nariz, mas a fórmula se seguiria pelos álbuns seguintes, entre eles "Blonde on Blonde" (1966), considerado por muitos sua obra-prima.
A carreira de Bob Dylan foi marcada por mudanças constantes de direção, entre sucessos e equívocos. Sucederam-se o country-rock do final da década de 60 e início da seguinte, as megaturnês pop na metade dos 70 e uma volta à forma com os ótimos "Blood On The Tracks" (1975) e "Desire" (1976). Até que a espiritualidade, que já marcava sua obra, tomou proporções monumentais na criticada fase cristã, entre "Slow Train Comming" (1978) e "Shot of Love" (1981), seguida por duas décadas de inconstância.
Salvo exceções, como "Oh Mercy" (1989), a maior parte dos anos 80 e 90 foi marcada por produções descuidadas e projetos ambiciosos, mas equivocados, como o álbum em parceria com o Grateful Dead, "Dylan & The Dead" (também de 1989).
Até que em 1995 o especial de TV "MTV Unplugged" e o disco decorrente revitalizaram a carreira do ícone. Sem os excessos que contaminaram a fase anterior, o show acústico baseado nos primeiros discos trouxe Bob Dylan de volta a seu ambiente natural, com arranjos simples que privilegiavam a qualidade das composições.
Veio então a bonança e, a partir de "Time out of Mind" (1997), Dylan foi buscar inspiração em suas raízes, notadamente o folk, o blues e o rockabilly. Começou assim um retorno à forma que, após o também excelente "Love and Theft" (2001), culminou em seu retorno ao topo das paradas no ano passado, com "Modern Times", numa seqüência que tem sido chamada de "trilogia".
Os últimos anos também foram marcados por uma aparente reconciliação do cantor com seu passado. Notoriamente avesso a entrevistas, Bob Dylan falou detalhadamente sobre sua vida para o aclamado documentário de Martin Scorsese, "No Direction Home" (2005), focado na fase áurea de Dylan da década de 60. Mais do que isso, contou pela primeira vez sua história em detalhes no primeiro de três volumes prometidos de sua autobiografia, "Crônicas", lançada em 2004. Aos 66 anos, Bob Dylan ainda tem muito vento a soprar.
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